A INFLUÊNCIA DA VESTIMENTA NOS MODELOS DE CONFORTO TÉRMICO EM HABITAÇÕES NO CLIMA TROPICAL

Resumo

A escolha da vestimenta é uma das principais estratégias passivas de adequação do usuário em relação ao seu ambiente térmico por influenciar diretamente nas trocas de calor por condução, radiação, convecção e evaporação. No ambiente residencial, onde as restrições sociais são mais brandas, os moradores gozam de maior liberdade de composição, podendo ajustar-se facilmente as variações climáticas diárias e sazonais. Nesse sentido, este estudo buscou avaliar a contribuição do nível de isolamento da vestimenta nos modelos de conforto térmico adaptativo e PMV/PPD para a verificação da necessidade de resfriamento ou aquecimento de habitações em climas tropicais ao longo do ano. Foram analisados os dados climáticos horários de oito cidades paraibanas com auxílio do software Rhinoceros 7/ Grasshopper e do plugin LadyBug 1.2 de acordo com os modelos propostos pela norma americana de conforto térmico ASHRAE 55/ 2017. Constatou-se que o modelo PMV/PPD, quando considerado uma faixa de aceitabilidade térmica ampliada com valores de isolamento de vestimenta entre 0,15 e 3,55 clo, permitiu uma verificação mais aproximada do comportamento real dos usuários, além de possibilitar a simulação do período noturno, com ajustes na taxa de atividade metabólica e inclusão do efeito do isolamento do conjunto composto por cama, roupa de cama e roupa de dormir. Os valores referentes aos percentuais anuais de horários em que o usuário considera o ambiente termicamente aceitável teve variação entre as cidades estudas de 38,6% a 84,5% para 90% de aceitabilidade e de 57,3% a 95,6% para 80% de aceitabilidade de acordo com o modelo adaptativo, enquanto com o método PMV/PPD a variação foi de 83,3% a 99,9%.