O CDE no ensino de BIM

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46421/enebim.v4i00.1936

Palavras-chave:

BIM , CDE, ENSINO, AUTODESK

Resumo

O CDE no ensino de BIM

O Ambiente Comum de Dados ou Common Data Environment (CDE) é um conceito cada vez mais citado nos processos de trabalho em BIM e isto ocorre por diferentes fatores. Entre eles, o lançamento das duas primeiras partes da NBR ISO 19650 (2022), a qual recomenda expressamente que toda gestão da informação se dê no CDE, além da recente difusão de algumas plataformas digitais sob este título, por exemplo, Autodesk Docs, BIMSync, Project Wise, Dalux BOX, AutoDoc, Alto Qi Cloud e Construmanger.

Mas o que significa este termo? Com base na literatura mais recente, o CDE pode ser entendido como um meio para efetuar a integração dos projetos, a colaboração e a comunicação entre os principais membros da equipe e como o espaço virtual para armazenar, partilhar e sincronizar os dados de um determinado empreendimento durante o seu ciclo de vida (pré-obra, obra e pós-obra). Assim, o seu uso pode proporcionar um fluxo de informação gerenciável e sobretudo eficiente.

Diante do panorama exposto, a Quatre Ensino Especializado, que é um ATC Autodesk (Authorized Training Center), vem introduzindo em sua formação de BIM (Especialista BIM) o conceito do CDE, com uma abordagem teórica e prática através do uso contínuo da plataforma Autodesk Docs e da adoção das diretrizes e conceitos indicados pelo Guia PMBOK. Em síntese, essa formação tem por objetivo capacitar profissionais e futuros profissionais da Arquitetura, Engenharia, Construção e Operação para estabelecer conexões entre processos e ferramentas BIM e compreender os fundamentos do gerenciamento de projeto.

Nesse sentido os alunos são estimulados a realizarem diversas ações. Entre elas: a elaboração do Plano de Execução BIM; o entendimento de normativas, a modelagem de um edifício comercial, desde a Arquitetura, passando pela Estrutura e Instalações; a extração dos quantitativos e a precificação de alguns itens; a elaboração do planejamento;  a simulação do canteiro de obra e da realidade virtual; a compatibilização e coordenação deste projeto; além de análises como análises estruturais.

A formação é composta por 10 aulas on-line ao vivo com 2 horas de duração cada, que ocorrem a cada 15 dias. Nesses momentos são apresentados conteúdos teóricos, algumas atividades práticas e orientações para o desenvolvimento do projeto piloto. No primeiro encontro, é estabelecido o cronograma de entregas semanais em que cada discente é conduzido a gerenciar em seu quadro, na ferramenta Trello, a sua lista de atividades e acompanhar o seu avanço. Além dos encontros, os alunos tem acesso a 18 módulos gravados e dedicados ao estudo das ferramentas usadas durante a capacitação (Revit, Navisworks, Robot, Docs, OrçaFacio, Seobra, BIMCollab entre outros) e tem a oportunidade, em toda semana, de participar da assessoria com os professores.

O treinamento em questão tem duração aproximada de 5 meses com mais um mês para entrega da atividade final, que consiste em um portfólio, no qual, são apresentados os trabalhos desenvolvidos na formação e externo a formação. Ao final de 6 meses e mediante entrega das atividades, os alunos recebem o certificado oficial Autodesk de Especialista BIM. Ressalta-se que o programa Especialista BIM da Quatre está na sua oitava turma e teve sua primeira classe em março de 2021, todavia desde de 2010 essa instituição realiza capacitações em BIM.

No decorrer do curso, a equipe pedagógica utiliza o Docs na prática para compartilhar com os alunos modelos e componentes BIM, documentos, manuais de boas práticas entre outros dados relevantes. Por essa plataforma, os alunos acessam os materiais mencionados e realizam as entregas das suas atividades, modelo de informações sejam eles gráficos ou não. No geral, os discentes e docentes usam o CDE como meio para trocar informações e comunicações e sobretudo como um canal de ensino e aprendizagem.

É importante mencionar que até a presente data, nem todo material didático é disponibilizado diretamente no CDE, pois há também o uso de ferramentas externas como o canal de videoaulas, na qual são disponibilizadas as gravações das aulas, orientações e arquivos de apoio. Mas diante as vantagens percebidas no Docs, pretende-se, para próximas turmas, aumentar a distribuição dos materiais didáticos dentro desta plataforma, considerando suas limitações e ampliar o uso de alguns recursos que ainda não foram explorados deste CDE.

Destaca-se algumas práticas que auxiliaram no entendimento teórico e na compreensão do fluxo de trabalho dentro de um ambiente comum de dados, tais quais: a convenção de nomenclatura, a adoção de metadados, a visualização on-line dos modelos BIM, a utilização de markups, o registro de issues, os fluxos de revisão, o controle de permissões, a geração de relatórios e dashboards, a sincronização e integração entre o CDE e as ferramentas (Autodesk Revit e Navisworks), entre outras feitos que simulam uma prática profissional.

Sabe-se que as tecnologias abordadas estão sendo constantemente desenvolvidas e isto implica em maior atenção e esforços permanentes, pós e durante a capacitação, bem como exige a revisão contínua do material didático e da metodologia aplicada. Todavia, reconhece-se que cada vez mais a interface dos aplicativos utilizados se torna mais amigável e os processos passam a ser visto de modo mais estruturado e sistematizado, tanto pelos professores como pelos os alunos.

Por fim, o aprendiz passou a ter ciência das novas responsabilidades que o processo em BIM requer, ao mesmo tempo passou a compreender também os ganhos e riscos desse novo fluxo de trabalho.  A teoria alinhada com a prática e a simulação profissional facilitaram o entendimento do CDE e desmitificaram o seu uso. Acredita-se que em razão da incorporação  deste, as seguintes competências estão sendo desenvolvidas: Organizational Management, Risk Management, Quality Management, Funcitional Basics, Facilitation, Project Management, General IT, Software Systems, Hardware and Equipment, Document Management, Standartization And Templates, System and Process Testing e Data and Network Support.

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Biografia do Autor

Rani de Moraes Soares, Quatre Ensino Especializado

MBA em Gestão com ênfase em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (Natal-RN, Brasil). Diretora e professora da Quatre Ensino Especializado.

Sandra Albino Ribeiro , Quatre Ensino Especializado

Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Natal-RN, Brasil).

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. (2022). NBR ISO 19650. Organização da informação da construção de edificação. Rio de Janeiro.

PMI - PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Guia PMBOK: Um Guia para o Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos, sexta edição, Pennsylvania: PMI, 2017.

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Publicado

2022-06-08

Como Citar

SOARES, Rani de Moraes; ALBINO RIBEIRO , Sandra. O CDE no ensino de BIM. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 4., 2022. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2022. p. 1–1. DOI: 10.46421/enebim.v4i00.1936. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/1936. Acesso em: 24 nov. 2024.

Edição

Seção

Experiência de ensino-aprendizagem BIM realizadas

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