Arquitetura bioclimática do espaço público

Análise do Residencial Parque Brasil, em Teresina, PI

Authors

Keywords:

Conjuntos Habitacionais, Microclima, Ficha Bioclimática, Arquitetura bioclimática

Abstract

O déficit habitacional, decorrente do crescimento urbano e populacional, ocasionou a criação de políticas públicas caracterizadas pela construção em massa de habitações de interesse popular. Porém, tais construções, no geral, não possuem a devida qualidade ambiental e geram impactos no microclima urbano e na qualidade de vida da população. O presente estudo tem como objetivo realizar uma análise bioclimática do Residencial Parque Brasil, em Teresina, Piauí, a partir de seus elementos espaciais e ambientais. Para isso, foi realizado um estudo descritivo dos documentos obtidos junto aos órgãos responsáveis, visitas in loco e fotografias, e foram comparados os planos urbanísticos iniciais com o projeto executado. Em seguida, foi aplicado o método de avaliação espacial e ambiental desenvolvido por Romero (2015), fichas bioclimáticas, em dois pontos escolhidos do residencial. Os resultados mostraram diferenças entre os planos urbanísticos iniciais e o que foi entregue para a população. Além disso, as fichas bioclimáticas mostraram diversos aspectos inadequados à Arquitetura Bioclimática que atuam no desconforto térmico e na ausência de qualidade do espaço, como orientação das vias, ausência de vegetação ou mecanismos para amenizar a intensidade solar e uso de materiais superficiais inadequados. O estudo evidenciou a importância da construção de conjuntos habitacionais voltados para as condicionantes locais, e pensados para o conforto térmico e melhoria da qualidade de vida da população, além de uma maior fiscalização e compromisso dos órgãos responsáveis para evitar diferenças negativas entre o projeto proposto e o projeto entregue à população.

Author Biographies

Ylana Leal Melo de Oliveira, Universidade de Brasília

Arquiteta e Urbanista graduada pela Universidade Federal do Piauí (CT/UFPI) (2018), com graduação sanduíche (2014/2015) na cidade de Leeds, na Inglaterra, cursando (BA) Hons Architecture na Leeds Beckett University. Na graduação, participou da fundação do Fab Lab Teresina (UFPI), atuando em pesquisas na área de tecnologia, fabricação digital e prototipagem na Arquitetura. Especialista em Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanística pela Universidade de Brasília (PPG-FAU/UnB) (2020). Atualmente, Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (PPG-FAU/UnB) na área de concentração Tecnologia, Ambiente e Sustentabilidade, com pesquisas na área de mudanças climáticas e ilhas de calor urbanas.

Marta Adriana Bustos Romero, Universidade de Brasília

Graduação pela Universidad de Chile e pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1978), Especialização em Arquitetura na Escola de Engenharia, USP de São Carlos (1980). Mestrado em Planejamento Urbano pela Universidade de Brasília (1985) e Doutorado em Arquitetura - Universitat Politecnica de Catalunya (1993), Pós-doutorado em Landscape Architecture na PSU (2001). Professora Titular da Universidade de Brasília. Pesquisadora e bolsista do CNPq desde 1994, PQ nível 1 de 2006 até 2020. Atua principalmente nos seguintes campos: tecnologia da Arquitetura e do Urbanismo, sustentabilidade, urbanismo sustentável, bioclimatismo, desenho urbano, espaço público, e arquitetura e clima. Nesses campos, publicou e organizou os seguintes livros e coletâneas: Princípios Bioclimáticos para o Desenho Urbano (1988, 6a ed. 2016); Arquitetura Bioclimática do Espaço Público (2001, 4a ed. 2015); Indicadores de Sustentabilidade Urbana (2007); Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanística (2009, 2a ed. 2015); Tecnologia e Sustentabilidade para a Humanização dos Edifícios de Saúde (2011); Arquitetura do Lugar. Uma visão bioclimática da Sustentabilidade em Brasília (2011); Reabilitar o Urbano (2012); Ilhas de Calor (2019). Líder do Grupo de Pesquisa A Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo. Principal pesquisadora do Laboratório de Sustentabilidade Aplicada a Arquitetura e ao Urbanismo LaSUS. Coordena Curso de Especialização à Distância, Lato Sensu "Reabilita - Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanística", hoje na sua 11ª edição. Coordenadora brasileira do Consórcio de Cooperação Bilateral USA/Brasil - USBUFC, Capes/Fund for the Improvement of Postsecondary Education-Fipse 2002 2006 e 2008-2012. Coordenou a elaboração dos Projetos Diretores Urbanísticos para os Campi Gama e Ceilândia da UnB. Coordenadora da pesquisa do Ministério da Saúde para a reabilitação ambiental de edifícios da Hemorrede do Brasil. Coordena pesquisa com MS de acessibilidade e segurança de trabalho de Centros Especializados em Reabilitação - CER e Oficinas Ortopédicas.

