Diagnóstico de maturidade BIM no curso de Engenharia Civil da UFSM

um estudo de caso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46421/enebim.v5i00.3418

Palavras-chave:

BIM, Ensino, Maturidade, Engenharia Civil

Resumo

O Building Information Modeling (BIM) ou Modelagem da Informação da Construção vem apresentando maior visibilidade a cada ano no Brasil. Os avanços da Estratégia BIM BR e do Projeto Construa Brasil vêm contribuindo para fomentar o uso de BIM e com isso há a necessidade de capacitar um grande número de profissionais que possam atender a estas demandas. Nesse contexto, as universidades possuem um papel de grande relevância, visto que muitos estudantes podem começar a aprender BIM muito antes de ingressar no mercado de trabalho e estar mais bem preparados para as oportunidades disponíveis. Devido a isso, iniciou-se no ano de 2022 o projeto de pesquisa “Caminhos para a inserção de BIM no curso de Engenharia Civil da UFSM” que tem por objetivo buscar alternativas para implementar BIM no cotidiano das aulas de Engenharia Civil na universidade. Os resultados iniciais desta pesquisa, que foram apresentados por Bianchini et al (2022) evidenciaram que apesar das dificuldades que podem ser encontradas, há um grande interesse por parte da comunidade acadêmica em inserir BIM no ensino de graduação em Engenharia Civil.  Visando a  continuidade da pesquisa, faz-se necessária a elaboração de um diagnóstico acerca dos conhecimentos BIM e das ações existentes de fomento ao BIM na instituição. Este objetivo também está em conformidade com as ações propostas pela Rede de Células BIM,  grupo ao qual o curso de Engenharia Civil da UFSM passou a integrar em abril de 2023, com o objetivo de trocar experiências e estar conectado com outras instituições e profissionais que também estão em busca de propósitos em comum. 

 

Para realização deste diagnóstico optou-se por aplicar a Matriz de Maturidade BIM proposta por Böes, Neto e Lima (2021) e recomendada pelo Portal BIM Acadêmico (PBA, 2023) como atividade inicial do Plano de Implementação BIM. A metodologia consiste em uma análise detalhada das políticas, processos e tecnologias BIM existentes e adotadas na universidade e permite a visualização do grau de maturidade BIM ao qual encontra-se a instituição no momento do diagnóstico. A partir destes resultados é possível entender em quais áreas o BIM já vem sendo adotado, bem como quais são os maiores gargalos e desafios a serem enfrentados para que ocorra o progresso e aumento contínuo da maturidade BIM na comunidade acadêmica. Esta ferramenta é dividida em 3 campos: Políticas incluem as iniciativas, ações e visão institucional sobre BIM; Processos incluem os usos do BIM, as disciplinas em que o BIM está envolvido, as publicações de artigos científicos e o escopo de alunos treinados; Tecnologias compreendem a infraestrutura para o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão BIM nas Instituições de Ensino Superior (BÖES, NETO E LIMA, 2021). Alguns critérios são analisados em cada campo, totalizando 16 critérios. Para cada um destes são apresentadas 5 proposições diferentes que vão do Pré-BIM ao BIM Otimizado e para as quais são atribuídas as seguintes notas: Pré-BIM - 5 pontos; Inicial - 20 pontos; Definido - 30 pontos; Integrado - 40 pontos; Otimizado - 50 pontos. Durante a análise deve-se ler as proposições e elencar qual delas está mais alinhada à Instituição, atribuindo ao critério a nota referente à proposição. Ao final são somadas todas as notas atribuídas e calculado o grau de maturidade que compreende a média dos pontos em cada critério e o índice de maturidade que corresponde a um percentual e pode ser analisado em função dos indicadores do método.  A aplicação desta metodologia foi apoiada pelo grupo de pesquisa, que conta com professores e estudantes de graduação e pós-graduação do curso de Engenharia Civil da UFSM. Assim, o grupo heterogêneo foi capaz de avaliar com maior precisão todos os critérios.

