ILHAS DE CALOR EM BRASÍLIA

Autores/as

  • Marta Romero Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Universidade de Brasília

Palabras clave:

ilhas de calor urbanas, Brasília, políticas de adaptação

Resumen

O lugar de Brasília foi escolhido principalmente por suas condições climáticas, e o Plano Piloto desenvolvido pelo urbanista Lucio Costa possui características bioclimáticas que são verdadeiras lições sobre planejamento urbano resiliente ao calor extremo, assim como as soluções arquitetônicas e os projetos modernistas adotadas por Niemeyer. Porém, o crescimento desordenado tem alterado sensivelmente o clima do Distrito Federal. As pesquisas realizadas no Laboratório de Sustentabilidade aplicada à Arquitetura e ao Urbanismo - LaSUS da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasília nos últimos anos mostram uma diminuição significativa do conforto na cidade. Em nossos estudos sobre as formas de monitoramento do fenômeno ilhas de calor, foram utilizadas imagens termais provenientes de sensoriamento remoto. Após o geoprocessamento dos dados das áreas amostrais definidas, a análise do campo térmico urbano no DF apresenta-se composta por: i) classificações supervisionadas dos materiais de superfície (software Quantum Gis); ii) fator W/H (largura da caixa da rua / altura dos edifícios), segundo uma base teórico numérica; iii) imagens de satélite termais, tais como transectos e imagens da câmera termográfica. Confirmada a existência de correlação estatística entre os materiais de revestimentos das superfícies urbanas e as temperaturas de Brasília - DF, algumas considerações podem ser feitas. Primeiro, as áreas que têm maior porcentagem de vegetação rasteira, asfalto ou solo exposto, apresentaram as temperaturas mais altas e as correlações são mais fortes. As superquadras com maior porcentagem de cobertura vegetal densa apresentaram as temperaturas mais amenas. Apesar de forte, a correlação destas áreas é a de menor valor entre as áreas do Plano Piloto, o que confirma que as correlações são ainda mais fortes nas áreas onde os materiais de superfície contribuem com aquecimento. Nossos resultados mostram que políticas de adaptação efetivas para diminuir o armazenamento de calor no tecido urbano constituem um verdadeiro seguro para a sobrevivência desta cidade patrimônio da humanidade.

Publicado

2023-10-02

Cómo citar

ROMERO, Marta. ILHAS DE CALOR EM BRASÍLIA. In: ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 15., 2019. Anais [...]. [S. l.], 2019. p. 663–672. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/encac/article/view/3946. Acesso em: 22 dic. 2024.

Número

Sección

2. Clima e Planejamento Urbano