References

Fundação João Pinheiro. (2019) . Déficit habitacional no Brasil. Belo Horizonte. Centro de Estatísticas e Informação.

IBGE. (2021). Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Cidades e Estados. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/pi/teresina.html>.

Lima, V. V.; Viana, B. A. da S. (2019). A dinâmica da política habitacional brasileira em Teresina-PI. InterEspaço: Revista de Geografia e Interdisciplinaridade, v. 5, n. 17, p. 01–22.

Oliveira, Y; Romero, M. (2022) Análise dos efeitos da urbanização na vegetação e na temperatura de superfície em Teresina–PI para os anos de 1991 e 2021. In: Congresso Internacional de Sustentabilidade Urbana, 2, Vitória. UFES: Anais... Vitória: UFES. p.43-52.

PLN. (2014). Residencial Parque Brasil. 27 ago. 2014. Apresentação do Power Point.

PLN. (2020). Programa Lagoas do Norte. Plano de reassentamento involuntário – PRI Canal Matadouro.

PMT - Prefeitura Municipal de Teresina. (2019). Projeto de loteamentos para reassentamento: Loteamento Parque Brasil IV – Masterplan.

Romero, M. A. B. (2015). Arquitetura bioclimática do espaço público. Brasília: Editora UNB.

Silva, C. F. e. (2009). Caminhos bioclimáticos: desempenho ambiental de vias públicas na cidade de Teresina - PI. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU UnB). Brasília, Brasil.

Silva, M. L. da; Tourinho, H. L. Z. (2015). O Banco Nacional de Habitação e o Programa Minha Casa Minha Vida: duas políticas habitacionais e uma mesma lógica locacional. Cadernos Metrópole, v. 17, n. 34, p. 401–417.

Silveira, C. R.; Moraes, L. M. (2021). Eficiência da avaliação pós-ocupação em conjuntos habitacionais. Research, Society and Development, v. 10, n. 7, p. 1–8.

Silveira, A. L. R. C. da. (2007). Parâmetros bioclimáticos para avaliação de conjuntos habitacionais na região tropical subúmida do Brasil. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU UnB). Brasília, Brasil.

Soares, E. C. D. S. (2017). Desenvolvimento Urbano Sustentável: Uma visão do Programa Lagoas do Norte, Teresina, Piauí. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente). Universidade Federal do Piauí, Núcleo de Referência em Ciências Ambientais do Trópico Ecotonal do Nordeste (TROPEN). Teresina, Brasil.

Vieira, Â. O.; Façanha, A. C. (2016). A Produção do Espaço Urbano e a moradia popular em Teresina (PI). In: Encontro Nacional De Geógrafos, 18, São Luís. AGB: Anais... São Luís: AGB.

Published

2023-12-06

How to Cite

Leal Melo de Oliveira, Y., & Adriana Bustos Romero, M. (2023). Arquitetura bioclimática do espaço público: Análise do Residencial Parque Brasil, em Teresina, PI. ENCONTRO LATINO AMERICANO E EUROPEU SOBRE EDIFICAÇÕES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS, 5. Retrieved from https://eventos.antac.org.br/index.php/euroelecs/article/view/2976

Issue

Section

Políticas públicas, planejamento e cidades sustentáveis

Similar Articles

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

You may also start an advanced similarity search for this article.