BOM VIVER E PLANEJAMENTO URBANO-AMBIENTAL:
ANÁLISE DAS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE E PADRÕES ESPACIAIS TRADICIONAIS NA VILA DE CARAÍVA/BA
Palavras-chave:
Gentrificação, Território Tradicional, Bem Viver, Sustentabilidade, Planejamento urbano-ambientalResumo
A pandemia pelo novo coronavírus, somado aos problemas decorrentes do aquecimento global, intensificaram discussões muito antes apresentadas por pensadores contemporâneos do Sul Global, principalmente no que se refere ao estilo de vida consumista e exploratório neoliberal. Como alternativa para um modo de vida mais justo e genuinamente sustentável, indígenas e estudiosos de Abya Yala (Américas) discutem acerca do “Bem Viver”: um espaço justo e agradável onde a coletividade e a harmonia entre os seres são essenciais para o desenvolvimento individual, coletivo e para o futuro do nosso planeta e das próximas gerações. Visando incluir a cosmovisão indígena dos povos de Pindorama (Brasil) na análise dos Princípios de Sustentabilidade, este artigo buscou por meio de processo participativo propor novos cenários e soluções para os problemas causados pelo processo de gentrificação, tendo como estudo de caso a Vila de Caraíva/BA e seu entorno imediato. Para tanto, fez-se necessário revisão bibliográfica e a aplicação de questionário semiestruturado, adaptando-se às condições impostas pelo ainda estado de pandemia com sua aplicação de forma remota (google forms) e elaborado a partir de reuniões com a Associação dos Nativos de Caraíva (ANAC). Como resultados, foram identificados os padrões espaciais e de acontecimentos tradicionais; elementos da paisagem e habitação de característica afetiva e tradicional; distribuição e localização dos nativos nas regiões de Caraíva e entorno; atuais demandas e problemáticas relatadas pela população tradicional e a percepção do turismo como um fenômeno social importante para as dinâmicas atuais da comunidade tradicional.
