Sustentabilidade social

A experiência do urban design code aplicado na habitação social no Rio de Janeiro

Abstract

O que faz um lugar agradável para se viver? Esta pergunta inicia a intenção propositiva deste artigo. As dimensões de qualidade da sustentabilidade social vêm sendo discutidas no tema “habitação” ao redor do mundo e, em especial no Brasil. A Habitação de Interesse Social (HIS) passa por discussões mais amplas atualmente, com base na qualidade do desenho urbano dos empreendimentos habitacionais, na implantação dos edifícios, na valorização dos espaços intermediários, na conexão e relação com o contexto e no acesso a serviços de qualidade em escala proximal. Fato é que, atualmente, o conceito de qualidade está mais associado ao de agradabilidade que um determinado lugar oferece, do que ao edifício estritamente. Apesar dos esforços em construir diretrizes para atingir tal meta, falta - de forma geral, a sistematização de normas e diretrizes que assegurem a aplicabilidade dessas dimensões na HIS em diversas cidades. A busca pela breve sistematização de literatura sobre parâmetros de qualidade do desenho urbano capazes de assegurar a qualidade do projeto, e a participação dos atores envolvidos no processo é, assim, um dos objetivos deste artigo. O artigo busca, igualmente, na experiência do modelo Inglês do Urban Design Code (UDC), correlações que auxiliem a estruturação do projeto participativo no Brasil, identificando o papel do desejo dos usuários, assim como suas diferenças culturais. Por meio de levantamento histórico das bases do UDC e pela comparação entre as realidades britânica e brasileira, este artigo visa contribuir com a potencialização da aplicação do UDC como ferramenta para o aprimoramento da sustentabilidade social em projetos de Habitação de Interesse Social, traduzindo os conceitos trabalhados pelo Governo Inglês para o contexto e a viabilidade de implantação no cenário brasileiro, por meio de uma experiência didática realizada entre a UFRJ e a Oxford Brookes University.