Análise termoenergética com ênfase em coberturas de uma edificação unifamiliar localizada nas zonas bioclimáticas 01 e 08

Resumo

Edificações concebidas para apresentar bom desempenho termoenergético podem reduzir o consumo de energia, deixar o ambiente mais agradável termicamente e auxiliar na atenuação dos efeitos causadores de ilhas de calor urbano. Além do clima em que a habitação está inserida, a refletância solar e a emitância térmica dos materiais que constituem os elementos de vedação podem influenciar nas trocas de calor existentes entre a edificação e o meio externo. Nesses termos, o presente trabalho tem como objetivo analisar de forma comparativa o comportamento termoenergético de coberturas com telhas convencionais de baixa refletância solar e coberturas frias com telhas de alta refletância solar, com e sem isolamento térmico resistivo, em uma habitação unifamiliar, considerando duas zonas bioclimáticas brasileiras (ZB01 e ZB08). A metodologia adotada foi realizada a partir de simulações computacionais realizadas no software EnergyPlus, que fornece dados de saída necessários para o cálculo dos seguintes indicadores: percentual de horas de ocupação dentro de uma faixa de temperatura operativa (PHFT), consumo de cargas térmicas, temperatura superficial do telhado e fluxo de calor na cobertura. Acerca do desempenho térmico, no clima mais frio (ZB 01), as coberturas com isolamento térmico resistivo obtiveram melhores resultados de PHFT e cargas térmicas, sobretudo, as coberturas dispostas de telhas com baixa refletância solar. Por outro lado, no clima quente (ZB 08), as coberturas frias sem isolamento térmico resistivo alcançaram melhores índices de desempenho térmico. Quanto à redução da temperatura superficial externa e das emissões de calor, verificou-se que o uso de coberturas frias impactou nas maiores reduções desses parâmetros em ambas as zonas bioclimáticas.