O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO E O CONFORTO TÉRMICO EM VITÓRIA, ES, NO PERÍODO DE 1931 A 2010

Resumo

O crescimento da cidade e o processo de ocupação populacional modificam as propriedades térmicas e hidrológicas da superfície, criando um ambiente com características próprias, formando assim um clima singular. O homem está em constante troca de calor com o meio e trabalhando para controlar as variações térmicas de seu organismo, de forma que seu conforto térmico está diretamente ligado ao clima do ambiente em que vive, sofrendo assim as repercussões da urbanização. Esta pesquisa tem como objetivo mostrar o impacto no conforto térmico da população da cidade de Vitória/ES no período de 1931 a 2010 desencadeado pelo processo de urbanização da cidade. Para tal análise foram utilizados o Índice de Desconforto Térmico de Thom (IDT), o Índice de Temperatura e Umidade (ITU) e o índice de Temperatura Efetiva (TE), calculados a partir de valores de temperatura do ar e de umidade relativa das normais climatológicas extraídos do banco de dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) do período em questão. Tanto os valores de temperatura do ar quanto dos índices indicaram um aquecimento gradativo em Vitória. A sensação térmica da população de Vitória aumentou nos três índices em até 0,84°C a cada período de 30 anos analisado, acima do acréscimo previsto pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) de até 0,7°C na média global de temperatura causado por fatores antropogênicos e pela variabilidade climática natural, evidenciando as implicações do crescimento urbano.