Difusão de conhecimentos BIM para acadêmicos do curso de engenharia civil da UFCA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46421/enebim.v4i00.1950

Palavras-chave:

BIM, LIGA ACADÊMICA, EXTENSÃO, CAPACITAÇÃO

Resumo

A metodologia BIM trata-se de uma gama de processos voltados para o gerenciamento das partes fundamentais de um empreendimento, sejam eles dados da construção ou o formato digital do ciclo de vida do edifício (PENTTILÄ, 2006). Em um contexto de urgência de processos mais detalhados e otimizados, o BIM vem sendo difundido e implementado em diversos mercados e de diversas formas. Tem-se, por exemplo, medidas governamentais que visam tal implementação, como o Decreto N° 10.306, de 2 de abril de 2020, assinado pelo Governo Federal e que institui a utilização do BIM na execução direta, ou indireta, de obras e serviços de Engenharia realizados por órgãos de administração pública federal. A partir disso, evidencia-se que tais estudos não podem estar mais desligados do âmbito acadêmico de um curso como o de Engenharia Civil, onde os métodos utilizados na formação dos discentes impactarão, de forma significativa, os processos a serem realizados no mercado de trabalho futuro. Diante de tal contexto, a Liga Acadêmica de BIM da Universidade Federal do Cariri (LABIM UFCA), reafirmando o seu ideal de extensão e de difusão do conhecimento acerca da metodologia BIM, realizou um acompanhamento de turmas nas disciplinas de projeto e construção de edifícios I e II, disciplinas da grade curricular do curso. Tal medida foi feita com o intuito de garantir um suporte para os discentes, tanto através de conceitos, como também da aplicabilidade de softwares BIM para os projetos em estudo. Além disso, a ação se deu num contexto de ausência do estudo da metodologia na grade curricular comum da Universidade, sendo tal pretexto um dos principais motivos da existência da LABIM e de suas atividades desenvolvidas. Isso posto, tentou-se garantir, ao longo do processo de mentoria dos alunos, que os projetos desenvolvidos fossem modelados de forma integrada e detalhada, com processos colaborativos e de modelagens parametrizadas, onde várias disciplinas construtivas pudessem coexistir sem incompatibilidades. Portanto, a Liga continua com os propósitos de garantir uma formação mais completa do curso para os seus membros e para os discentes auxiliados pelas tarefas realizadas.

Diante da ausência do BIM como conteúdo previsto no Plano de Curso de Engenharia Civil da Universidade, a Liga Acadêmica de BIM tomou a iniciativa de implementar a metodologia por meio de capacitações para a comunidade acadêmica. Os eventos foram ministrados para alunos matriculados em duas disciplinas, Projetos e Construção de Edifícios I e Projetos e Construção de Edifícios II, de modo a abordar temas compatíveis com os planos de ensino dos componentes. Para a primeira turma, foram abordados 3 temas, projeto arquitetônico, projeto estrutural e execução de cortes e fachadas. Já para o segundo grupo, foram ministrados os temas de projeto de alvenaria modular, projeto de coberta e águas pluviais. Todas as atividades foram ensinadas através de plataformas virtuais, com apenas conteúdos práticos e possuindo um suporte para tirar dúvidas por meio de grupo em rede social de troca de mensagens, com tutores disponíveis para sanar os problemas durante todo o semestre. O software escolhido para as atividades foi o Revit, da Autodesk, devido a sua popularidade na comunidade acadêmica e disponibilidade de licença estudantil. A quantidade de alunos matriculados nas duas disciplinas somava 70 alunos. Desse total, 20 participaram do acompanhamento. Foi realizada uma pesquisa online pelo Forms do Google, onde as perguntas eram sobre o nível de conhecimento dos participantes antes e depois do acompanhamento. Dos 20 participantes do acompanhamento, 13 responderam o formulário. Nota-se que a quantidade de alunos que sabiam muito pouco, antes do acompanhamento, foi zerada, e que a quantidade de alunos que sabiam razoavelmente bem cresceu de 7,7% para 30,8%.

O impacto para os alunos pôde ser observado na comparação entre o nível de conhecimento que eles iniciaram e em que eles finalizaram o acompanhamento, trazendo à tona o fato de que o objetivo do projeto foi alcançado. Porém, apesar do objetivo ter sido alcançado, ainda há diversos pontos a serem melhorados para os acompanhamentos futuros. Os acompanhamentos foram realizados de forma remota, devido ainda existirem as sequelas da pandemia e a maior flexibilidade dos horários. Porém, agora que se tem novamente atividades presenciais na universidade, um acompanhamento presencial, utilizando os laboratórios da universidade, aponta-se como o ideal. Pois, apesar do ensino à distância se mostrar eficaz, entende-se que há um maior rendimento no ensino presencial. Outro ponto a ser citado é o fato de nem todos os alunos que cursaram as disciplinas terem participado dos acompanhamentos, o que demonstra um certo desinteresse e receio de adotar uma nova metodologia, mesmo com o acompanhamento no ensino da ferramenta. Observando isso, vê-se a necessidade de, em próximos eventos, realizar atividades que estimulem os alunos a migrarem para a metodologia BIM. Levanta-se ainda o fato de os discentes da Liga que participaram das atividades de ensino ao longo do acompanhamento terem um enorme ganho de experiência. Não só no âmbito de lecionar, mas também de se aprofundarem nos conhecimentos sobre as ferramentas utilizadas no acompanhamento.

 

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Biografia do Autor

Francisco César Silva Coelho Filho , Universidade Federal do Cariri

Cursando Engenharia Civil na Universidade Federal do Cariri (Juazeiro do Norte - CE, Brasil).

Joyce Fernandes Frutuôso, Universidade Federal do Cariri

Cursando Engenharia Civil na Universidade Federal do Cariri (Juazeiro do Norte - CE, Brasil).

Juan Carlos Vieira Sousa, Universidade Federal do Cariri

Cursando Engenharia Civil na Universidade Federal do Cariri (Juazeiro do Norte - CE, Brasil).

Karenine Máximo de Oliveira Landim, Universidade Federal do Cariri

Cursando Engenharia Civil na Universidade Federal do Cariri (Juazeiro do Norte - CE, Brasil).

Ana Verônica Gonçalves Borges, Universidade Federal do Cariri

Mestrado em Engenharia Civil pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará (UFC). Professora Assistente do Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Cariri (Juazeiro Norte - CE, Brasil).

Referências

PENTTILÄ, H. Describing the Changes in Architectural Information Technology to Understand Design Complexity and Free-Form Architectural Expression. Journal of Information Technology in Construction, v. 11, special issue, p. 395-408, 2006.

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Publicado

2022-06-08

Como Citar

COELHO FILHO , Francisco César Silva; FRUTUÔSO, Joyce Fernandes; SOUSA, Juan Carlos Vieira; LANDIM, Karenine Máximo de Oliveira; BORGES, Ana Verônica Gonçalves. Difusão de conhecimentos BIM para acadêmicos do curso de engenharia civil da UFCA. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 4., 2022. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2022. p. 1–1. DOI: 10.46421/enebim.v4i00.1950. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/1950. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Experiência de ensino-aprendizagem BIM realizadas

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