CONSTRUÇÕES DE ADOBE EM ROSÁRIO OESTE, MATO GROSSO:
UMA PREOCUPAÇÃO COM A PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA E DA TÉCNICA CONSTRUTIVA VERNACULAR
Palavras-chave:
adobe, patrimônio cultural, degradação, inventários de identificação, rosário oesteResumo
Rosário Oeste é uma cidade mato-grossense de rico acervo cultural, destacando-se a arquitetura do período colonial com vários exemplares construídos em adobe, mas que se encontram mal conservados e fadados ao desaparecimento como tem ocorrido com várias edificações antigas. Estas não contam com materiais técnicos de proteção como os inventários de identificação e apenas um casarão é tombado, o que evidencia a falta de investimentos na conservação e valorização da identidade cultural local. O objetivo principal é levantar, catalogar, identificar fragilidades na conservação e difundir o conhecimento das construções de adobe tidas como patrimônio cultural da cidade e do Estado de Mato Grosso bem como divulgar a situação atual desses elementos. As informações foram obtidas por pesquisas e entrevistas in loco tanto com a população geral quanto com os proprietários visto que a população ainda é maior detentora dos saberes locais e também porque é imprescindível saber a percepção desta em relação ao seu patrimônio. Para o embasamento teórico do trabalho são abordadas bibliografias sobre a história de Mato Grosso e caracterização de sua arquitetura, Patrimônio Cultural e educação patrimonial. Os resultados mostraram que as construções em adobe da cidade de Rosário Oeste apresentam-se em estado de degradação e um dos motivos é a descrença na tecnologia construtiva. Nota-se, também que muitas edificações foram modificadas com o tempo inserindo-se outros materiais construtivos. Conclui-se que o material, por ser antigo é atualmente desacreditado pela maior parte da população, entretanto, o adobe é um método de construção eficiente além de ser um ícone da arquitetura regional, merecendo assim, ser valorizado e conservado. O município e o governo do Estado precisam investir mais no patrimônio, na valorização da identidade, na informação, na educação patrimonial e no envolvimento da população com o uso desses espaços de memória desacelerando seu processo de descaracterização.