 

Após a análise, o curso de Engenharia Civil da UFSM apresentou em média: 18,57 pontos no campo Políticas; 21,25 pontos no campo Processos; e 19 pontos no campo Tecnologias. O grau de maturidade BIM é de 19,37 pontos e o índice de maturidade BIM é de 38,75%, o que corresponde ao índice B (entre 20-39%) com Nível de Maturidade Inicial e Classificação Textual com Baixa Maturidade. A análise detalhada da planilha permite verificar que, no campo Políticas, apesar de a instituição entender a importância do BIM, este não é uma prioridade e, por conta disso, não há incentivos formalizados à capacitação docente, pesquisas em BIM, projetos de extensão ou inclusão desta metodologia no processo de ensino-aprendizagem para os alunos. Como resultado, apenas 10% do corpo docente domina a metodologia e softwares BIM. Embora não haja esse incentivo, o campo Processos apresentou o melhor desempenho entre os três, em grande parte devido ao esforço isolado de alguns professores e de estudantes que buscam por conta própria a capacitação e o desenvolvimento de pesquisas acerca do tema. No campo Tecnologias a instituição possui laboratórios montados com softwares BIM disponíveis apenas em alguns computadores e sem um planejamento prévio acerca das necessidades de aquisição de softwares e hardwares. A partir destes resultados, entende-se que uma formalização da implementação BIM na instituição será de grande valia para fomentar o progresso em direção a uma maturidade BIM Otimizada, visto que a instituição poderá planejar a disponibilização de recursos para incentivo à capacitação, pesquisas, inserção de metodologias BIM para ensino-aprendizado e aquisição e/ou parcerias com fornecedores de softwares. Sendo assim, o próximo passo do Plano de Implementação BIM será a análise da matriz curricular do curso para a identificação de disciplinas com potencial interface BIM e posterior definição dos objetivos específicos da Célula BIM da UFSM.

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Biografia do Autor

Larissa de Quadros Bianchini, Universidade Federal de Santa Maria

Mestranda em engenharia civil pela Universidade Federal de Santa Maria (Santa Maria - RS, Brasil).

Vaniely Thaís Maldaner, Universidade Federal de Santa Maria

Cursando Engenharia Civil na Universidade Federal de Santa Maria (Santa Maria - RS, Brasil).

Mauricio Machado Mendes Peres, Universidade Federal de Santa Maria

Cursando Engenharia Civil na Universidade Federal de Santa Maria (Santa Maria - RS, Brasil).

Tales Moresco Cazarolli, Universidade Federal de Santa Maria

Cursando Engenharia Civil na Universidade Federal de Santa Maria (Santa Maria - RS, Brasil).

André Lübeck, Universidade Federal de Santa Maria

Doutorado em engenharia civil pela Universidade Federal de Santa Maria (Santa Maria - RS, Brasil). Professor Adjunto na Universidade Federal de Santa Maria (Santa Maria - RS, Brasil).

Referências

BIANCHINI, L. d. Q. et al. Desafios para implementação BIM na graduação: diagnóstico no curso de engenharia civil da UFSM. IV ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM (ENEBIM), [S.l.], v.4, p.1–1, 2022.

BöES, J. S.; NETO, J. P. B.; LIMA, M. M. X. de. BIM maturity model for higher education institutions. Ambiente Construído, [S.l.], v.21, p.131–150, 4 2021.

PBA, P. B. A. Plano de Implementação BIM. <https://sites.google.com/antac.org.br/ portalbimacademico/plano-de-implanta%C3%A7%C3%A3o-bim?authuser=0>. Acesso em: 03 de agosto de 2023.

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Publicado

02/11/2023

Como Citar

BIANCHINI, L. de Q. .; MALDANER, V. T.; PERES, M. M. M.; CAZAROLLI, T. M.; LÜBECK, A. . Diagnóstico de maturidade BIM no curso de Engenharia Civil da UFSM: um estudo de caso. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 5., 2023. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2023. p. 1–1. DOI: 10.46421/enebim.v5i00.3418. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/3418. Acesso em: 4 maio. 2024.

Edição

Seção

Planejamento de inserção de BIM na educação

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