Plano de implementação BIM curricular

Engenharia Civil UFRJ Macaé

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46421/enebim.v5i00.3522

Palavras-chave:

Plano de implementação BIM, Planejamento, Grade curricular, Engenharia Civil, Maturidade BIM

Resumo

Este trabalho apresenta a elaboração do Plano de Implementação BIM Curricular para a graduação em Engenharia Civil da UFRJ Macaé. O planejamento foi particionado, pois a equipe da célula BIM é reduzida a apenas 2 membros, além de outros motivos como a escassez de recursos. A parte 1 do PIBc foi direcionada para a definição evolutiva dos critérios de maturidade BIM nos eixos de políticas, processos e tecnologias. O objetivo geral do plano é o aparelhamento ferramental do curso com tecnologias de digitalização da construção civil situadas na esfera do BIM, a incorporação da introdução ao BIM como disciplina obrigatória e a criação de uma disciplina eletiva de projeto integrado. O objetivo específico da parte 1 é estabelecer as melhorias a serem alcançadas pelos níveis de maturidade BIM do curso. Para isso, foram realizados os diagnósticos de Maturidade BIM (BÖES; BARROS; LIMA, 2021) e Identificação da interface BIM na matriz curricular (CHECCUCCI; AMORIM, 2014) no segundo semestre de 2022. A partir dessas análises foram projetadas perspectivas para melhorias na maturidade BIM, traçando metas temporais de curto, médio e longo prazos.

No diagnóstico de Maturidade BIM o curso totalizou 300 pontos no somatório dos critérios, obtendo índice de maturidade igual a 42,86%, ingressando no estágio definido de incorporação do BIM com média maturidade. O diagnóstico de interface BIM na matriz curricular considerou as disciplinas vigentes antes da atualização do PPC de 2024. O método consistiu em análise documental das ementas das disciplinas, mapeando e categorizando os diferentes componentes curriculares, a fim de evidenciar se a interface é clara, possível ou nula. Foram identificadas 28 disciplinas sem relação com BIM, 33 com possível relação com BIM e 19 com relação clara com BIM (o equivalente a 22,65% da grade curricular vigente). Os eixos de Estruturas e Construção Civil possuem o maior potencial de inserção do BIM com 6 disciplinas cada. As disciplinas “Desenho Técnico Aplicado à Engenharia Civil” e “Introdução ao BIM” devem ser as responsáveis por discutir e apresentar os fundamentos conceituais e tecnologias BIM, proporcionando ao aluno o desenvolvimento dos diversos tipos de projetos.

