A inserção do BIM no ensino do processo de projeto: estudos de caso das matrizes curriculares dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil da Unochapecó
Palavras-chave:
Building Information Modeling, Ensino, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia CivilResumo
O ensino da Modelagem de Informação na Construção em universidades tem se mostrado como uma barreira difícil de ultrapassar ao longo dos últimos anos. Sabe-se que não há uma construção teórica ideal de inserção do processo no âmbito acadêmico. Para Barison e Santos (2015), existem diretrizes que norteiam essa implementação desde seu início, porém, em locais já adotantes, deve-se realizar análises críticas individuais de sua aplicação, buscando encontrar deficiências e potencialidades. Ademais, a construção do modelo de informação exige um cenário colaborativo entre os diferentes profissionais que atuam sobre a criação de uma mesma materialização. Entretanto, ao longo dos anos, construiu-se uma realidade isolada de pensamento acerca de cada projeto, que necessita ser modificada para formação plena de um modelo sobre as premissas reais do BIM (Building Modeling Information). Nesse panorama, os cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil, pertencentes à Universidade Comunitária da Região de Chapecó, aderiram ao uso de ferramentas BIM no processo de ensino desde 2007, contudo, ainda são apontadas dificuldades no entendimento global do Modelo de Informação da Construção. À vista disso, desenvolvem-se estudos de caso sobre as matrizes curriculares de ambas as graduações, com o intuito de explanar as competências e insuficiências das didáticas de ensino adotadas. Por meio de análises teóricas dos currículos em vigor, foram procuradas disciplinas que apontassem a temática BIM explicitamente em suas ementas, resultando apenas em alguns componentes específicos de ensino das tecnologias (softwares) e não propriamente da utilização em todo o processo de projeto. Subentende-se que, por serem as ferramentas ensinadas, os acadêmicos fazem os seus usos nas demais, todavia o critério de escolha é individual. Buscou-se como complementação da discussão, entrevistas aplicadas aos coordenadores dos cursos, com o propósito de compreensão da forma com que o aprendizado tecnológico é inserido, e usado como aliado, no ensino da construção de diferentes tipos de projetos. Destacam-se pontos positivos de contato dos acadêmicos com as ferramentas, estimulando assuntos de ampla discussão no mercado atual e a familiarização com os programas mais comuns utilizados na indústria. Apesar da proximidade com a tecnologia, a sua aplicação na concepção do processo de projeto, envolvendo arquitetônico, estrutural, hidrossanitário, elétrico, prevenção e combate contra incêndio, e demais disciplinas cabíveis aos recortes, baseado nos ideais do modelo BIM, é parcialmente cumprida. São mostradas barreiras e realidades diferentes em cada uma das profissões, tanto no contato com os softwares, quanto na aplicação direta em projetos, resultando em patamares distintos no avanço do ensino de BIM. A disparidade apontada entre as graduações delineia um afastamento da metodologia colaborativa da qual as profissões necessitam, dificultando a formação de profissionais preparados para o trabalho em conjunto ao longo da carreira. Esses fatores são explicados a partir dos diferentes enfoques de cada curso ao longo da construção de seus currículos. Todavia, sabe-se que a modelagem de projetos já é realidade na indústria da construção civil e tem se desenvolvido aceleradamente com o surgimento de novas tecnologias. Tal perspectiva desencadeia a necessidade de preparo efetivo dos futuros responsáveis para o ingresso nesse mercado, formando profissionais conhecedores da metodologia e aptos à sua aplicação, com habilidades de cooperação e integração no processo.
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