Plano de Implantação BIM no Curso de Engenharia Civil da UFPR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46421/enebim.v4i00.1881

Palavras-chave:

BIM, Engenharia Civil, ensino BIM, Implantação BIM, Célula BIM

Resumo

Enfatiza-se a digitalização da construção e a adoção do BIM em toda a cadeia produtiva da construção civil. Entretanto, para viabilizar essa aplicação, tem-se a necessidade de engenheiros com conhecimento e formação na área. A formação desses engenheiros é essencial e, para isso, faz-se necessária a transformação do ensino da graduação. Algumas instituições implementaram o ensino de BIM na graduação de forma pontual ou por alguns professores trabalhando de forma independente, mas observa-se que não existe um protocolo ou forma padronizada de condução dessa inserção do BIM no ensino, diferente da implantação em uma indústria. Assim, foi constituída a Célula BIM – UFPR e está sendo desenvolvido um Plano de Implantação BIM (PIB) no curso de graduação de Engenharia Civil da UFPR e a integração com os cursos de Arquitetura e Expressão Gráfica da UFPR visando estimular o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias relacionadas ao BIM e de prática colaborativa interdisciplinar.

Para a escolha das ações, de implementação do BIM no ensino, foram realizados muitos levantamentos e diagnósticos. Nos levantamentos são apontadas as entidades que ministram o ensino do BIM no Paraná nas áreas de engenharia, produção e construção, número de trabalhos desenvolvidos em BIM, teses e dissertações, área do BIM mais abordada entre outros. Observa-se que em torno de apenas 16% dos cursos de graduação em Engenharia Civil no Paraná possuem iniciativas BIM. Os diagnósticos utilizados foram da metodologia de Böes; Barros; Lima, 2021 e revelaram qual o nível de maturidade BIM da UFPR e quais disciplinas do curso de Engenharia Civil teriam maior interface com BIM. Para a análise da maturidade BIM avaliou-se três eixos: 1. Política: a capacitação docente, o engajamento BIM, a visão institucional, o ensino BIM, as iniciativas de extensão e empresa júnior, a iniciação científica o atendimento ao decreto federal 9.337:2018; 2. Processos: usos BIM, disciplinas BIM, publicações, alunos capacitados; 3. Tecnologias: acordos institucionais de softwares e hardwares, softwares, hardwares e infraestrutura. O estudo identificou o índice de maturidade igual a 40% e, portanto o curso, está ingressando no estágio definido de incorporação do BIM com média maturidade BIM. Na verificação das disciplinas com maior interface com BIM foram avaliadas a relação entre o componente curricular e BIM, conteúdos BIM que podem ser trabalhados, competências BIM, estágios da implementação BIM, potencial da integração da disciplina, etapas do ciclo de vida da edificação, avaliação das disciplinas de projeto, possibilidade de trabalho conceitual ou teórico, esta identificação ocorreu por análise documental e categorial das ementas de cada componente curricular do novo curso proposto para 2023. A maioria das disciplinas com interface BIM são optativas ou integradoras. Optou-se por implementar ações em seis disciplinas: Estruturas de Edifícios, Gestão de Projetos, Projetos de Edifícios, Projeto de Infraestrutura e Obras Especiais, Desenho Arquitetônico e Planejamento e Custo de Obras. Nas disciplinas mencionadas, na maioria, terá um professor ministrante que participa da Célula BIM, o que facilita a implantação. O curso apresenta um desempenho quase uniforme no eixo de políticas, estando a maioria dos critérios caracterizada com maturidade inicial de BIM. O PIB para o Curso de Engenharia Civil da UFPR foi desenvolvido através de um planejamento em três prazos: curto (até um ano), médio (três anos) e longo (sete anos). As primeiras ações focaram na mudança das ementas das disciplinas contemplando a inserção de BIM de forma teórica e prática. Como o curso estava em fase de reformulação curricular, essas inserções fizeram parte das discussões e passaram por aprovações em plenário departamental, colegiado de curso e conselho setorial, seguindo para apreciação pela Pró-reitoria de Graduação e por fim pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. Existe, assim, uma necessidade da participação de todas as cadeias hierárquicas da universidade para a implantação de mudanças no ensino. No escopo da implementação do BIM no curso de graduação compreende-se planejamento, projetos, orçamento, edificações e infraestrutura.

Observa-se que as ações planejadas, da implantação do BIM, atendem ao desenvolvimento de todas as competências esperadas pelo perfil do egresso nas diretrizes curriculares federais. Observa-se que serão desenvolvidas competências BIM do conjunto gerencial, administrativo, funcional, técnico, de implementação, do conjunto de pesquisa e desenvolvimento e operacional. Os estudos apontam que: a) no eixo de políticas, devem ser inseridos maiores esforços na capacitação docente, no engajamento docente e na iniciação científica; b) no eixo de processos, requer-se a ampliação no ensino de usos do modelo; e c) no eixo de tecnologias, o mais deficitário, requer-se melhoramentos em infraestrutura e acordos institucionais com fabricantes de hardware. Algumas ações já estão sendo realizadas no atual período letivo, nas matérias que já existem na grade curricular atual e que serão mantidas após a reformulação, mas teremos a total implementação das ações em 2027, quando o curso ofertará todas as disciplinas do novo currículo. O Plano de Implantação BIM (PIB) no curso de graduação de Engenharia Civil da UFPR poderá servir como uma base para implantação em outras instituições de ensino de graduação.

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Biografia do Autor

Lia Yamamoto, Universidade Federal do Paraná

Doutorado em Engenharia Elétrica e Informática Industrial pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Professor Associado da Universidade Federal do Paraná  (Curitiba - PR, Brasil).

Barbara Talamini Villas Bôas, Universidade Federal do Paraná

Doutorado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná. Professora Titular da Universidade Federal do Paraná (Curitiba - PR, Brasil).

Isabella Andreczevski Chaves, Universidade Federal do Paraná

Doutorado em Métodos Numéricos em Engenharia pela Universidade Federal do Paraná, Brasil. Professora Adjunta da Universidade Federal do Paraná  (Curitiba - PR, Brasil).

Regina Coeli Ruschel, Universidadae Estadual de Campinas

Doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas, Brasil. Pesquisadora e Professora Colaboradora da Universidade Estadual de Campinas  (Campinas - SP, Brasil).

Referências

BÖES, Jeferson Spiering; BARROS, José de Paula; LIMA, Mariana Monteiro Xavier de. BIM maturity model for higher education institutions. Ambiente Construído [online]. 2021, v. 21, n. 2 [Accessed 7 June 2021] , pp. 131-150. Available from: <https://doi.org/10.1590/s1678-86212021000200518>. Epub 05 Mar 2021. ISSN 1678-8621. https://doi.org/10.1590/s1678-86212021000200518.

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Publicado

08/06/2022

Como Citar

YAMAMOTO, L.; VILLAS BÔAS, B. T. .; CHAVES, I. A.; RUSCHEL, R. C. Plano de Implantação BIM no Curso de Engenharia Civil da UFPR. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 4., 2022. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2022. p. 1–1. DOI: 10.46421/enebim.v4i00.1881. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/1881. Acesso em: 4 maio. 2024.

Edição

Seção

Planejamento de inserção de BIM na educação

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