Interface entre o BIM e os componentes curriculares do curso de Engenharia Civil do IFPB

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.46421/enebim.v5i00.3471

Palabras clave:

BIM, Interface, Componente Curricular

Resumen

Este trabalho relata parte das ações da Célula Bim do IFPB, campus João Pessoa-PB, na elaboração do plano de implantação BIM para o curso de Bacharelado em Engenharia Civil da referida instituição. Com base na análise da matriz curricular vigente, foi constatado um nível médio de maturidade BIM, com índice de maturidade de 51% (BOES; BARROS; LIMA, 2021), e com a perspectiva de capacitar os discentes com habilidades no nível intermediário em BIM. Isto posto, foi desenvolvido um trabalho, em conjunto com o corpo docente, para avaliar o potencial de interface com o BIM para cada componente curricular da área técnica. Essa análise foi realizada como parte da reformulação do Plano de Projeto Curricular (PPC) do curso, para o ano de 2024. De acordo com o modelo de sistema de representação utilizado para registrar as análises relacionadas à interface com BIM em cada componente curricular, desenvolvido por Checcucci e Amorim (2014), foi realizada uma consulta aos docentes a partir de um formulário eletrônico. As perguntas presentes no formulário direcionaram a atenção cuidadosa dos docentes para as categorias sugeridas pela metodologia desenvolvida. Essa abordagem levou a compreender que é viável incorporar o BIM em um curso de graduação por meio dos componentes curriculares que já são regularmente oferecidos. 

Com o objetivo de facilitar a discussão entre os professores e a Célula BIM, o corpo docente foi organizado em comissões, divididas por áreas de atuação. No total, foram estabelecidas cinco comissões, abrangendo as áreas de (i) materiais de construção e infraestrutura, (ii) representação gráfica, (iii) estruturas, (iv) recursos hídricos e saneamento, (v) construção civil e planejamento. Foram realizados encontros com as referidas comissões, nos quais foi apresentada a Célula BIM e discutida a importância da inserção do BIM na educação e no curso, baseando-se, principalmente, nos marcos legais pertinentes (DCN, decreto federal, lei de licitação). Além disso, foi dialogado de que forma a metodologia BIM poderia ser inserida no contexto dos componentes curriculares obrigatórios, propostos para o novo PPC do referido curso. Essa abordagem revelou-se interessante e produtiva, uma vez que permitiu ampliar a perspectiva de muitos docentes em relação à integração do BIM, desmistificando a noção de que se trata de algo intangível ou necessariamente relacionado ao uso de um software específico. Durante esse encontro foi preenchido, em conjunto com os professores, o formulário eletrônico que avaliava a interface BIM de um dos componentes curriculares daquela comissão. Essa atividade proporcionou um espaço para esclarecer dúvidas e capacitou os professores para preencher o formulário para os demais componentes com maior segurança. No formulário, foram coletados dados do componente curricular, tais como nome, docente, período, carga horária, modalidade e área de atuação. A seguir, os docentes deveriam responder perguntas relacionadas a que conceitos, competências e estágios BIM podem ser trabalhados nesse componente, bem como apontar de que forma o BIM poderá ser inserido nesse componente (conceitual ou prática), qual o potencial de interdisciplinaridade do componente e em qual fase do ciclo de vida da edificação este componente pode atuar. Por fim, o docente era convidado a registrar, em sua análise, se existe ou não interface entre o BIM e o componente curricular em questão.

Após identificarmos a interface BIM em cada componente curricular, nos deparamos com o desafio de registrar essas informações no plano de disciplina, já que o documento padrão da instituição não possui campos específicos para esse tipo de registro. Diante desta necessidade, desenvolvemos uma solução utilizando o complemento Autocrat do Google Planilhas. Criamos um documento denominado "Relatório de Interface BIM" por meio de um processo de mala direta. Nesse relatório, todas as categorias da metodologia desenvolvida por Checcucci e Amorim (2013) foram descritas de forma textual, oferecendo uma visão abrangente sobre a interface BIM em cada componente curricular. Para facilitar o acesso a esse relatório, geramos um link para uma versão em PDF e compartilhamos via e-mail com o docente responsável pelo preenchimento do formulário. Neste e-mail, orientamos que o link deveria ser copiado e colado no campo de “observações” do plano de disciplina. Dessa forma, os docentes e demais interessados podem acessar o relatório de interface BIM por meio desse link, proporcionando uma consulta mais direta e prática às informações relevantes relacionadas ao BIM em cada componente curricular. Essa solução contribuiu para garantir a transparência e acessibilidade das informações, mesmo dentro das limitações do formato padrão do plano de disciplina. Essa abordagem demonstrou que é possível inserir o BIM no curso de graduação de engenharia civil do IFPB aproveitando os componentes curriculares já existentes. O engajamento do corpo docente e a utilização de ferramentas tecnológicas apropriadas foram essenciais para promover uma análise cuidadosa e uma maior compreensão do potencial do BIM na formação dos alunos. Esperamos que essa experiência inspire outras instituições de ensino a adotarem abordagens semelhantes, valorizando a integração do BIM no contexto acadêmico e preparando os futuros profissionais de Engenharia Civil com as habilidades necessárias para atuarem de forma competente e atualizada no mercado de trabalho.

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Biografía del autor/a

Manoel Farias, Instituto Federal da Paraíba

Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Paraíba. Professor Efetivo no Instituto Federal da Paraíba (João Pessoa - PB, Brasil).

Marcela Fernandes Sarmento, Instituto Federal da Paraíba

Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental pela Universidade Federal da Paraíba. Professor Efetivo no Instituto Federal da Paraíba (João Pessoa - PB, Brasil).

Mellyne Palmeira Medeiros, Instituto Federal da Paraíba

Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental pela Universidade Federal da Paraíba. Professor Efetivo no Instituto Federal da Paraíba (João Pessoa - PB, Brasil).

Vitto Bruno de Sales Germoglio, Instituto Federal da Paraíba

Especialização em Master em Arquitetura pelo Instituto de Pós-Graduação e Graduação. Professor substituto no Instituto Federal da Paraíba. (João Pessoa, PB - Brasil)

Citas

BÖES, J. S., BARROS NETO, J. de P., & LIMA, M. M. X. de. BIM maturity model for higher education institutions. Ambiente Construído [online], v. 21, n. 2, pp. 131-150, 2021. https://doi.org/10.1590/s1678-86212021000200518.

CHECCUCCI, E. S.; AMORIM, A. L. Identificando interfaces entre BIM e a matriz curricular de cursos de engenharia civil. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE QUALIDADE DO PROJETO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 3.; ENCONTRO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO, 6., 2013, Campinas. Anais... Porto Alegre: ANTAC, 2013. 1 CD-ROM.

Publicado

2023-11-02

Cómo citar

FARIAS, Manoel; SARMENTO, Marcela Fernandes; MEDEIROS, Mellyne Palmeira; GERMOGLIO, Vitto Bruno de Sales. Interface entre o BIM e os componentes curriculares do curso de Engenharia Civil do IFPB. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 5., 2023. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2023. p. 1–1. DOI: 10.46421/enebim.v5i00.3471. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/3471. Acesso em: 23 nov. 2024.

Número

Sección

Planejamento de inserção de BIM na educação

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