A influência dos vidros e da vista na percepção térmica dos usuários
DOI:
https://doi.org/10.46421/encac.v17i1.4140Palavras-chave:
Percepção térmica, Vidros, Tipo de céu, Vista do exterior, EdificaçõesResumo
O vidro é um elemento chave do projeto de iluminação natural, cuja qualidade é essencial ao bem-estar do usuário das edificações. Diversos motivos influenciam na escolha do vidro, como o seu desempenho luminoso e térmico. Contudo, a seletividade do vidro modifica o aspecto da luz, impactando não somente na percepção visual, mas também na percepção térmica do ambiente. Assim, este trabalho avaliou a influência de vidros com diferentes seletividades espectrais e do contato visual com o exterior na percepção térmica dos ocupantes de um ambiente condicionado. Para tanto, foi realizado um estudo de campo com 48 voluntários em uma câmara climática walk-in. Os voluntários foram divididos e alocados em duas posições, uma com e outra sem contato visual com o exterior. Então, foram expostos a 3 tipos de vidro em condições de céu claro, parcialmente encoberto e encoberto. Foram medidas variáveis térmicas ambientais e aplicados questionários de percepção térmica, posteriormente comparados ao PMV calculado. Os resultados foram analisados utilizando diagramas de caixas e análises ANOVA. Concluiu-se que as avaliações térmicas dos ocupantes, bem como o seu momento de aplicação, independem do contato visual com o exterior e das alterações na seletividade espectral do vidro. Contudo, o contato visual com o exterior maximiza o efeito do tipo de céu na percepção térmica do usuário, enquanto na ausência desse contato, o efeito da composição espectral do céu, só é percebido quando combinada à seletividade do vidro.
Referências
BENNETT, C.A., REY, P. What's so hot about red? Hum. Factors J. Hum. Factors Ergon. Soc. 14 (2) (Apr. 1972) 149–154.
CHEN, L.; NG, E. Outdoor thermal comfort and outdoor activities: a review of research. Cities; v. 29, p. 118-125, 2012.
CHINAZZO, G. Visual and Thermal Interactions in Buildings: Effects on Human Comfort and Performance, PhD thesis Ecole Polytechnique Federale de Lausanne, 2019.
CHOI, J.-H.; BELTRAN, L. O.; KIM, H.-S. Impacts of indoor daylight environments on patient average length of stay (ALOS) in a healthcare facility. Building and Environment, v. 50, p. 65-75. 2012.
DE FREITAS, C. R. Assessment of human bioclimate based on thermal response. International Journal of Biometeorology, v. 29, n. 2, p. 97-119, 1985.
DEMIR, A.; KONAN, N. Impact of Daylighting on Student and Teacher Performance. Journal of Educational and Instructional Studies in the World, v.3, n.1, fev. /mar. /abr. 2013. 7 p.
EISLER, A. D.; EISLER, H.; YOSHIDA, M. Perception of human ecology: crosscultural and gender comparisons. Journal of Environmental Psychology, v. 23, n.1, p. 89-101, 2003.
FANGER, P. O. Thermal comfort – Analysis and applications in environmental engineering. McGraw Book Company, New York, 1970.
FAUL, F. G*Power 3.1: Tests for correlation and regression analyses. Disponível em: < https://www.psychologie.hhu.de/arbeitsgruppen/allgemeine-psychologie-und-arbeitspsychologie/gpower >. Acessso em 29 de maio de 2023.
GIRALDO, N. V.; TOFTUM, J. Experiment to test hypothesis that spectral selectivity of glazing and window views affects people’s thermal assessment, physiological and psychological responses. Protocolo para pequisa. Technical University of Denmark, Department of Environment and Resource Engineering, International Centre for Indoor Environment and Energy, Lyngby, Denmark. 2022. 34p.
HARB, F., HIDALGO, M. P. E MARTAU, B. Lack of exposure to natural light in the workspace is associated with physiological, sleep and depressive symptoms. Chronobiology International, 32:3, 368-375. 2015. DOI: 10.3109/07420528.2014.982757
HÖPPE, P. R.; SEIDL, H. A. J. Problems in the assessment of the bioclimate for vacationists at the seaside. International Journal of Biometeorology, v. 35, n. 2, p. 107-110, 1991.
