Experiência na disciplina inaugural da pós-graduação "BIM Expert – Projetos de Infraestrutura” da UnB

Autores/as

Palabras clave:

BIM, Ensino, Processos, Maturidade

Resumen

Introdução: Um dos limitadores para a adoção do BIM na indústria da construção civil é a falta de conhecimento sobre o que envolve seu processo e dos pré-requisitos para sua implantação. Sua aplicação compreende uma mudança de paradigma, de mentalidade, e uma maturidade, que precisa ser explorada e consolidada como sendo a primeira etapa, imprescindível para o sucesso da implementação. O Building Information Modeling (BIM) permite que o desenvolvimento do projeto seja um processo integrado e compartilhado (YOSHIO; SCHEER, 2017), proporcionando assim uma visão holística (AGUILAR; AZEVEDO, 2015). Tendo em vista esse cenário, o curso de Pós-graduação Lato Sensu denominado“BIM Expert – Projetos de Infraestrutura” da Universidade de Brasília, iniciado no primeiro semestre de 2019, teve como disciplina inaugural a “Contextualização e introdução aos conceitos BIM”, que tratou justamente da necessidade da compreensão do modelo mental que o BIM pressupõe. O estudo enquadra-se no campo “Processos”, no estágio “Modelagem” (SUCCAR; KASSEM, 2015). Desenvolvimento: A carga horária da disciplina foi de 30 horas sendo dividida em 05 aulas. A ementa compreendeu os seguintes itens: conceitos BIM; processo de projeto; classificação da informação; BIM na quantificação, orçamentação, planejamento e gestão de serviço; contratação e elaboração de projetos em BIM; e implantação de processo em BIM. Tratou-se ainda de assuntos como maturidade em BIM e normas Britânicas. Como produto final, os alunos desenvolveram em grupo sugestões de fluxos de trabalho para uma obra rodoviária mostrando a importância de uma visão sistêmica de todo o processo por parte do gestor bem como a interdependência de todas as etapas. O processo de ensino e aprendizagem adotado foi por meio de aulas expositivas (metodologia tradicional) bem como por metodologia ativa, com debates de artigos internacionais e a aplicabilidade dos conceitos no mercado de trabalho. Ao final, os alunos fizeram a avaliação da aplicabilidade da disciplina, cujas médias foram de 8,79 para “aplicação dos novos conhecimentos e habilidades no trabalho” e 8,64 para “atendimento de necessidades pessoais” em uma escala de 1 a 10. Também foi solicitada uma autoavaliação quanto ao acompanhamento do conteúdo e o conhecimento absorvido com as seguintes médias: “aprendizagem dos temas abordados” (8,55), “acompanhamento dos conteúdos apresentados” (8,61), “contribuição da participação para o desenvolvimento da disciplina” (7,64) e “nota para o aprendizado” (8,21). A disciplina contou com 33 alunos e todos preencheram o formulário, avaliando também o professor e o programa da disciplina. Lições aprendidas: De um modo geral a disciplina foi avaliada como produtiva pelos alunos pois promoveu debates incluindo artigos e normas, enfatizando a importância do embasamento científico e da apresentação das normas existentes para a temática. A carga horária foi considerada insuficiente para muitos o que pode estar relacionado ao nível de maturidade e conhecimento no assunto, que embora sendo uma disciplina de pós-graduação, foi o primeiro contato para muitos. Outros destacaram ainda que foi possível o entendimento de que o BIM é uma excelente ferramenta de gestão e não apenas o uso de softwares, cumprindo então um dos objetivos da disciplina. Revela-se assim a necessidade de módulos introdutórios como esse, para que o nível de maturidade possa ser explorado, um dos fatores críticos apontados por Badrinath e Hsieh (2019) para o sucesso do projeto. Siebelink, Voordijk e Adriaanse (2018) também enfatizam que o nível de aproveitamento dos benefícios proporcionados pelo BIM está relacionado aos níveis de maturidade entre as partes colaboradoras de um projeto, limitando o grau em que as expectativas associadas podem ser alcançadas. Na percepção docente, tem-se ainda uma resistência para a mudança do modelo mental para a aplicação do BIM, sobretudo no mercado de trabalho de onde vieram a maioria dos discentes.

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Citas

AGUILAR, M.; AZEVEDO, W. O Ensino/Aprendizado do BIM no curso de Engenharia Civil da UFJF. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO, 7. 2015, Recife. Anais... Porto Alegre: ANTAC, 2015.

BADRINATH, A. C.; HSIEH, S. H. Empirical Approach to Identify Operational Critical Success Factors for BIM Projects. Journal of Construction Engineering and Management. DOI: 10.1061/ (ASCE) CO.1943-7862.0001607. ISSN 0733-9364. mar. 2019.

SIEBELINK, S.; VOORDIJK, J.T.; ADRIAANSE, A. Developing and Testing a Tool to Evaluate BIM Maturity: Sectoral Analysis in the Dutch Construction Industry. Journal of Construction Engineering and Management. DOI: 10.1061/(ASCE)CO.1943- 7862.0001527. ISSN 0733-9364. Mai. 2018.

SUCCAR, B.; KASSEM, M. Macro-BIM Adoption: conceptual structures. Automation in Construction, v. 57, p. 64-79, 2015.

YOSHIO, A.; SCHEER, S. Um levantamento em Curitiba das percepções do potencial do BIM no ensino em cursos de arquitetura. In: I SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO (SBTIC), 2017, Fortaleza. Anais... Fortaleza: Marketing Aumentado, 2017.

Publicado

2019-11-21

Cómo citar

OLIVEIRA, Roberta Bastos de; SILVA, Rodrigo Otávio Valente Ribeiro da; MARTINS, Gabriela de Medeiros Lopes; CASTRO, Roberto Portela de; CARVALHO, Michele Tereza Marques. Experiência na disciplina inaugural da pós-graduação "BIM Expert – Projetos de Infraestrutura” da UnB. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 2., 2019. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2019. p. 1–1. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/227. Acesso em: 24 nov. 2024.

Número

Sección

Experiência didática realizada

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