OS ESPAÇOS LIVRES NO HABITAR DOMÉSTICO: ÁREAS VERDES E COMUNIDADES EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL
DOI:
https://doi.org/10.46421/entac.v18i.702Palavras-chave:
Habitação social, Vazios urbanos, Rede áreas verdes, Saúde do habitatResumo
No contexto brasileiro, os espaços abertos ao longo dos quarteirões urbanos seguem sendo espaços residuais, com geometrias irregulares e pequenas, configurando fatias urbanas sem continuidade e conectividade. Este cenário pode ser percebido nas imagens dos grandes centros urbanos e se repete, de modo ainda mais permissivo e negativo, no habitar doméstico de populações de baixa renda. Diante deste contexto, o artigo procura despertar o diálogo sobre as estratégias formais para os espaços abertos no entorno de habitações de interesse social e as respectivas qualidades ambientais relacionadas à saúde humana. A intenção é
debater sobre os espaços de intermediação entre os edifícios, os vazios urbanos como estratégias de continuidade e conectividade para a integração de redes de áreas verdes. Assim, este artigo pretende fomentar o debate sobre os padrões de ocupação do solo nas comunidades em situação de vulnerabilidade social e os benefícios dos espaços livres nas cidades. Por fim, ressaltas-e que pensar o projeto do edifício de modo sincrônico aos espaços abertos, considerando todos os seus possíveis benefícios apontados pela literatura, parece ser oportuno à qualidade de vida dos moradores, além de contribuir para a produção de cidades mais sustentáveis e saudáveis.
Referências
BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil: arquitetura moderna, lei do inquilinato e difusão da casa própria. 4° ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.
CARVALHO, T.C.C. As dimensões da habitação. Projeto, nº77, pp. 95-103, 1985.
COMELLI, J.P. Agricultura urbana: contribuição para a qualidade ambiental urbana e desenvolvimento sustentável. Estudo de Caso – hortas escolares no município de Feliz/RS. Dissertação de mestrado. Engenharia. NORIE/ UFRGS, 2015.
GEHL, J. Cidades para as pessoas. São Paulo: Perspectivas, 2015.
GEHL, J. A vida entre edifícios: usando o espaço público.1° edição. Lisboa, 2017.
NEWMAN, P. The environmental impact of cities. Environment & Urbanization, v. 18, n. 2, p. 275–295, 2006.
ONU Brasil, Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, ONU, 2015. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/Acesso em: 20 set. 2019.
REIS, A. T. L. Forma urbana tradicional e modernista : uma reflexão sobre o uso e estética dos espaços urbanos. Arquisur revista. Argentina. n. 6, p. 70-87, 2014.
SATTLER, M. A. (Org.); REGO SILVA, J.J. (Org.). Sustentabilidade do Ambiente Construído. O que você tem com isso?. ANTAC, 2010. v. 2. 763p.
TSCHUMI, B. Event-cities 3: Concept vs. context vs. content. Cambridge: MIT Press, 2005.
VALLADARES, L.P. Passa-se uma Casa. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
WIENER, P. L.; SERT, J.L. “Can Patios Make Cities?”. Architectural Forum, 99, no. 2 (agosto 1953): 124-131.