Experiência de inserção de conteúdos BIM na disciplina de Construção Civil

Autores

Palavras-chave:

BIM, Ensino-aprendizagem

Resumo

Com o surgimento e a expansão da filosofia Building Information Modeling (BIM) no mercado de trabalho da área da Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC), o perfil dos profissionais e as competências requeridas foram alteradas. Nesse contexto, as instituições de ensino da área estão sendo pressionadas a pesquisar estratégias para o processo de implementação do BIM em seus cursos. O presente estudo tem como objetivo apresentar a experiência de inserção de conteúdos BIM na disciplina de Construção Civil 1, do curso de Edificações, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN. O curso de Edificações na modalidade Subsequente tem quatro semestres e é composto por 15 disciplinas no seu Núcleo Tecnológico. À luz da metodologia desenvolvida por Checcucci e Amorim (2013), identificou-se a possibilidade de inserção de conteúdos BIM em 12 dessas disciplinas, entre as quais a de Construção Civil 1. Essa disciplina tem uma carga horária de 90 horas e contempla em sua ementa os seguintes conteúdos: Estudos e serviços preliminares de construção; Fundações; Superestrutura; Vedações verticais; e Coberturas. A análise realizada na ementa da disciplina indicou uma existência de interface clara com o paradigma BIM. A partir dessa constatação, iniciou-se um processo de inserção de conteúdos BIM. Tais experiências foram desenvolvidas nas turmas 2019.1 (28 alunos) e 2019.2 (36 alunos). A metodologia adotada foi composta por quatro etapas: a) Definição do ponto de inserção - conteúdo Fundações (Sapatas); b) Seleção dos conteúdos BIM a serem abordados – Modelagem geométrica tridimensional e Visualização (dentre os dez apresentados por Checcucci e Amorim, 2013); c) Escolha dos usos BIM a serem trabalhados – Visualização do projeto e Levantamento de quantidades (entre os dez mais comuns no Brasil segundo a CBIC, 2016). Na sequência, foram necessários procedimentos práticos, como a modelagem de um projeto estrutural, a reserva do laboratório de informática - visto que a disciplina tradicionalmente é ministrada em sala de aula convencional – e a elaboração de um guia norteador para os alunos. Esse abordou desde conhecimentos básicos, como abrir o projeto no software BIM Revit da Autodesk, perpassando por duplicar/renomear e alterar parâmetros de sapatas, inserir as sapatas, alterar seus níveis, e finalizando com orientações a respeito da extração dos quantitativos, através da elaboração de tabelas no próprio software. No que se refere à aula propriamente dita, inicia-se com a quantificação pelo método tradicional do volume de concreto das sapatas do projeto impresso, utilizando fórmula e calculadora. Depois dessa etapa, os alunos passam para o manuseio do software Revit, extraindo automaticamente os quantitativos do mesmo projeto de fundações e, então, comparam os dois resultados. Ao final, os alunos apresentam sua percepção com relação às vantagens e desvantagens de cada um dos métodos, também apontando sua preferência. Com relação aos campos BIM, pode-se considerar que os três campos, tecnologia, processo e política, praticamente inexistem, ou seja, ainda estão em desenvolvimento. O campo com maior destaque é o de tecnologia, pois o laboratório possui hardwares com boa capacidade e diferentes softwares BIM. No entanto, uma dificuldade já identificada foi a reserva, visto que o mesmo é utilizado em outras disciplinas do curso.  Em termos de níveis de maturidade, as duas experiências ainda não alcançaram um Nível 1 (Básico), dado que seria necessário introduzir uma maior compreensão de conceitos e não apenas a aplicação prática. Nesse cenário, é possível concluir que a experiência pode ser considerada bem-sucedida. Entretanto, a mesma já aponta a necessidade de melhorias, como por exemplo a utilização de aula invertida, com a disponibilização de vídeo aulas que antecipem o contato com o software, além da inserção de alguns conteúdos conceituais.

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Referências

CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO – CBIC. Coletânea Implementação do BIM para construtoras e incorporadoras. 2016 Brasília –DF. Disponível em: <http://cbic.org.br/bim/>.

CHECCUCCI, Erica de Sousa; AMORIM, Arivaldo Leão de. Identificando interfaces entre BIM e a matriz curricular de cursos de Engenharia Civil. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE QUALIDADE DO PROJETO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 3; ENCONTRO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO, 6., Campinas, 2013. Anais… Porto Alegre: ANTAC, 2013.

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Publicado

2019-11-21

Como Citar

GIESTA, Josyanne Pinto; COSTA, Thalita Giesta. Experiência de inserção de conteúdos BIM na disciplina de Construção Civil. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 2., 2019. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2019. p. 1–1. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/231. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Experiência didática realizada

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