O MESMO ESPAÇO, OUTROS USOS:

UM OLHAR SOBRE A MORADIA NA PANDEMIA DA SARS COV 2

Resumo

As práticas familiares e o uso do espaço da casa são aspectos fortemente relacionados a fatores individuais, sociais e culturais, assim como a dimensão espacial da habitação, que sofreu mudanças significativas no período pandêmico, em que questões sanitárias são evidenciadas, bem como conflitos internos aos espaços domésticos até então pormenorizados, agora, postos exacerbados. Condições inadequadas para determinadas atividades desenvolvidas nas residências, influenciam e impactam negativamente a vida de seus usuários. A moradia que antes era local de acolhimento e repouso, na pandemia da SARS COV 2, assume atividades de trabalho, de estudo e de lazer, elevando os níveis de estresse associados ao ambiente-usuário. Objetivou- se, com a pesquisa, identificar fatores estressores e comportamentos associados na moradia, a partir de um estudo de caso direto. A pesquisa exploratória que ocorreu em sala de aula virtual, através da disciplina Relação Pessoa – Ambiente, oferecida pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba (PPGAU-UFPB), tratou o estresse ambiental, aplicado a um apartamento de 57m² através observação in loco de uso e mapeamentos centrados na pessoa, com abordagem comparativa de usos dos espaços antes e durante a pandemia. No estudo foram identificados os membros da família, suas atividades cotidianas e suas relações com cada espaço durante todo o dia, num intervalo de uma semana. Além disso foi respondido, em uma oficina prática, questionário on line por 30 alunos, para os quais foi apresentado o estudo de caso; buscando-se conhecer os fatores estressores e a realidade de mudanças ocorridas nos seus próprios ambientes domésticos. Os dados mostraram que parte significativa realizou mudanças e adaptações em suas moradias, como a criação de ambientes de transição ou para trabalho em Home Office, buscando a diminuição do estresse ambiental, o que lhes proporcionou uma melhor vivência interna nos espaços em tempos de isolamento social.