BIM na concepção do projeto: uma experiência didática em disciplina de Pós-Graduação
Keywords:
Experiência Didática, BIM, Digitalização 3D, Prototipagem, Estudo de MassasAbstract
Na linha de pesquisa em Arquitetura e Urbanismo do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano da UFPE existe um grupo de professores que vêm estudando projetos e tecnologias digitais e ofertando disciplinas nessa área. Este artigo apresenta uma dessas disciplinas, de caráter experimental, ofertada no segundo semestre de 2019. Estruturada em uma carga-horária de 30 horas foi realizada em uma semana e focou o processo de concepção do projeto de arquitetura. A disciplina iniciou com uma contextualização teórica apresentando: o movimento dos métodos, os processos de projeto analógicos e digitais, a gestão da informação do projeto, o Building Information Modeling, e, impactos na produção do espaço edificado. Também foram abordados o uso de ferramentas e técnicas como digitalização 3D e prototipagem rápida. Essa abordagem inicial visou ampliar as pespectivas do uso da informação digital nos processos cognitivos, dentro de uma abordagem criativa ligada ao projeto de arquitetura e urbanismo. Após discussão e conscientização iniciaram-se a apresentação do problema de projeto a ser tratado pela disciplina, o contexto urbano e o método proposto, dentro de uma concepção de projeto arquitetônico visando o estudo de massas. A etapa experimental da disciplina foi constituída de duas partes: coleta de dados e estudo de massas. A coleta de dados ocorreu em três fases: Levantamento por foto do entorno, realizado com auxílio de drone; Processamento das imagens e transformação em nuvens de pontos (Nessa fase, os alunos também testaram o uso de técnicas como fotogrametria/ escaneamento a laser em objetos pequenos, usados nos estudos de massas.); aplicação das nuvens de pontos. Essa última constituiu por 2 momentos: prototipagem do entorno (3.a) e extração de informações a partir da nuvem de pontos (3.b). A prototipagem do entorno (3.a) constituiu-se da seguinte sequencia: geração de malha triangular, salvamento do modelo em STL, processamento do modelo para impressão e impressão 3D. O momento de geração do modelo de informação do edifício (3.b) serviu para extrair informações que auxiliaram no desenvolvimento do projeto proposto para a disciplina. Apos a etapa de coleta de dados iniciou o estudo de massas. Foi proposto que fossem realizados em 3 ciclos de trabalho: Ciclo 1: Criação de uma maquete física (a partir das dimensões do terreno, disponibilizados no modelo digital), escaneamento 3D (escaneamento da maquete); fatiamento (da maquete); corte à laser; montagem e edição do protótipo (processo manual) e edição do protótipo. O fatiamento do modelo 3D auxiliou aos alunos a gerarem plantas esquemáticas a partir do modelo 3D (com o fatiamento os alunos definiam as alturas dos pavimentos e o desenho das plantas, para, a partir dai, chegarem ao layout dos espaços) e finaliza com a edição da massa proposta. Ciclo 2: Repete os passos do ciclo 1. Ciclo 3: O processo se repetiu e finalizou com a criação de um volume impresso em 3D. As maquetes físicas eram contextualizadas na maquete do entorno (gerada a partir da nuvem de pontos). A ideia de trabalhar em paralelo o modelo físico (3.a) e virtual (3.b), era de que a partir da informação digital oriundo do modelo físico os alunos pudessem editar e gerar informações para auxiliar na avaliação das soluções propostas, usando ferramentas de modelagem paramátrica com programação visual (p.ex. grasshopper) e de modelagem BIM, dentro de um ciclo analógico/digital. Todavia, em virtude da limitação temporal e de conhecimento deu-se ênfase ao ciclo 3.a. Os trabalhos, realizados por equipes de 3 a 4 alunos, mostraram diferentes níveis de aceitação do fluxo proposto. Mesmo assim, o processo trouxe impactos positivos, contribuíndo com o processo criativo, o que denotou benefícios na incorporação da modelagem da informação digital no processo de concepção do edifício.
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