INFRAESTRUTURAS VERDES E AZUIS COMO ESTRATÉGIA PROJETUAL DE CIDADES MAIS INTELIGENTES

Resumo

O processo de crescimento urbano, apesar de significativo para o desenvolvimento econômico das populações, enfatizou também os desafios relacionados à falta de planejamento urbano integrado às dinâmicas do ambiente natural. Nesse contexto, ao serem considerados os desafios vinculados às mudanças climáticas, à perda de qualidade de vida nas cidades e, mais recentemente, à pandemia de COVID-19, conceitos como “infraestrutura verde e azul” e “cidades inteligentes” têm ganhado visibilidade como possíveis estratégias de enfrentamento destas questões, melhorando, inclusive, a sustentabilidade das cidades. Apesar de estudos recentes apresentarem um consenso quanto à possibilidade de incorporação de infraestruturas verdes e azuis no planejamento de cidades inteligentes, ainda é percebido um maior interesse nas finalidades tecnológicas deste segundo conceito, negligenciando a possibilidade de se explorar como as cidades podem se tornar mais inteligentes ao se tornarem mais verdes. Portanto, devido à falta de referências bibliográficas que tratam simultaneamente dos dois conceitos, o presente trabalho apresenta a seguinte questão: quais as atuais conexões entre as infraestruturas verdes e azuis e as cidades inteligentes? Com a finalidade de responder a esta pergunta, uma análise bibliométrica é realizada no software gratuito VOSviewer, onde as principais palavras-chaves que permeiam os dois conceitos podem ser avaliadas de acordo com suas conexões. A análise bibliométrica gerou quatro grupos de associação entre as cidades inteligentes e suas palavras-chaves de maior conexão. Este resultado, por sua vez, conduziu a uma segunda pergunta: como as infraestruturas verdes e azuis podem ser incorporadas para melhorar as atuais conexões com as cidades inteligentes? Com o intuito de responder a esta questão, a seção de discussão apresenta uma breve revisão bibliográfica. Por fim, é reconhecido que a natureza e as soluções tecnológicas podem agir de forma complementar, auxiliando no alcance da sustentabilidade e no apoio à tomada de decisões.