ISO. International Organization for Standardization. ISO 10551. Ergonomics of the thermal environments – Assessment of the influence of the thermal environment using subjective judgment scales. Genève: ISO, 2015.
ISO. International Organization for Standardization. ISO 7726. Ergonomics of the thermal environments – Instruments for measuring physical quantities. Genève: ISO, 1998.
ISO. International Organization for Standardization. ISO 7730. Ergonomics of the thermal environment – Analytical determination and interpretation of thermal comfort using calculation of the PMV and PPD indices and local thermal comfort criteria. Genève, 2005.
ISO. International Organization for Standardization. ISO 8996. Ergonomics of the thermal environments – Determination of thermal metabolic rate. Genève: ISO, 2004.
ISO. International Organization for Standardization. ISO 9920. Ergonomics of the thermal environments – Estimation of thermal insulation and water vapour resistance of a clothing ensemble. Genève: ISO, 2007.
KRÜGER, E. L.; ROSSI, F. A.; CRISTELI, P. S.; SOUZA, H. A. de.Calibração do índice de conforto para espaços externos Physiological Equivalent Temperature (PET) para Curitiba. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 3, p. 135 - 148, jul./set. 2018.
LAMBERTS, R.; GHISI, E.; ABREU, A. L. P.; CARLO, J. C.; BATISTA, J. O.; MARINOSKI, D. L.; NARANJO, A.; DUARTE, V. C. P. Desempenho térmico de edificações. UFSC, Apostila Disciplina: ECV 5161, Florianópolis, SC, 2016.
LUNAR AND PLANETARY INSTITUTE. ALTA Reflectance Spectrometer. 2011. Disponível em: <http://www.lpi.usra.edu/education/products/spectrometer>. Acesso em: 29 mai. 2023. »
MAYHOUB, M. S.; CARTER, D. J. Towards hybrid lighting systems: A review. Lighting Research & Technology, v. 42, n. 1, p. 51-71. Mar. 2010.
MARTAU, B.; SCARAZZATO, P.S.; HIDALGO, M.P.L; TORRES, I.; LUZ, CLARICE. Lighting Design: Non-visual impacts and its influence on employees’ health and well-being. In DRS 2010 proceedings, 13p. Montreal, 2010. Disponível em: <http://www.drs2010.umontreal.ca/data/PDF/082.pdf>. Acesso em 28 de novembro de 2020.
ONSET. Doc # 7661-B, MAN-U12-012 Onset Computer Corporation.
OMEGA. OMEGA™ HHF-SD1 hot wire and standard thermistor anemometer. Disponível em: < https://assets.omega.com/spec/HHF-SD1.pdf >. Acesso em 29/05/2023.
PEETERS, L; DEAR, R.; HENSEN, J.; D’HAESELEER, W. Thermal comfort in residential buildings: Comfort values and scales for building energy simulation. Applied Energy, v. 86, n. 5, maio, p. 772-780, 2009.
REPPERT, S. M. e WEAVER, D. R. Coordination of circadian timing in mammals. Nature, v.418, n. 6901, 29 de Agosto, p.935-941. 2002.
ROHLES, H. Temperature or temperament: a psychologist looks at thermal comfort. ASHRAE Transactions, v. 86, n. 1, p. 5-13, 1980.
Sahin L, Figueiro MG. 2013. Alerting effects of short-wavelength (blue) and long-wavelength (red) lights in the afternoon. Physiology & Behavior, 116-117:1-7.
TREVISAN, Livia Yu Iwamura. Concepção, construção e verificação da aplicabilidade de uma Câmara Bioclimática de Baixo Custo em estudos de conforto ambiental. 2019. 209 f. Tese (Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2019.
UPRTEK. UPRtek handheld spectrometers MK350S Premium and MK350S Advanced Lighting Measurement Handheld Spectrometer. Disponível em:< https://www.uprtek.com/en/product/handheld-spectrometers >. Acesso em 29/05/2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.