Aplicação e acompanhamento de um sistema de reuso de águas cinzas
Alternativa sustentável em comunidade do semiárido piauiense
Palavras-chave:
tecnologia social, semiárido, águas de reusoResumo
A falta de acesso ou o acesso precário à água é uma situação ainda bastante presente na realidade piauiense e, particularmente, crítica para a população em comunidades rurais. O estudo apresentado tem como objetivo relatar a aplicação e o acompanhamento de uma Tecnologia Social de sistema de reuso de águas cinzas do tipo Jardim Filtrante em comunidades rurais do semiárido piauiense. A metodologia de implantação do sistema de reuso foi baseada e adaptada de acordo com um modelo desenvolvido pela Embrapa. A implementação do sistema foi realizada com o objetivo de melhorar a relação dos moradores das comunidades rurais com a quantidade disponível de recursos hídricos para o uso na agricultura e diminuir os impactos da falta de saneamento nas zonas rurais. A área no terreno definida para a implantação do Jardim Filtrante foi selecionada a partir identificação dos pontos de oferta de água para uso doméstico. Foi avaliado ainda o quantitativo de pessoas por residência, a média de produção de água por mês, as saídas de água cinza e, se possuía área disponível para a implantação do sistema de reuso. O Jardim Filtrante foi dimensionado conforme as necessidades dos usuários e foi construído de acordo com as especificações da Embrapa. Após o acompanhamento e avaliação final do sistema implantado, observou-se que o mesmo funcionou como o esperado, possuindo como benefícios a reutilização da água para fins específicos, que é escassa em virtude dos fatores climáticos desfavoráveis; diminuição da poluição ambiental pela água cinza; e proporcionou a produção e o cultivo de alimentos para as famílias, promovendo a segurança alimentar dessa parcela da população. Esse estudo pode servir de guia para o dimensionamento e implantação desse sistema em outros locais com caraterísticas climáticas semelhantes, diminuindo assim o desperdício de água e melhorando condições de saúde de pessoas em áreas rurais que vivem em situação vulnerabilizadas.
Referências
ABNT. Norma Brasileira Regulamentadora nº 7229. Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Rio de Janeiro: ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1993. Disponível em: https://www.acquasana.com.br/legislacao/nbr_7229.pdf. Acesso em: 19 junho de 2023.
Bazzarella, Bianca Barcellos. Caracterização e aproveitamento de água cinza para uso não-potável em edificações. Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória, p. 165, 2005.
Costa, Adriano Borges. Tecnologia social & políticas públicas. Instituto Pólis; Fundação Banco do Brasil, 2013.
Da Costa, Arsky Igor. Os efeitos do Programa Cisternas no acesso à água no semiárido. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 55, 2020.
De Azevedo, Thaís Pereira, et al. Políticas Públicas de Desenvolvimento Territorial Sustentável no Brasil e Combate à Pobreza Rural. Agroecologia: produção e sustentabilidade em pesquisa, v. 2, 2022.
De Melo, Maísa Maria Oliveira Cavalcanti; Cordeiro, Luiz Filipe Alves; Sales, Aldo Torres. Potenciais ganhos da implementação de jardins filtrantes para o reuso de águas cinzas em prédios públicos. Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, v. 12, n. 4, p. 796-807, 2021.
Ferreira, Juliana Cardoso; Bitencourt, Emanoelen Bitencourt E.; Pereira, Gleidson Marques. Jardins filtrantes: uma alternativa paisagística para tratamento de esgoto. Revista Multidisciplinar de Educação e Meio Ambiente, v. 2, n. 3, p. 63-63, 2021.
Figueiredo, Isabel Campos Salles et al. Águas cinzas em domicílios rurais: separação na fonte, tratamento e caracterização. Revista DAE, v. 67, n. 220, 2019.
França, Carlos Laécio Evangelista et al. Caracterização físico-química das águas superficiais do Rio São Francisco nos municípios de Juazeiro/BA e Petrolina/PE. Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, v. 10, n. 6, p. 218-230, 2019.
Henrique, Ana Paula et al. Desenvolvimento e construção de protótipo para estudo de jardim filtrante como alternativa para destinação adequada de resíduos de esgoto–a chamada “água cinza”. Revista Engenho, v. 12, n. 1, p. 46-61, 2020.
Leonel, Letícia F.; Martelli, LF de A.; Da Silva, Wilson Tadeu Lopes. Avaliação do efluente de fossa séptica biodigestora e jardim filtrante. In: III Symposium on Agricultural and Agroindustrial Waste Management. São Pedro, São Paulo. 2013.
MARQUES, Márjori Brenda Leite; AMÉRICO-PINHEIRO, Juliana Heloisa Pinê. Wetlands: uma alternativa ecológica para o tratamento de efluentes. Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades, v. 6, n. 41, 2018.
RUBIM, Cristiane. Tratamento de efluentes com Wetlands e jardins filtrantes construídos artificialmente. Acesso em: nov. de, 2017.
Salomão, Pedro Emílio Amador et al. Reaproveitamento de água pluvial: estudo de caso na Universidade Presidente Antônio Carlos-Teófilo Otoni-MG. Research, Society and Development, v. 8, n. 5, p. 32, 2019.
Silva, W. T. L. Saneamento básico rural/ABC da Agricultura Familiar. Embrapa. Brasília, DF, p. 68, 2014. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/128259/1/ABCSaneamento-basico-rural-ed01-2014.pdf. Acesso em 20 de junho de 2023.
Vasconcelos, Elayne Cristina Gadelha et al. Interações ecológicas na atividade de forrageamento de abelhas Apis mellifera L. em área de ecótono no município de Cocal-PI. Research, Society and Development, v. 10, n. 16, p. e333101623674-e333101623674, 2021.
