MULHER E ESPAÇO PÚBLICO:

DESAFIOS NA APROPRIAÇÃO FEMININA EM PRAÇAS URBANAS

Resumo

As cidades historicamente são pensadas utilizando como padrão da sociedade a experiencia masculina. Dessa forma, o espaço público reforça a desigualdade de gênero, pois as mulheres enfrentam barreiras sociais e espaciais que são por vezes negligenciadas no planejamento urbano. A apropriação em espaços públicos tem aspectos socioculturais e pessoais, no entanto, compreende-se que o projeto urbanístico pode contribuir para a maior interação a mulher e o espaço. Portanto, o presente estudo busca compreender os aspectos morfológicos que podem contribuir para apropriação de mulheres em espaços livres públicos, em especial em praças urbanas. Possui como recorte espacial de análise a praça Agenor Moreira, localizada no bairro de Itapuã, município de Vila Velha-ES. O presente trabalho é resultado de uma colaboração entre a graduação e o mestrado e é de natureza aplicada, exploratória e descritiva, adotando uma abordagem qualitativa. E foi dividido em quatro etapas metodológicas: 1) Construção do referencial teórico e metodológico; 2) levantamento dos aspectos morfológicos; 3) levantamento comportamental; 4) Análises e correlações. A apropriação feminina em praças frequentemente está relacionada a atividades de cuidado, seja com crianças, idosos ou animais de estimação. O tempo destinado ao lazer e à socialização muitas vezes ocorre simultaneamente às responsabilidades, muitas das quais ainda são atribuídas às mulheres. É crucial que os espaços públicos sejam inclusivos e seguros, e para atingir tal objetivo, é essencial planejar considerando os grupos mais vulneráveis da sociedade. O desenvolvimento de cidades com uma perspectiva de gênero é uma maneira de criar ambientes mais acolhedores e democráticos. Compreender a relação entre espaço e gênero permite unir conhecimento e prática, e pode gerar estratégias valiosas para o planejamento urbano.