ANÁLISE DO IMPACTO DO COEFICIENTE DE PRESSÃO NA SIMULAÇÃO DE VENTILAÇÃO NATURAL EM AMBIENTES INTERNOS

Resumo

Em climas quentes, como os predominantes ao longo do território brasileiro, a ventilação natural assume um papel de relevância no conforto térmico. A ventilação natural não só retira carga térmica dos ambientes, como auxilia no processo de evapotranspiração do usuário, contribuindo para a sensação de conforto. Contudo os processos de ventilação natural não são simples, envolvendo uma modelagem complexa em softwares de simulação para sua estimativa e verificação das exigências de conforto térmico. Esse trabalho teve como objetivo comparar diferentes estimativas de coeficiente de pressão de ventos para uma edificação educacional: os coeficientes de pressão estimados pelo EnergyPlus e aqueles obtidos através de simulação em CFD, bem como os respectivos impactos na renovação do ar dos ambientes. Para isso foi estudada uma edificação educacional localizada em Palmas, TO, que possui uma geometria e soluções de ventilação natural complexas, com cobogós, venezianas, janelas basculantes e dutos de ventilação no interior. Foi aplicado às taxas de renovação de ar obtidas com os coeficientes de pressão calculados pelo EnergyPlus e os coeficientes nulos, o indicador de desempenho desvio médio (MBD) para avaliar a sub ou superestimação em relação às taxas de renovação de ar resultante da simulação com os coeficientes de pressão obtidos pelo CFD. Os resultados mostram que apesar de o comportamento das curvas de renovação de ar ser similar com os coeficientes de pressão do CFD e do EnegyPlus, os resultados obtidos com o EnergyPlus tendem a subestimar as taxas de renovação de ar. A partir dos resultados não é recomendado para edificações com geometria não retangular e/ou complexa o uso do EnergyPlus para o cálculo dos coeficientes de pressão, e tampouco o uso de coeficientes nulos. Sendo recomendado, portanto, a obtenção dos coeficientes de pressão através de simulações em CFD.