ARQUITETURA E ERGONOMIA:
A ATIVIDADE COMO EIXO CONDUTOR DE PROJETO
Palavras-chave:
Arquitetura, Ergonomia, Programa de Necessidades Arquitetônico, Análise Ergonômica do TrabalhoResumo
Os projetos arquitetônicos, sobretudo os destinados aos edifícios industriais, têm adotado como parâmetro usual de dimensionamento, critérios fixos de metragem quadrada de acordo com mobiliário ou número de ocupantes por ambiente. Projetos destinados ao uso industrial também admitem, como fio condutor para sua configuração espacial, o fluxo da produção elaborado a partir das tarefas, preterindo, assim, a variabilidade do processo produtivo e sua evolução. Esta prática torna o espaço de trabalho um ditado ao qual os funcionários devem se adaptar, impactando na produtividade e na qualidade de produção de bens e serviços, que por sua vez, geram prejuízos financeiros à instituição. Uma das problemáticas, encontrada na concepção de projeto arquitetônico, é a dificuldade de integrar, na prática, a qualidade funcional prevista em um programa de necessidades, ao projeto. De fato, é considerado como prioridade, o que é prescrito, ou seja, a tarefa, desconsiderando a atividade e as questões dela decorrentes. Nesta pesquisa propõe-se uma articulação dos conceitos de Ergonomia à prática de projeto de Arquitetura, visando uma abordagem que assuma a atividade como o elemento organizador dos componentes do espaço. Integrou-se, então, como ferramenta auxiliar de investigação a Análise Ergonômica do Trabalho no processo de elaboração do Programa de Necessidades Arquitetônico. Para tanto, foram analisadas, de forma sistemática, as atividades, inerentes às tarefas de uma indústria brasileira do ramo alimentício. Os resultados apontaram que a falta da análise das atividades gerou um fluxo desordenado na produção e um leiaute que dificulta a flexibilização dos espaços.