Desafio protótipo

sede do LaBIM UFBA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46421/enebim.v4i00.1941

Palavras-chave:

Modelagem arquitetônica, Modelagem de sistemas hidráulicos, Modelagem de sistemas de baixa tensão, Light steel frame, Construção modular

Resumo

Este resumo relata uma experiência de ensino-aprendizagem do Laboratório de Práticas em BIM da Universidade Federal da Bahia (LaBIM UFBA). O LaBIM UFBA é um projeto de extensão composto por, em média, 30 discentes dos cursos de Arquitetura e das Engenharias da UFBA. O Laboratório adota a aprendizagem baseada em Projetos Interdisciplinares (SILVA et al., 2019) com a proposta de realizar desafios de caráter fictício e experimental em BIM. Em 2022, o LaBIM UFBA propôs o desenvolvimento de três desafios simultâneos: (1) Construção Convencional; (2) Construção Modular; (3) Protótipo. O foco deste relato será o Desafio Protótipo (ainda em desenvolvimento), de temática livre e conceito definido pela própria equipe – composta por 10 membros das seguintes disciplinas: Arquitetura (2 membros), Estruturas (2 membros), Instalações Hidrossanitárias (2 membros), Instalações Elétricas (2 membros), Coordenação e Simulação 4D e 5D (2 membros).  A modularidade e a construtibilidade do modelo BIM foram as premissas iniciais do projeto, a fim de viabilizar sua construção por meio de parcerias com a indústria. Conjuntamente, a equipe optou por um espaço multiuso para as reuniões do LaBIM UFBA – com funções de trabalho, estudo e descanso –, localizado na UFBA. Este espaço deveria possibilitar configurações variadas a depender dos usos (ambientes abertos ou fechados para reuniões). O projeto possui uma área construída de 107,06m², que inclui sala de reunião (para 25 a 30 usuários), copa, sanitários acessíveis e pátio externo. No semestre 2022.1, as reuniões da equipe foram realizadas em modo remoto com a utilização dos seguintes softwares e aplicativos: Autodesk Revit® 2020 (modelagem de Arquitetura, Instalações Elétricas e Hidrossanitárias), WhatsApp (comunicação), Kumospace (escritório virtual), Notion (gestão de projetos), Bimsync (ambiente comum de dados) e Google Drive & Dropbox (armazenamento e documentação). Além disso, os estudantes contaram com uma apresentação (3h) de um profissional da indústria com expertise em construção modular, a qual influenciou na escolha do sistema construtivo. Adotou-se o Light Steel Frame (LSF) como sistema principal e, para a sustentação da cobertura, foram propostas treliças metálicas.

Dentre os 14 encontros aos sábados, 9 deles (32h) foram destinados para a concepção do Protótipo e os demais para o desenvolvimento do anteprojeto arquitetônico e projetos complementares (18h), além de horários extras ao longo da semana. Os modelos BIM foram desenvolvidos para os usos de Projeto autoral (3040), Modelagem arquitetônica (1010), Modelagem de Sistemas Hidráulicos (1200), Modelagem de Sistemas de Baixa Tensão (1320) (BIM EXCELLENCE, 2017), com Nível de Desenvolvimento 300. No semestre de 2022.2, planeja-se desenvolver modelos BIM para os usos de Modelagem de Estrutura de Aço (1400), Extração de quantitativos (4130), Estimativa de custo (4070), Planejamento de construção (3020) e Documentação 2D (2010). Os projetos complementares lidaram com a ausência de informações sobre a infraestrutura disponível no local de implantação (ligações às redes de água, esgoto e energia). Compatibilizações foram realizadas a fim de atender as normas de instalações elétricas e hidrossanitárias (NR-10, 2004; NEOENERGIA, 2022; ABNT NBR 5410:2008; ABNT NBR 5419:2015; ABNT NBR 8995-1:2013; ABNT NBR 5626:2020; ABNT NBR 8160:1999), e, prioritariamente, de acessibilidade, ABNT NBR 9050:2020. Os modelos de cada disciplina podiam ser acessados e editados simultaneamente por meio do Dropbox, sincronizando as atualizações com todos os membros. Além disso, iniciou-se o uso do ambiente comum de dados Bimsync, porém as análises de incompatibilidades do projeto só serão realizadas no semestre 2022.2. No processo, muitos desafios foram enfrentados, principalmente devido às limitações inerentes ao formato remoto. Podem ser elencados os seguintes fatores que impactaram no andamento do Desafio: (i) Falhas de comunicação e colaboração da equipe – participações oscilantes durante as reuniões. O distanciamento físico e a inconstância entre os membros de todas as disciplinas (impossibilitados devido a atividades relacionadas a estágios, aulas de campo e compromissos pessoais), acabaram dificultando o alinhamento de melhores soluções e o avanço das atividades. Como consequência, houve um significativo atraso no cronograma do projeto e algumas disciplinas não conseguiram desenvolver por completo suas demandas, como Estruturas, Planejamento e Orçamento; (ii) Prazos e metas incompatíveis ao projeto – demora na tomada de decisões e ausência de planejamento/cronograma prevendo tempo adicional para a fase de concepção. Percebeu-se que os prazos eram curtos comparado às demandas e foi necessário bastante tempo extra, principalmente para Arquitetura; (iii) Dificuldades técnicas – relacionadas à ausência de licenças educacionais de softwares específicos para a modelagem estrutural (como o Tekla, ou similares) e de conhecimento prévio dos estudantes com o sistema LSF para dimensionar a estrutura.

Por meio do Protótipo a equipe exercitou a metodologia BIM, colaborando com os pares para o progresso do Desafio. Dentre as lições aprendidas, destacam-se: necessidade de melhorias na dinâmica do trabalho remoto por meio da priorização de planejamentos e processos bem definidos precedendo as etapas de produção dos modelos; previsão de prazos compatíveis com as fases do projeto e períodos de latência para evitar intercorrências; definição de estratégias de mitigação e/ou contingências (como ausências de membros, falhas de conexão etc.). Com esta experiência, verificou-se como as discussões iniciais do projeto são decisivas para a produtividade e qualidade do produto. Dessa maneira, pode-se prever futuras incompatibilidades ou impossibilidades que o projeto possa vir a apresentar, bem como realizar um melhor planejamento dos estudos e atividades necessários para o desenvolvimento técnico do projeto.

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Biografia do Autor

Danielle Stéphanny Pereira de Alcântara, Universidade Federal da Bahia

Arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal da Bahia (Salvador - BA, Brasil).

Nathalia Rangel Dantas, Universidade Federal da Bahia

Cursando Engenharia Civil na Universidade Federal da Bahia (Salvador - BA, Brasil).

Caio Fontes Cruz, Universidade Federal da Bahia

Cursando Engenharia Civil na Universidade Federal da Bahia (Salvador - BA, Brasil).

Reymard Savio Sampaio de Melo , Universidade Federal da Bahia

Doutor em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Campinas. Professor na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Salvador - BA, Brasil).

Referências

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Publicado

2022-06-08

Como Citar

ALCÂNTARA, Danielle Stéphanny Pereira de; DANTAS, Nathalia Rangel; CRUZ, Caio Fontes; MELO , Reymard Savio Sampaio de. Desafio protótipo: sede do LaBIM UFBA. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 4., 2022. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2022. p. 1–1. DOI: 10.46421/enebim.v4i00.1941. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/1941. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Experiência de ensino-aprendizagem BIM realizadas

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