O BIM em projetos de combate a incêndio
estudo de caso no Corpo de Bombeiros Militar do Ceará
DOI:
https://doi.org/10.46421/enebim.v5i00.3453Palabras clave:
Ensino, BIM, Revit, PCI, Incêndio, ProjetoResumen
A experiência ocorreu no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CEPI), no Comando de Engenharia de Prevenção de Incêndios (CEPI). O curso foi ministrado em um âmbito de pesquisa e extensão, tendo como um dos objetivos principais disseminar o BIM no setor público do CBM-CE conforme pretende o decreto federal 10.306/2020.
O curso foi ministrado entre os dias 02 e 11 de fevereiro de 2022, no quartel do CEPI, foram ministradas aulas acerca da metodologia BIM, do software Revit. Treze analistas do CBM-CE participaram do curso com carga horária de 20 horas.
O nível do curso era de caráter de formação complementar.
A área envolvia as instalações de combate a incêndio, contando com a participação de bombeiros militares formados no Curso de Formação de Oficiais (CFO) com curso de análise de projetos. Na instituição, os profissionais que podem atuar são engenheiros civis, arquitetos e outras engenharias com especialização em engenharia de segurança.
A disciplina abordada foi arquitetura com ênfase na questão de rotas de fuga (escadas, rampas, corredores) e instalações de proteção contra incêndio hidráulicas (hidrantes, sprinklers, conjunto de bombas) e elétricas (alarme, iluminação). Além disso, alguns dispositivos da categoria “dispositivos de alarme de incêndio” como extintores e sinalização de emergência.
Como a maioria dos analistas não tem formação superior na área técnica, o curso foi iniciado com uma introdução aos conceitos do BIM. Posteriormente, todos os analistas realizaram a modelagem da arquitetura de uma edificação industrial. A finalização do treinamento propôs a elaboração do projeto de combate a incêndio.
Durante o curso, os alunos aprenderam as funções de modelagem, dimensionamento e documentação através de um projeto de uma indústria de médio risco, um dos tipos de edificação mais analisados conforme análise documental realizada com a base de dados do Sistema da Coordenadoria de Atividades Técnicas (SCAT). O projeto contém térreo com cozinhas profissionais, refeitório, banheiros e vestiários. No pavimento 1 existem salas de reunião e banheiros.
Após a finalização da modelagem arquitetônica, importante para a definição das medidas de saída de emergência da edificação, os analistas realizaram a elaboração do projeto de combate a incêndio. Eles projetaram um PCI da maneira como eles acreditavam ser mais didático e prático de ser analisado. Foram modeladas as medidas de segurança de alarme e detecção de incêndio, hidrantes, sprinklers, extintores, sinalização, iluminação e central de gás.
É relevante citar que durante o curso, devido as várias atribuições dos militares, alguns deles eram interrompidos para resolver diversas demandas de suas funções. Isto prejudicou o andamento e a fluidez do aprendizado de alguns alunos, mas não impediu o cumprimento do objetivo final: capacitar e atualizar os analistas acerca da nova metodologia BIM da construção civil conforme propõe o decreto federal 10.306/2020. Este decreto propõe uma Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modelling, que proporcione a implantação da Estratégia BIM BR cujos principais objetivos são: difundir o BIM e os seus benefícios, criar condições favoráveis para o investimento, público e privado em BIM, e estimular a capacitação em BIM.
A fase do ciclo abordada foi a de concepção e análise de projetos.
A abordagem foi completamente prática. Cada um do setor fez o download do software em seu dispositivo e o treinamento foi ministrado no quartel.
A carga horária foi de 20 horas distribuídas em 2 semanas.
O software utilizado foi o Revit MEP.
Buscou-se trazer o nível de competência de implantação (Implementation Set) uma vez que houve a preocupação em tentar introduzir o BIM na realidade da corporação. Como parte de uma pesquisa de dissertação maior, que caracterizou e desenvolveu um artefato, o treinamento fez parte da avaliação do artefato e exposição das possibilidades para a corporação. Acredita-se que houve o desenvolvimento de I02, I03, I04 e I05.
A metodologia de ensino utilizada foi uma metodologia ativa com aprendizagem baseada em projeto.
Após o curso, ocorreram entrevistas de avaliação foram divididas em três etapas: satisfação com o treinamento e objetivo proposto, avaliação do uso do BIM quanto a Satisfação, Aplicabilidade, Praticidade, Usabilidade, Utilidade, Qualidade, Limitações e Eficácia e, por fim, Melhorias e Sugestões para a ferramenta proposta.
Os oficiais acreditam que o treinamento abriu as oportunidades para o setor de análise mas que a carga horária deveria ser ampliada para abordagens mais avançadas.
Vale comentar que a carga horária foi proposta segundo a disponibilidade dos comandantes do quartel, que liberaram o espaço e as manhãs de serviço dos tenentes e capitães para assistirem as aulas. Mesmo que este tempo dedicado ao curso, muitos ainda eram interrompidos durante as aulas para resolverem problemas inerentes ao trabalho.
Por fim, foram solicitados acerca de sugestões de melhorias para a abordagem educativa do curso. As respostas se resumiram a dois assuntos: o aumento da carga horária ministrada e uma melhor estrutura de sala de aula e de computadores.
No geral, conseguiram reconhecer o potencial de melhoria na qualidade dos projetos e das análises ao adotar a ferramenta proposta e pretendem disponibilizar um template padrão para uso pelos projetistas e submissão das análises. Alguns analistas acreditam que o mercado terá resistência em aceitar a ferramenta proposta, mas que isso é um obstáculo a ser ultrapassado.
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BRASIL. Decreto n. 10.306, de 03 de abril de 2020. Dispõe sobre a Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modelling e institui o Comitê Gestor da Estratégia do Building Information Modelling ., Brasília,DF, ago 2019.
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Derechos de autor 2023 ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM
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