Apartamentos studio como moradia

desempenho e conforto térmico frente às mudanças climáticas

Resumo

Após a aprovação do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo em 2014, houve um aumento significativo de lançamentos de apartamentos compactos na cidade e, dessa forma, a tipologia do studio se tornou comum em edifícios residenciais, normalmente tendo apenas uma face com abertura para o ambiente externo, a qual muitas vezes é (ou existe a possibilidade de vir a ser) envidraçada, formato que gera um aumento da temperatura interna e limita a ventilação do ambiente. Além disso, o aumento da temperatura global combinado com os fenômenos locais de aquecimento urbano, torna fundamental a problematização e o estudo do desempenho térmico desses pequenos apartamentos em cenários climáticos futuros. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo a caracterização do estoque construído de apartamentos com 50m² ou menos na cidade de São Paulo e, a partir disso, a seleção de uma unidade considerada representativa para estudo de desempenho térmico por meio de simulação computacional pelo software EnergyPlus com dados climáticos de 2020 e projeções futuras para os anos 2030, 2050 e 2080 alinhadas ao cenário RCP8.5 do IPCC AR5. Duas alternativas projetuais para envidraçamento da fachada e uma alternativa de aumento do sombreamento externo foram analisadas. Para 2080, as alternativas projetuais de envidraçamento promoveram um aumento de 43% e 66% de horas ocupadas em desconforto por calor, respectivamente, em comparação com o projeto original, enquanto a alternativa com maior sombreamento externo resultou em uma redução de 25% de horas ocupadas em desconforto por calor, em relação ao projeto original.