Implementação da célula BIM na UCPEL

relato inicial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46421/enebim.v5i00.3517

Palavras-chave:

Célula BIM, Ensino em BIM, Maturidade BIM

Resumo

O uso de BIM na UCPel foi introduzido no ano de 2008, a partir de uma disciplina no curso de Arquitetura e Urbanismo, com foco na utilização do CAD para a representação de projetos técnicos, onde o professor responsável abordava o software ArchiCAD como possibilidade de uso da tecnologia. A partir de 2010, visando atingir um número maior de adesões em uma comunidade de usuários de Autocad, foi feita a migração para o software Revit. Assim, a disciplina ministrada posteriormente nos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo, trazia o conceito BIM para a aplicação na construção civil. Mesmo que informalmente, as disciplinas ajudaram a desenvolver um conhecimento BIM de forma isolada, ainda não vinculada com a integração aos PPCs dos cursos. O objetivo deste trabalho é apresentar se ocorre uma inter-relação dos conhecimentos prévios dos alunos dentro dos campos BIM  (Política, Processo e Tecnologia), através de uma pesquisa, considerando o que foi diagnosticado pela Célula BIM da UCPel.

Em 2023, docentes e discentes dos respectivos cursos de graduação organizaram um projeto de extensão para a criação da Célula BIM na UCPel. Após a anuência e apoio da instituição para a participação, os cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil passaram a integrar a Rede de Células BIM da Antac. Apesar de recente, as reuniões sobre o tema já resultaram em discussões pertinentes para a adaptação do PPC da Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil. A primeira etapa para o Plano de Implementação BIM nas IES é o diagnóstico da Maturidade BIM dentro dos cursos, a partir da metodologia proposta por Böes et. al.(2021) A maturidade BIM dos dois cursos foi apresentada em julho, dentro do Programa de Aperfeiçoamento Docente (PADOC) da universidade e demonstrou potencialidades para futuras discussões e integrações entre as disciplinas e o conceito BIM. O modelo de análise da matriz curricular proposta pela Rede de Célula BIM da ANTAC identificou uma alta maturidade (63,75%) para o curso de Arquitetura e Urbanismo e média maturidade (40,63%) para o curso de Engenharia Civil. Dessa forma, o que foi identificado após a análise da maturidade BIM é que, o curso de Arquitetura e Urbanismo, apresenta uma integração BIM, considerada maior dentro dos campos de análise, demonstrando que os docentes e os cursos estão mais integrados com o BIM. Ademais, no curso de Engenharia Civil essa integração é menor, o que apresentou uma maturidade definida do curso. Quanto ao campo de tecnologia, existe uma diferença de diagnóstico entre os dois cursos que utilizam basicamente os mesmos laboratórios, entretanto, os softwares para o curso de Arquitetura e Urbanismo estão mais relacionados com as disciplinas e necessidades. A diferença entre os cursos tange principalmente quanto ao uso do BIM, publicações e alunos capacitados.  Considerando esse resultado da matriz, a equipe da Célula BIM desenvolveu um questionário inicial que visa avaliar a maturidade e o nível de conhecimento dos estudantes da instituição. O questionário foi encaminhado para todos alunos matriculados nos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo. No curso de engenharia civil o público de 75% dos participantes estão cursando o último semestre. Já na arquitetura há uma predominância de alunos que já passaram pela metade do curso, totalizando 65% das respostas. No curso de engenharia 92% atuam (trabalham ou estagiam) na área de formação mas somente 25% utilizam BIM. Na arquitetura 75% dos participantes atuam na área e 45% utilizam BIM. Considerando a pergunta quanto ao conhecimento sobre a Célula BIM da UCPel, 53,1% dos participantes afirmam conhecer, sendo que destes 33% dos participantes do curso de engenharia possuem ciência e 55% dos participantes do curso de arquitetura. No curso de engenharia 75% dos participantes possuem interesse em obter mais informações sobre a célula BIM, e na arquitetura 95% assinalaram ter interesse em saber mais sobre a extensão. Além dos conhecimentos abordados em sala de aula, 58% dos alunos de engenharia já buscaram alguma capacitação extracurricular de BIM, enquanto que na arquitetura 50% indicaram essa alternativa. Os resultados apontam que, do universo de participantes, todos já ouviram falar de BIM, sendo que 50% dos alunos de engenharia afirmam que ao longo do curso algum docente já abordou o assunto em disciplinas; para os participantes da arquitetura 90% fazem a mesma afirmação. Quanto à infraestrutura, 33% dos alunos do curso de engenharia afirmam ter conhecimento de que os laboratórios possuem ferramentas para desenvolvimento em BIM, e na arquitetura 95% dos alunos possuem essa informação. Ao serem questionados sobre a pretensão em utilizar BIM após a formação acadêmica, 83% dos participantes do curso de engenharia afirmam ter interesse, já na arquitetura 95% fazem a mesma afirmação.

