Introdução do BIM 3D, 4D e 5D no curso de graduação de Engenharia Civil

Resumo

As dimensões 3D, 4D e 5D do BIM vêm sendo implementadas dentro das disciplinas de Orçamento de Empreendimentos e de Novas Tecnologias aplicadas à Construção Civil, da Universidade Federal Fluminense – UFF desde 2015, sendo apresentadas aos alunos de graduação a importância de agregar custo e tempo ao modelo tridimensional de uma edificação. Atualmente no Brasil, a extração das quantidades dos materiais e componentes dos projetos elaborados na plataforma BIM, independente da disciplina envolvida, apresenta-se parcialmente codificada em desacordo com as tabelas de composição de custo unitário de serviços a serem utilizadas em suas estimativas de custo. Vários órgãos públicos e empresas privadas disponibilizam tabelas de composição de custo unitário de serviços codificadas de acordo com as indicações normativas para codificação BIM, mas infelizmente estas tabelas não são padronizadas quanto aos critérios de quantificação de serviços similares. Este fato implica diretamente na forma de modelar, pois por ainda não existir padronização nas tabelas torna-se necessário que o projetista, ao modelar, possua conhecimentos de orçamento de modo a criar os elementos com suas respectivas keynotes focadas nas tabelas que serão utilizadas posteriormente na elaboração do orçamento. Caso contrário, o orçamentista necessariamente terá que extrair novamente todas as quantidades respeitando os critérios obrigatórios de quantificação determinados pelo órgão licitante. No curso, são também apresentadas ferramentas computacionais específicas para orçamento de obras que apresentam soluções otimizadas de busca de codificação de serviço por similaridade de texto a partir do arquivo de texto de quantidades de material extraído da modelagem de projetos cuja a modelagem não evoluiu na codificação. É importante salientar que estas soluções paliativas são apresentadas ao longo do curso de modo a contornar uma situação momentânea visto que o entendimento destas questões não conformes começou a ser tratado a nível de graduação implicando em evolução a longo prazo. Outros aspectos abordados no curso são a importância do envolvimento da equipe de orçamento na fase de desenvolvimento do projeto e do desenvolvimento de templates que foquem em elementos compatíveis com as tabelas disponibilizadas pelos órgãos federais, estaduais e municipais, lembrando que estas tabelas não são completas e que por vezes são utilizadas referências de várias tabelas na elaboração de um orçamento. Exemplos didáticos práticos são apresentados aos alunos demonstrando a forma correta de fornecer atributos aos elementos durante a modelagem de modo que a extração dos quantitativos possibilite a elaboração do orçamento de forma rápida e precisa dispensando o retrabalho de quantificação do projeto. Com relação à disciplina de ensino das dimensões 3D e 4D, são apresentadas ferramentas computacionais compatíveis com a metodologia de projeto em BIM. No início do curso, são ensinados programas de modelagem de edificações focando o aprendizado no conceito de hierarquização e parametrização de objetos. Em sequência, ferramentas de planejamento e gestão de obras são apresentadas, de tal forma que a interoperabilidade entre programas é também aprendida pelo estudo e aplicação do correto fluxo de informações entre plataformas. Para a interoperabilidade, o formato IFC é utilizado e, com isso, os alunos têm contato e aprendizado com o ambiente openBIM. Como dispositivo de avaliação do aprendizado, os alunos são divididos em grupos e realizam um projeto completo de uma edificação de pequeno porte, no que tange a modelagem, planejamento e orçamentação. Ao longo do trabalho, desafios são apresentados para que o aluno possa aplicar o conceito de parametrização e não redundância das ferramentas de modelagem.