A parte 1 do PIBc projetou as melhorias que os critérios de maturidade BIM devem atingir, passando dos níveis atuais no diagnóstico para os níveis imediatamente seguintes após as implementações propostas. O eixo de políticas compreende todas as iniciativas, ações e visões institucionais acerca do BIM. Por conta disso, a evolução de inserção do BIM desejada para o curso tem influência, mesmo que de forma mais lenta e genérica, das melhorias direcionadas às políticas praticadas. O diagnóstico constatou um desempenho elevado para as políticas, sendo a maioria dos critérios caracterizada com nível de maturidade BIM integrado. Será preciso investir esforços em ações de capacitação docente, passando da informalidade para a institucionalização. Mas a maior parte dos esforços será direcionada para ações de iniciação científica, que atualmente é inexistente, ainda que o resultado seja de iniciativas difusas e individuais por parte dos docentes. O eixo de processos compreende o desempenho BIM das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Os critérios de processos têm impacto direto e perceptível na elevação do nível de maturidade BIM do curso, uma vez que estão relacionados às disciplinas, seus conteúdos programáticos e metodologias. O diagnóstico constatou um desempenho baixo para os processos, sendo a maioria dos critérios caracterizados com nível de maturidade BIM inicial. Será preciso investir esforços na ampliação do uso de modelos BIM nas metodologias adotadas nas diversas atividades do curso. Também será necessário incrementar os conteúdos eletivos com a criação de uma disciplina de projetos integradores, incorporar a disciplina introdutória de BIM no conteúdo obrigatório e ampliar métodos BIM em um número maior de disciplinas obrigatórias. Para a próxima etapa do PIBc, que consiste em aprofundar as análises dos componentes curriculares, o núcleo de disciplinas da célula BIM será reduzido de 19 para 6. Essas 6 disciplinas são de responsabilidade dos integrantes da equipe: Desenho Técnico Aplicado à Engenharia Civil, Instalações Prediais I e II; Introdução ao BIM; Estruturas de Madeira; e Estruturas Metálicas. O eixo de tecnologias compreende toda a infraestrutura, tecnológica ou física, para o desenvolvimento do ensino de BIM. Assim como os processos, os critérios tecnológicos também têm impacto significativo e rápido sobre as melhorias da maturidade BIM, uma vez que as tecnologias aplicadas constituem a essência dos métodos. O diagnóstico constatou um desempenho deficitário e irregular para as tecnologias, sendo os critérios caracterizados nos níveis de maturidade Pré-BIM e inicial. O empenho requerido em melhoramentos consiste na implementação de softwares especializados por áreas, possibilitando maior variedade de aplicações por disciplinas. Em paralelo, será importante buscar acordos com fornecedores de softwares e hardwares, de forma a possibilitar parcerias perenes que permitam a constante atualização tecnológica. Além disso, o planejamento envolve a busca pela consolidação de um espaço físico destinado ao funcionamento da célula BIM, onde permita a disponibilização integral do aparato tecnológico aos docentes e discentes. Nesse sentido, o foco principal do PIBc para a próxima etapa será a contribuição para o avanço do aparelhamento tecnológico do curso voltado para o BIM. Como produto do planejamento foi criado um cronograma com as metas temporais dos estados futuros dos critérios de maturidade BIM. Devido às condições da IES, nenhuma meta foi definida no curto prazo por conta da inexequibilidade. Apenas duas metas são de médio prazo no eixo de políticas e as demais de longo prazo. Esta temporalidade foi definida para todos os critérios dos eixos de processos e tecnologias, pois os estados a serem alcançados envolvem ações complexas e diversos atores (mudanças na grade curricular, conteúdos programáticos, metodologias de ensino, acordos com fornecedores, dentre outros), considerando as condições já citadas da célula BIM local. O plano apresentado neste trabalho ilustra o elevado potencial de inserção do BIM em um curso de graduação de pequeno porte, apesar das dificuldades e peculiaridades da IES. Paradoxalmente, tais condições tornam-se favoráveis na implementação em algumas situações devido à menor complexidade, como o número reduzido de atores, menos resistência ao BIM, mais facilidade de aprovação das mudanças, dentre outros.

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Biografia do Autor

Leandro Tomaz Knopp , Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestrado em Engenharia Urbana pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor Assistente na Universidade Federal do Rio de Janeiro (Macaé - RJ, Brasil).

Esdras Pereira de Oliveira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutorado em Estruturas pela Universidade Federal Fluminense. Professor Adjunto na Universidade Federal do Rio de Janeiro (Macaé - RJ, Brasil).

Referências

BÖES, J. S.; BARROS, J. P.; LIMA, M. M. X. BIM maturity model for higher education institutions. Ambiente Construído [online]. 2021, v. 21, n. 2. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/s1678-86212021000200518>. Acesso em: 15 set. 2022.

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Publicado

02/11/2023

Como Citar

KNOPP , L. T. .; OLIVEIRA, E. P. de. Plano de implementação BIM curricular: Engenharia Civil UFRJ Macaé. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 5., 2023. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2023. p. 1–1. DOI: 10.46421/enebim.v5i00.3522. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/3522. Acesso em: 5 maio. 2024.

Edição

Seção

Planejamento de inserção de BIM na educação