O efeito do teor de pentóxido de fósforo (P2O5) no clínquer Portland na liberação de calor durante a hidratação de pastas de cimento
Resumo
O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito do P2O5 na hidratação de pastas de cimento. Foram analisadas pastas de cimento de dois clínqueres diferentes, com baixo e alto teor de P2O5 (0,17 e 0,81%), e com diferentes teores de P2O5 (0,3 – 1,2%) adicionados a partir de soluções de fosfato dissódico. A cinética de hidratação dos cimentos foi acompanhada por calorimetria isotérmica durante 72h. Observou-se que maiores quantidades de P2O5 resultaram em retardo na hidratação, evidenciado por períodos de indução prolongados e menor liberação de calor nas primeiras 24 horas. O retardo foi linear com o aumento do P2O5 para os dois clínqueres avaliados. O calor total liberado também diminuiu linearmente com a adição de P2O5, indicando seu impacto na hidratação. Após 48 horas, o calor liberado pelas pastas com P2O5 ultrapassou ou igualou os cimentos de referência, sugerindo que o retardo é mais proeminente nas primeiras horas ou dias. O P2O5 proveniente do fosfato dissódico teve um efeito muito mais significativo do que o presente no clínquer. Conclui-se que o P2O5, especialmente em solução, retarda a hidratação do cimento.