CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL:
TRANSFORMAÇÃO DA CLÍNICA TRADICIONAL DE MUNDOS ISOLADOS EM LUGAR DA MULTITERRITORIALIDADE
Palavras-chave:
CAPS, Território, Reforma PsiquiátricaResumo
A Reforma Psiquiátrica foi estabelecida para outorgar os direitos das pessoas com sofrimento mental e reabilitá-las psicossocialmente. Com a sua formalização legal em 2002, “novos dispositivos e tecnologias de cuidados foram estabelecidos para desconstruir o hospital psiquiátrico em suas bases conceituais e assistenciais e promover a cidadania e a inserção social de pessoas que sofrem com os transtornos mentais” (AMARANTES,2003, p.7). Esses novos equipamentos, destacando os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), buscam, em meio aos processos assistenciais formais e humanos-ambientais, trabalhar com a lógica da heterogeneidade e a construção social para a re-territorializar seus usuários na cidade. O objetivo do presente artigo é discutir a complexidade da mudança de filosofias e práticas do sistema manicomial para a Reforma Psiquiátrica, e seus reflexos na relação entre usuário, serviço, espaço, cultura, cuidado cognitivo e subjetividade. A investigação tem caráter de pesquisa exploratória, uma vez que há escassos trabalhos acadêmico-científicos no contexto aqui abordado, e utilizará conceitos da Psicologia Ambiental para analisar o ambiente físico, componentes comportamentais das atividades de vida diária e os processos de territorialização dos usuários da rede de Saúde Mental.