A Modelagem hidrológica como instrumental para a resiliência urbana
o caso da bacia do Ribeirão Lageado, São Paulo/ SP
DOI:
https://doi.org/10.46421/encac.v17i1.3735Palavras-chave:
drenagem urbana, risco à inundações, reservatórios paralelos, saneamento ambiental, ODS 11Resumo
Este artigo aborda o problema das inundações, alagamentos e deslizamentos de terra na bacia do Ribeirão Lageado, entendendo esses eventos extremos de uma perspectiva teórica da vulnerabilidade socioambiental, da construção social do risco, e da resiliência urbana. Parte da hipótese de que a construção de pequenos reservatórios paralelos localizados à montante dos pontos críticos das ocorrências de eventos extremos mitigariam consideravelmente a sua gravidade e intensidade, indicando assim uma possibilidade factível de adaptação que deve ser levada em consideração pelas autoridades competentes quando do planejamento de futuras ações de drenagem urbana na região. O método utilizado foi o da convolução do Hidrograma Unitário SCS de montante à jusante da bacia, sendo definidos doze pontos de medição para uma verificação quantitativa do amortecimento da vazão de pico em dois cenários, sem e com reservatório. Foi proposto um procedimento inovador de divisão da bacia, o qual possibilitou um cálculo detalhado para pontos de medição internos à mesma. Os resultados validaram a hipótese inicial, sendo observado um amortecimento entre 20% e 40% em seis pontos, e superior a 40% em cinco pontos, indicando uma mitigação potencial significativa, assim como uma adaptação desejável em direção a uma resiliência urbana orientada para áreas ambientalmente frágeis.
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