Com base nos resultados acima listados, podemos supor que, a maturidade alta evidenciada na aplicação da matriz no curso de arquitetura e urbanismo fica atestada com o dado de que 90% dos alunos de arquitetura afirmam que os docentes usam o BIM nas disciplinas ao longo do curso, 95% dos alunos possuem conhecimento da estrutura física e laboratórios adequados ao BIM e 95% dos participantes afirma interesse em usar BIM após a formação. A média maturidade no curso de engenharia fica evidenciada nos resultados de que 50% dos alunos participantes afirmam a abordagem de BIM ter sido realizada pelo corpo docente, seguida do baixo conhecimento de somente 33% possuem a informação acerca de laboratórios adequados aos uso de BIM. Ao mesmo tempo, 83% dos acadêmicos participantes manifestam interesse em usar após a formação, o que demonstra a importância da adequação do curso frente ao uso do BIM. A análise da matriz curricular do curso de engenharia civil foi realizada e apontou que 69% das disciplinas possuem de forma clara ou pode existir interface com o BIM. Essa análise provocou o início das adequações dos Planos de Ensino do Curso. O curso de arquitetura e urbanismo ainda está em fase de análise da matriz curricular. Inicialmente os cursos pretendem implementar os conteúdos BIM dentro das disciplinas que apresentam interface com sua aplicação.

 

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Biografia do Autor

Stifany Knop, Universidade Católica de Pelotas

Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pelotas. Professora Auxiliar da Universidade Católica de Pelotas (Pelotas, RS - Brasil)

Liane Porto Griepp, Universidade Católica de Pelotas

MBA Projeto, execução e desempenho de estruturas e fundações - IPOG (Porto Alegre, RS). Professora da Universidade Católica de Pelotas (Pelotas, RS)

Ricardo Brod Mendez, Universidade Católica de Pelotas

Mestrado em Ciências da Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, RS). Professor Assistente da Universidade Católica de Pelotas (Pelotas, RS - Brasil)

Camila Pieper Borges, Universidade Católica de Pelotas

Cursando Arquitetura e Urbanismo na Universidade Católica de Pelotas (Pelotas, RS - Brasil)

Lauren Gonçalves Vieira, Universidade Católica de Pelotas

Cursando Arquitetura e Urbanismo na Universidade Católica de Pelotas (Pelotas, RS - Brasil)

Priscila Rodrigues Dias Gonçalves, Universidade Católica de Pelotas

Especialização em prótese dentária pela Faculdade São Leopoldo Mandic - Unidade Porto Alegre, RS. Cursando Arquitetura e Urbanismo na Universidade Católica de Pelotas (Pelotas, RS - Brasil)

Referências

Böes, Jeferson Spiering, Barros, José de Paula e Lima, Mariana Monteiro Xavier de. Modelo de maturidade BIM para instituições de ensino superior. Ambiente Construído [online]. 2021, v. 21, n., pp. 131-150.

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Publicado

02/11/2023

Como Citar

KNOP, S.; GRIEPP, L. P.; MENDEZ, R. B.; BORGES, C. P.; VIEIRA, L. G.; GONÇALVES, P. R. D. Implementação da célula BIM na UCPEL: relato inicial. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 5., 2023. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2023. p. 1–1. DOI: 10.46421/enebim.v5i00.3517. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/3517. Acesso em: 4 maio. 2024.

Edição

Seção

Planejamento de inserção de BIM na educação