Diagnóstico de interface BIM na matriz curricular do curso de Arquitetura e Urbanismo da Facens
DOI:
https://doi.org/10.46421/enebim.v4i00.1904Palavras-chave:
BIM, Matriz Curricular, Arquitetura e UrbanismoResumo
BIM pode ser entendido como um conjunto inter-relacionado de processos, políticas e tecnologias que gerenciam a informação em todo o ciclo de vida da edificação (SUCCAR, 2009). Com a publicação de decretos e de normas que visam a incentivar e regulamentar o uso de BIM na construção civil, as universidades perceberam a urgência na implementação de BIM nas suas respectivas grades curriculares a fim de capacitarem os futuros profissionais conforme as necessidades do mercado de trabalho. Frente a isso, o Ministério da Economia em conjunto com a Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído – ANTAC, estão coordenando a rede de Células BIM, cujo objetivo é criar instrumentos pedagógicos para a difusão do BIM no ambiente acadêmico. O Centro Universitário Facens, que visa a formar profissionais capacitados conforme as tendências atuais do mercado, é uma das instituições que formam este grupo. O curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Facens é um curso que desde o seu início se preocupa com o uso da tecnologia tanto na grade curricular das disciplinas, quanto durante a ministração das aulas, a partir de metodologias ativas. O presente relatório tem como objetivo demonstrar os resultados do diagnóstico BIM na matriz curricular do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Facens, através do mapeamento do potencial de interface com BIM em todos os componentes curriculares do curso.
O método utilizado para o diagnóstico da matriz curricular foi desenvolvido por Checucci (2014), adaptado e apresentado nas reuniões de Células BIM. O processo ocorreu a partir de análise documental e categorial de cada componente curricular do curso, avaliados e classificados de acordo com 8 categorias relacionadas ao BIM. Os resultados foram identificados em caixas individuais que representam cada uma das disciplinas, que no conjunto formam a matriz. Cada caixa de análise possui o nome da disciplina no centro e ao redor, as 8 categorias, além da carga horária da disciplina na primeira linha. Os procedimentos utilizados foram: i. Classificação dos componentes curriculares conforme a Resolução nº 1, de 26 de março de 2021 do MEC (MEC, 2021); ii. Relação entre o componente curricular e BIM; iii. Avaliação da interface dos usos do modelo BIM com as disciplinas (Categoria B); iv. Análise da interface das competências BIM de domínio técnico ou de execução nas disciplinas (Categoria C); v. Análise da interface dos estágios da implementação BIM nas disciplinas (Categoria D); vi. Potencial de integração da disciplina (Categoria E); vii. Identificação da interface quanto às etapas do ciclo de vida da edificação (Categoria F); viii. Classificação da disciplina conforme a área de formação (Categoria G); ix. Verificação da possibilidade do trabalho/discussão de BIM na disciplina (Categoria H).
Os resultados do diagnóstico BIM na matriz curricular do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Facens demonstrou que 67% das disciplinas do curso possuem clara interface com BIM, 22% possível interface e apenas 11% das disciplinas não possuem interface com BIM. Na análise geral das categorias, constatou-se que o modelo BIM pode ser utilizado principalmente na visualização, seguido de parametrização e orientação a objetos (Categoria B). O uso prático do modelo (Categoria C) não acontece em todas as disciplinas. A modelagem, colaboração e integração (Categoria D) são possíveis de se trabalhar na maioria das disciplinas. A integração com disciplinas/alunos do mesmo semestre (Categoria E) ocorre com maior frequência, entretanto entre diferentes cursos ou outros semestres a possibilidade de integração é menor. Na Categoria F, a maior interface ocorre na etapa de projetação, não havendo nenhuma na etapa de planejamento da construção, e reduzidas interfaces na construção, uso e fim-de-vida. O modelo BIM é trabalhado de maneira mais prática (Categoria H) nas disciplinas, sendo também trabalhado os conceitos em algumas destas. Foi possível verificar uma clara interface principalmente nas disciplinas de projeto de arquitetura e urbanismo, projeto de urbanismo, projeto de paisagismo, projeto de conservação e restauro, design de interiores e trabalho final de graduação; nestas houve uma clara interface na grande maioria das categorias. As disciplinas de desenho digital e arquitetura digital são voltadas principalmente ao ensino tanto conceitual quanto prático de BIM, nestas a maioria das subcategorias de BIM também são de clara interface. As disciplinas de sistemas estruturais, conforto e teoria e história também foram classificadas como de clara interface, sendo possível o uso de BIM para visualização, manipulação do modelo, colaboração e simulação. O mapeamento do potencial de interface com BIM em todos os componentes curriculares do curso de Arquitetura e Urbanismo da Facens é uma etapa importante compreender as potenciais aplicações BIM nas disciplinas. Como ações futuras, espera-se planejar e executar ações a fim de implementar os resultados apresentados neste relatório.
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Referências
CHECCUCCI, E. S. Ensino-aprendizagem de BIM nos cursos de graduação em Engenharia Civil e o papel da Expressão Gráfica neste contexto. 235 f. il. 2014. Tese (Doutorado em Difusão do Conhecimento) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014.
MEC, Ministério da Educação. RESOLUÇÃO Nº 1, DE 26 DE MARÇO DE 2021. Altera o Art. 9°, § 1º da Resolução CNE/CES 2/2019 e o Art. 6°, § 1º da Resolução CNE/CES 2/2010, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo. Brasília, 2021.
SUCCAR, B. Building Information Modelling Framework: a research and delivery foundation for industry stakeholders. Automation in Construction, v. 18, n. 3, p. 357-375, 2009.
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