Ensino do BIM na arquitetura: uma didática pelo desenvolvimento de habilidades e competências

Autores

Palavras-chave:

Building Information Modeling, Arquitetura e Urbanismo, Ensino, Graduação, Habilidades e Competências

Resumo

INTRODUÇÃO: De acordo com o Bouw Informatie Raad (2015) ao introduzir o Building Information Modeling (BIM) no fluxo de trabalho de uma organização, muitas vezes, a tecnologia é enfatizada e aspectos comportamentais e culturais desta nova mentalidade são subestimados. Entretanto, atuar no mercado onde se insere o BIM, requer que os profissionais da cadeia da construção civil possuam competências diversas. Atenta às novas demandas apresentadas pelo mercado e comprometida com o perfil profissional de seus egressos, o curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-MG, unidade Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, proporciona conhecimento recente e inovador. No que se refere ao ensino do BIM, durante o percurso da formação do aluno, o currículo facilita a interdisciplinaridade, promovendo uma articulação entre as disciplinas. As quatro disciplinas obrigatórias de Modelos Informacionais ofertam um conteúdo progressivo, subsidiando o aluno o domínio desde o desenho arquitetônico à aplicação de softwares diversos, chegando-se aos paramétricos. A experiência didática que se apresenta, trata da disciplina Modelos Informacionais: Projetos e Obras, objetivando: (i) possibilitar o entendimento das fases de um projeto de arquitetura para facilitar o gerenciamento de forma eficaz, através de ferramentas de controle de custos e qualidade; (ii) proporcionar o acesso do aluno às legislações vigentes, aplicadas à Arquitetura e Urbanismo e (iii) mostrar as possibilidades de trabalho profissional no que tange à execução de obra. DESENVOLVIMENTO: Dotada de uma infraestrutura de laboratórios completos, com computadores individuais e atualizados, tecnologia de comunicação e softwares licenciados, aplicou-se na disciplina os recursos ideais à prática do conteúdo proposto. A disciplina foi ministrada no conceito de mediação de aprendizado, onde as práticas pedagógicas estimularam a ação discente em uma relação teoria-prática no encontro ao desenvolvimento e observância das habilidades e competências necessárias ao contexto multidisciplinar, tecnológico, comunicativo e colaborativo que o BIM demanda no mercado atual. O conceito de ensino por competências é discutido por Machado (2006) nos estudos de epistemologia e didática da Universidade de São Paulo. Seis são os elementos fundamentais para constituir tal noção: pessoalidade, âmbito, mobilização, conteúdo, abstração e integridade. A competência é um atributo das pessoas, exerce-se em um âmbito bem delimitado, está associada a uma capacidade de mobilização de recursos, realiza-se necessariamente junto com os outros, exige capacidade de abstração e pressupõe conhecimento de conteúdos. Por sua vez, Succar (2012) discorre que competências BIM individuais são o conhecimento, a habilidade e as características pessoais necessárias para gerar resultados que podem ser medidos e adquiridos ou aprimorados por meio de educação ou desenvolvimento. A atuação docente contou com a apresentação de exemplos contextualizados do mundo do trabalho e promoveu a interação conteúdo-prática, conduzindo os alunos à capacidade de mobilização e desenvolvimento pessoal nas atividades alusivas aos exemplos apresentados. A didática promoveu ainda visitas técnicas em escritórios de relevante atuação na arquitetura/BIM, onde pode-se reconhecer e debater as experiências da disciplina.  O framework didático desenvolvido (a apresentar), relaciona: conteúdo, atividades práticas, habilidades desenvolvidas/instrumental aplicado, competências desenvolvidas, reconhecimento de aplicabilidade prática. LIÇÕES APRENDIDAS: Ao final do semestre, foi solicitado um relatório individual a cada aluno. Sequencialmente, foi promovido um debate, onde todos experimentaram comunicar seus novos potenciais, sendo estimulados a replicar em futuras entrevistas e vida prática extra disciplina. Os posicionamentos obtidos (a apresentar) destacam as autodescrições que os alunos fizeram a respeito das novas habilidades e competências desenvolvidas dentro da disciplina. Os resultados sugerem estar alinhados à proposição da OECD (2018) que propõe que os alunos preparados para o futuro precisarão de conhecimento amplo e especializado, onde o conhecimento disciplinar continuará a ser importante em adição à capacidade de pensar além das fronteiras das disciplinas e, assim, exercer a ampla cognição.

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Referências

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOUWN INFORMATIE RAAD. BIM rollen en competenties. Disponível em: https://www.bouwinformatieraad.nl/ main.php?mode=download_cat&cat_id=2. Acesso em: 14 set. 2019.

MACHADO, N. J. Sobre a ideia de competência. In: SEMINÁRIOS DE ESTUDOS EM EPISTEMOLOGIA E DIDÁTICA - SEED, 2006, São Paulo. FEUSP – Programa de Pós-Graduação. Disponível em: https://www.nilsonjosemachado.net/ 20060804.pdf. Acesso em: 14 set. 2019.

OECD - Organisation for Economic Co-operation and Development. 2018. The Future of Education and Skills: Education 2030 – The Future we want. Disponível em: https://www.oecd.org/education/2030/ E2030%20Position%20Paper%20(05.04.2018).pdf. Acesso em: 14 set. 2019.

SUCCAR, Bilal. Episode 17: individual BIM competency. BIM Think Space. 9 ago. 2019. Disponível em: https://www.bimthinkspace.com/2012/08/episode-17-individual-bim-competency. html. Acesso em: 14 set. 2019.

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Publicado

21/11/2019

Como Citar

FLORES, D. A. N. .; SARAIVA JUNIOR, S. L. . Ensino do BIM na arquitetura: uma didática pelo desenvolvimento de habilidades e competências. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 2., 2019. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2019. p. 1–1. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/235. Acesso em: 18 maio. 2024.

Edição

Seção

Experiência didática realizada

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