Análise da matriz curricular

proposta de implantação de processos BIM no curso de Engenharia Civil da UESC

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46421/enebim.v4i00.1902

Palavras-chave:

Matriz Curricular, Implantação do BIM, Engenharia Civil, Revisão Pedagógica

Resumo

BIM é a palavra para construir em muitas línguas diferentes. Você pode ouvir BIM em espanhol, português, francês ou italiano. Nessas línguas, BIM pode significar tanto "edifício" quanto "construção". Em outras línguas, como alemão e russo, BIM é usado para descrever qualquer coisa que tenha três partes: "edifício", "fundação" e "piso". Este uso é semelhante ao uso do inglês da palavra porão. Segundo Böes (2019)[1], a implantação do BIM (Building Information Modelling) tem sido incipiente e concentrada no contexto empresarial da construção civil. Partindo desta premissa e considerando a nova realidade imposta pelo decreto 9983/2019[2], que dispõe sobre a estratégia nacional de disseminação do BIM na indústria da construção civil (BIM-Br), cabe investigar os motivos da baixa adesão às novas tecnologias de modelagem da informação e como avançar para reduzir tal deficiência. Para acompanhar tais mudanças, é importante inserir a filosofia BIM desde a formação profissional na universidade. Pois, é nela que o estudante terá o primeiro contato entre a teoria, prática e aplicação das ferramentas, integrando todas dentro de um ambiente computacional e se familiarizando em modelar a informação desde os primeiros traços do projeto. Assim, este trabalho busca analisar a matriz curricular do curso de Engenharia Civil da UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz) no contexto de implementação BIM em seu plano pedagógico.  A análise do plano pedagógico do curso (PPC) foi realizada em duas fases, sendo uma primeira realizada por uma comissão multidisciplinar composta por docentes e discentes, e outra por meio de um formulário eletrônico com perguntas objetivas para cada disciplina encaminhada para os demais docentes e discentes do curso. Os critérios de análise foram divididos em 10 categorias a fim de entender e mensurar o estado e a aderência que as disciplinas possuem na implantação de processos BIM considerando o seu estado atual. Estas, foram subcategorizadas e encaminhadas para os discentes e docentes para conhecer a percepção do papel BIM nestas disciplinas, que posteriormente, foram comparados aos resultados da análise feita pela comissão, seguindo proposta metodológica de Costa et al (2020)[3]. As categorias foram definidas em A: Interface BIM com a disciplina indicada; B: Conceito Bim utilizado; C: Competência desenvolvida; D: Implementação na área do BIM; E: Potencial de integração da disciplina; F: Ciclo de vida da edificação; G: Área das disciplinas relacionadas; H: Competência abordada (conceitual ou prática); Estágios de implementação; I: Grupo de conhecimento. As categorias possuem descrições específicas para cada opção, permitindo a identificação das potencialidades da disciplina em interagir com o BIM. O preenchimento é feito em uma planilha em áreas específicas para cada categoria. O procedimento analítico da equipe consistiu em avaliar as ementas, planos de ensino, carga horária e histórico de aulas ministradas, no qual resultou no preenchimento das categorias. Em seguida, foram encaminhados aos docentes um formulário eletrônico para avaliação de suas disciplinas e preenchimento, que, por sua vez, subsidiaram a análise da comissão validando os resultados. Complementarmente, outro formulário foi encaminhado para os discentes para avaliar a perspectiva que estes possuíam para o conteúdo programático de cada disciplina, sendo um importante balizador para aferir o grau de entendimento dos discentes quanto à tecnologia BIM. Como resultados, obteve-se uma matriz curricular detalhada por escala de cores. As disciplinas contidas na matriz foram organizadas por escala de cores que identificam o tipo de conteúdo e o grau de interação BIM. Nota-se que o conteúdo básico tem pouca aderência ao BIM por se tratar da área que traz o conhecimento básico das áreas de cálculo, física e química, enquanto que muitas do ciclo profissionalizantes possuem aplicação atual, contudo fica mais evidente o potencial de aplicação, é evidente que o ciclo profissionalizante seja ele social ou específico, é tratado com uma clara interface com a tecnologia e filosofia Bim, porém ainda é visto muito a teoria e pouco trabalhado a parte pratica do Bim durante o curso. As do núcleo de atividades podem ou não ter, a depender do interesse do discente, já que elas estão vinculadas às atividades projetuais, estágios e trabalho de conclusão. A matriz por cores permite entender de forma avaliativa e analiticamente o quanto o PPC do curso precisa de evoluir para integrar as potencialidades presentes nas dimensões BIM. Permite também propor novos métodos de ensino para as disciplinas do ciclo básico para que a inserção do BIM comece desde o primeiro contato com o curso. Após analisar os resultados matriciais, verifica-se que há um baixo grau de aplicação do conteúdo BIM no PPC atual, embora pode-se notar um potencial de implementação com a ementa existente. Infere-se que o baixo grau de aplicação BIM é decorrente da falta de estímulo da instituição e do corpo docente que tem se adequado ao método convencional de sala de aula e exposição de conteúdos com isso tem-se o entendimento da necessidade de capacitação contínua dos docentes para as novas técnicas, conceitos e ferramentas, contando com o apoio da instituição. Sem fugir da responsabilidade individual do docente em buscar atualizações, cabe a instituição internalizar os preceitos da estratégia BIM-Br e facilitar a melhoria de seu quadro docente por meio de ações afirmativas, disponibilidade de tempo ou compensações. Tais ações, quando somadas, vão permitir uma mudança de cultura docente e pedagógica, refletindo na melhoria da qualidade de ensino e, consequentemente, no processo de aprendizagem discente. Assim, a médio prazo, com os novos profissionais egressos, espera-se uma mudança prática na implementação BIM no mercado da construção civil.

 

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Biografia do Autor

Kevin de Moura Cerqueira, Universidade Estadual de Santa Cruz

Discente de Engenharia Civil na Universidade Estadual de Santa Cruz.

Raquel Rocha Cruz, Universidade Estadual de Santa Cruz

Discente de Engenharia Civil na Universidade Estadual de Santa Cruz.

Cleverson Alves de Lima, Universidade Estadual de Santa Cruz

Doutorado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Viçosa.  Coordenador de Colegiado na Universidade Estadual de Santa Cruz.

Referências

BÖES, Jeferson Spiering. Proposta de Plano de Implantação do BIM na indústria da construção civil. Tese. PPGEC/UFC. 2019. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/50872

BRASIL. Decreto 9983 de 22 de Agosto de 2019. Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modelling. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9983.htm

COSTA, Gabriela Rodrigues; CASTRO, Antônio Jean Nascimento; CÂNDIDO, Luís Felipe. A Perspectiva de docentes de uma universidade federal sobre a implantação do BIM na graduação em Engenharia Civil. COBENGE 2020. Disponível em: 10.37702/COBENGE.2020.3227

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Publicado

08/06/2022

Como Citar

CERQUEIRA, K.; CRUZ, R.; LIMA, C. A. de. Análise da matriz curricular: proposta de implantação de processos BIM no curso de Engenharia Civil da UESC. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 4., 2022. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2022. p. 1–1. DOI: 10.46421/enebim.v4i00.1902. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/1902. Acesso em: 18 maio. 2024.

Edição

Seção

Planejamento de inserção de BIM na educação

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