Água Memória
rede paisagística de manejo hídrico e resgate histórico na Cidade Nova, Rio de Janeiro
Palavras-chave:
Cidade Nova, Paisagem natural e cultural, Manejo hídrico, Resgate histórico, Soluções baseadas na NaturezaResumo
O bairro da Cidade Nova, na zona central do Rio de Janeiro, nasceu da sobreposição de planos urbanos e projetos arquitetônicos que descaracterizaram uma importante paisagem natural e cultural de formas sucessivas. Em vista disso, partindo de uma análise da relação entre essas paisagens, propõe-se um projeto de caráter conceitual que busca resgatar a memória do bairro ofuscada pela evolução da cidade através do revelar das suas águas. Para tal, ocupa-se cinco áreas residuais no entorno da estação de metrô da Praça Onze, rugosidades decorrentes dessa sucessão de decisões políticas sob o pretexto de progresso. Com a introdução de eficientes Soluções baseadas na Natureza, o projeto busca contestar o monofuncional e todo concretado Plano de Controle de Enchentes da Grande Tijuca. Essa reflexão crítica-projetual resulta na Praça da Ruína, no Caminho Onze, na Praça Tia Ciata, na Quadra Amiga e na Praça Alagável São Francisco de Assis, intervenções sustentáveis que compõem uma rede paisagística de manejo hídrico e resgate histórico na Cidade Nova. Ao investigar o que é pelo o que restou, evocar o traçado do que sumiu, memorar ancestralidade cultural, explorar cicatrizes territoriais e mergulhar no que viria a ser, Água Memória possibilita um circuito histórico-paisagístico com grande potencial turístico e educacional.
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