Diagnóstico de maturidade
avaliação do potencial BIM na matriz curricular do curso de Engenharia Civil na UESC
DOI:
https://doi.org/10.46421/enebim.v4i00.1895Palavras-chave:
Maturidade, Curriculo, Plano PedagógicoResumo
A indústria 4.0 tem como propósito compartilhar informações através da tecnologia da informação, comunicação, aumento da produtividade, flexibilidade, gerenciamento e outros fatores qualitativos. No contexto da Construção, este compartilhamento e gerenciamento da informação vem por meio do BIM (Building Information Modeling) por meio da integração de dados e geração de sinergias no processo de gerência da informação. Neste sentido, faz-se necessário que as instituições de ensino acompanhem as novas tecnologias e processos a fim de preparar os futuros profissionais para o mercado. Com isso, é preciso entender o contexto curricular dos cursos de engenharia e arquitetura no país de forma a propor reformulações que aproximem o clássico com o moderno. Partindo-se desta premissa, propõe-se neste trabalho avaliar o plano pedagógico de curso da Engenharia Civil da UESC para identificar o grau de maturidade frente aos novos desafios decorrentes da implementação da filosofia BIM.
A avaliação do atual programa curricular foi realizada por consultas aos docentes com intuito de diagnosticar os aspectos políticos da iniciativa BIM na instituição, as ações ligadas as atividades acadêmicas desenvolvidas, e, o parque tecnológico existente, a partir da percepção destes. Para isso, aplicou-se a métrica proposta por BÖES et al. (2021)[1] por meio de uma matriz de maturidade BIM em uma planilha eletrônica. Esta seguiu alguns critérios e fatores descritos pelo autor que categorizavam e pontuavam os aspectos relativos ao curso, que, por sua vez, era relacionado a um índice de maturidade que representa o grau de imersão do curso dentro da filosofia de trabalho BIM. As categorias possuem descrições específicas para cada cenário avaliado, que indicam como aquele tópico se enquadra com o BIM, buscando retratar o estado do curso frente as necessidades exigidas para o desenvolvimento da filosofia BIM na instituição. Os resultados das consultas e analises da métrica aplicada forneceu uma análise da conjuntura no curso.
Nota-se que há um baixo desempenho das politicas internas do curso e da instituição, mostrando que há uma necessidade de promover uma mudança filosófica na concepção das disciplinas e na integração com as novas tecnologias, por parte docente e institucional. Constatou-se que os processos internos tem baixa capilaridade ou baixa compreensão dentro do curso, carecendo de estímulos que permitam a inserção de ferramentas ou metodologias BIM no conteúdo programático das disciplinas. Por fim, na avaliação tecnológica, que considera a infraestrutura física de ensino instalada.
Ao apurar os resultados obtidos, obteve-se a soma de 206 pontos e uma média de 12,87, apontando para um índice de maturidade de 26%, conforme a métrica proposta por BÖES et al. (2021). Este valor é considerado regular, pois indica uma baixa maturidade BIM no curso de Engenharia Civil da instituição. Tal situação reflete na deficiência de uma abordagem contínua BIM efetiva, ficando a cargo de iniciativas pontuais e de pouco alcance. Quanto aos espaços BIM dedicados, identificou-se apenas uma disciplina opcional, que reforça o baixo desempenho matural BIM. Somente o critério tecnológico apresentou resultados satisfatórios, embora dependam da disponibilidade de recursos financeiros para investimento. Por fim, conclui-se que os recursos humanos precisam de estímulos, tempo, espaço e condições para aperfeiçoamento contínuo, de forma a criar uma cultura BIM no curso.
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Referências
BÖES, Jeferson Spiering; BARROS NETO, José de Paula; LIMA, Mariana Monteiro Xavier de. BIM maturity model for higher education institutions. Ambiente Construído, Porto Alegre , v. 21, n. 2, p. 131-150, Abril/2021 Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1678-86212021000200518
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