Adoção do BIM no curso de Engenharia Civil através de Projetos Integradores
Palavras-chave:
Ensino, Modelagem, Colaboração, BIM, Projetos IntegradoresResumo
A modelagem das informações da construção é um dos mais promissores desenvolvimentos da indústria da Arquitetura, Engenharia, Construção e Operação (AECO), podendo ser utilizado para projeto, planejamento, construção e operação (AZHAR, 2011). Uma perspectiva animadora para ampliação na adoção do BIM no país está com a publicação do Decreto Federal 9.337, o qual institui a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, e que, a partir de noves objetivos específicos, busca promover condições para investimento e difusão da modelagem no país. (CHECCUCCI, 2019). Com o aumento do interesse da indústria da AECO, pela adoção do BIM, cresce a procura por profissionais com domínio. No entanto, existe a falta de profissionais capacitados e que conheçam os benefícios BIM. (GODOY; CARDOSO; BORGES, 2013; LINO; AZENHA; LOURENÇO, 2012). Apesar da adoção do BIM na academia estar em um estágio inicial (ITO; SCHEER, 2017), ela vem gradualmente avançando, com destaque nos cursos de Arquitetura e Engenharia Civil. (RUSCHEL; ANDRADE; MORAIS, 2013). O projeto integrador é um componente curricular obrigatório no curso de graduação em Engenharia Civil da Faculdade Ari de Sá (FAS), sendo previsto no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e Plano Pedagógico de Cursos (PPC). Ele se desenvolve semanalmente, do primeiro ao oitavo semestre, tendo seu desenho metodológico a integração dos conhecimentos necessários à formação profissional, por meio do desenvolvimento de atividades pautadas em metodologias ativas de aprendizagem, realizadas em grupo. De modo específico, o Projeto Integrador está dividido em duas etapas: (i) Científica; (ii) Técnica. A etapa científica engloba os Projetos Integradores I, II e II, além da disciplina de Tópicos Integradores I. A etapa Técnica envolve os Projetos Integradores IV, V, VI, VII e VIII, além da disciplina Tópicos Integradores II.A adoção do BIM no curso ocorre através da etapa Técnica do Projeto Integrador, iniciando-se no 4º semestre (Projeto Integrador IV) até o 9º semestre (Tópicos Integradores II). O modelo desenvolvido no 4º semestre é revisitado nos semestres seguintes, permitindo o acréscimo de informações, possibilitando ao aluno, a experiência completa, desde o desenvolvimento do programa de necessidades a modelagem arquitetônica, sistemas prediais, estruturas, simulações, compatibilização, infraestrutura urbana, planejamento, extração de quantitativos e orçamento a partir dos modelos BIM. No 4º, 5º e 6º semestres, o Projeto Integrador tem como objetivo desenvolver uma edificação na plataforma Revit, relacionando-se com disciplinas de Representação Gráfica para Engenharia (4º semestre), Técnicas Construtivas, Materiais de Construção I e Resistência dos Materiais II (5º semestre) e Instalações Elétricas e Instalações Hidrossanitárias (6º semestre). Ao final deste ciclo os estudantes têm desenvolvido um Modelo Arquitetônico, Estrutural, Instalações Elétricas, Instalações Hidráulicas, integrado, com a inserção de informações dos materiais de construção, sendo sua modelagem baseada em uma Estrutura Analítica de Projetos (EAP) com todas as instalações compatibilizadas, através da plataforma Navisworks. No 7º e 8º semestres as disciplinas de projeto integrador abordam um aspecto mais urbano e de infraestrutura, correlacionando as disciplinas de Topografia, Mecânica dos Solos II, Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Econômica (7º semestre) e Hidrologia, Estradas, Engenharia de Tráfego e Introdução à Engenharia Ambiental (8º semestre). Durante esses semestres é realizada a implantação e locação da edificação em um terreno, considerando a viabilidade econômica do empreendimento e a construção da infraestrutura de um bairro utilizando a plataforma Open Roads. Para finalizar o ciclo, tem-se a disciplina de Tópicos Integradores II, que utiliza os conhecimentos das disciplinas de Gerenciamento de Obras e Planejamento e Orçamento de Obras para orçar e planejar o bairro, utilizando também a metodologia BIM.
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Referências
AZHAR, S. Building Information Modeling (BIM): Trends, Benefits, Risks and Challenges for the AEC Industry. Leadership Management in Engineering, v. 11, n. 3, p. 241–252, 2011.
CHECCUCCI, Érica de Sousa. Teses e dissertações brasileiras sobre BIM: uma análise do período de 2013 a 2018. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 10, p. e019008, fev. 2019.
GODOY, V.; CARDOSO, C.; BORGES, M. BIM: desafios para um conceito em construção no ensino de arquitetura e engenharia. In: Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia, 41, Gramado, 2013. Anais... Gramado: Cobenge, 2013.
ITO, A. L. Y.; SCHEER, S. Um levantamento em Curitiba das percepções do potencial do BIM no ensino em cursos de arquitetura. Simpósio Brasileiro de Tecnologia da Informação e Comunicação na Construção, 1. Simpósio Brasileiro De Gestão e Economia da Construção, 10., 2017, Fortaleza, Brasil. Anais [...]. Fortaleza, 2017.
LINO, J. C.; AZENHA, M.; LOURENÇO, P. Integração da Metodologia BIM na Engenharia de Estruturas. In: Encontro Nacional Betão Estrutural, Porto, 2012. Anais... Porto: FEUP, 2012.
RUSCHEL, R.C. ANDRADE M. L., MORAIS, M. O ensino de BIM no Brasil: onde estamos? Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 13, n. 2, p. 151-165, abr./jun. 2013. ISSN1678-8621 © 2005, Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído.
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