Diagnóstico do potencial BIM no curso de Engenharia Civil da UFSCar
DOI:
https://doi.org/10.46421/enebim.v5i00.3364Palavras-chave:
BIM, Engenharia Civil, EnsinoResumo
Atualmente, no Brasil, existem muitos esforços voltados à introdução da Modelagem da Informação da Construção (BIM) na esfera pública, por meio da Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, que visa disseminar o BIM e suas potencialidades, estruturando o setor público para a adoção do BIM, criando condições para investimento público e privado, incentivo ao treinamento, atos normativos para contratação pública, desenvolvimento de normas técnicas e desenvolvimento da Plataforma e Biblioteca Nacional BIM. Em consonância com esse movimento, a mudança no projeto pedagógico do Curso de Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos, que entrou em vigor no início de 2019, inclui disciplinas obrigatórias de BIM e disciplinas optativas para uso avançado da plataforma, não apenas no contexto da construção civil, mas também no que diz respeito à abordagem do City Information Modelling (CIM). Busca-se agora, o desenvolvimento de um diagnóstico mais amplo e aprofundado das possibilidades de aplicação do BIM de forma integrada e transversal no maior número possível de disciplinas constituintes do projeto pedagógico, de forma a potencializar a integração mais robusta da metodologia BIM no ensino de Engenharia Civil na UFSCar. A iniciativa também tem em vista a nova atualização do projeto pedagógico do curso, prevista para 2024.
Para diagnóstico das potencialidades de inserção do BIM na Matriz Curricular do Curso de Engenharia Civil da UFSCar foi proposto o método e aplicada a ferramenta de diagnóstico desenvolvida por Checcucci (2004), Rodrigues e Lima (2017) e Andrade (2018), dentro da iniciativa Células BIM, (GT-TIC ANTAC). O conjunto das áreas que o compõem e caracterizam o curso de Engenharia Civil da UFSCar contribui para desenvolver habilidades necessárias à uma formação mais abrangente e integrada aos campos que requerem a transversalidade do conhecimento. A Resolução CNE/CES n° 11/2002, no seu Artigo 6º, estabelece que “todo o curso de Engenharia, independentemente de sua modalidade, deve possuir em seu currículo um núcleo de conteúdos básicos, um núcleo de conteúdos profissionalizantes e um núcleo de conteúdos específicos que caracterizem a modalidade”. No Curso de Engenharia Civil, estes núcleos estão presentes de forma integrada. O núcleo de Formação Básica está concentrado na primeira metade da formação do aluno, conferindo as condições fundamentais para o desenvolvimento dos conteúdos integrantes nas fases subsequentes representadas pelos núcleos de Formação Profissionalizante e o de Formação Específica. De forma geral, é possível notar, de forma percentual, uma ampliação das potencialidades de inserção da metodologia BIM nas atividades curriculares à medida que ocorrem as transições do curso do núcleo básico para o profissionalizante, e finalmente para o núcleo de formação específica. A proporção de disciplinas com interfaces possíveis e claras se ampliam claramente com o decorrer do curso. Entende-se que, no núcleo básico, em que, na formação em engenharia, há uma grande participação de disciplinas de ciências exatas puras, a possibilidade de se vislumbrar interfaces com BIM seja mais limitada. Essas interfaces se ampliam de forma mais clara e ostensiva à medida que os núcleos profissionalizante e específico passam a dominar a matriz, devido ao grande número de disciplinas de projetos das mais variadas especialidades inerentes à Engenharia Civil, para as quais, a interface e possiblidades de aplicação conceitual e prática da metodologia BIM se fazem mais claras.
A análise do currículo do curso de Engenharia Civil da UFSCar mostrou que, dentre as disciplinas obrigatórias e optativas oferecidas, apenas 35% não apresentaram nenhuma interface com a metodologia BIM, 29% apresentaram interface possível, a depender da abordagem dada aos conteúdos, métodos e processos aplicados pela disciplina, e 36% apresentaram interface clara, ou seja, possiblidades claras de inserção da metodologia BIM no ensino. Foi possível notar uma ampliação das potencialidades de inserção da metodologia BIM nas atividades curricular à medida que ocorrem as transições do curso do núcleo básico para o profissionalizante, e finalmente para o núcleo de formação específica. A proporção de disciplinar com interfaces possíveis e claras se ampliam claramente com o decorrer do curso. No núcleo de aprofundamento, constituído por disciplinas optativas de diversas áreas, possivelmente devido ao caráter aplicado das disciplinas oferecidas, observou-se uma maior flexibilidade dos conteúdos, permitindo a observação de oportunidades de abordagem da metodologia BIM. Além disso, nesse núcleo, o preenchimento das matrizes foi mais robusto, ou seja, foram observadas possibilidades mais ostensivas de abordagem das diferentes nuances conceituais e prática propostas pelo instrumento de avaliação. Diante de tal diagnóstico, pode-se concluir que o curso, em sua atual forma, apresenta oportunidades claras de inserção integrada da metodologia BIM, em suas diferentes formas. Abordagens conceituais podem ser aplicadas a disciplinas com tal caráter, e diante do grande número de disciplinas de projeto de diferentes especialidades, pode-se observar um terreno fértil para o desenvolvimento de diferentes habilidades práticas, pelo uso integrado de plataformas BIM.
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Referências
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA, COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL. Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Engenharia Civil (PPC 2019). São Carlos, 2018.
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