Introdução a modelagem geométrica, planificação e fabricação digital em disciplina de Expressão Gráfica
DOI:
https://doi.org/10.46421/enebim.v5i00.3469Palavras-chave:
Modelagem geométrica, Objeto de aprendizagem, Fabricação digital, Planificação, BIMResumo
O projeto Célula BIM na UFBA, iniciado em 2021, tem avançado na proposição de atualizações curriculares ao inserir novas tecnologias associadas ao BIM, permitindo avançar na adoção integrada das mesmas na formação dos discentes da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FAUFBA). Uma das ações realizadas em 2023.1 foi a inserção de conteúdos relacionados ao BIM, na primeira disciplina de representação gráfica do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo, através da abordagem introdutória, teórico-prática, sobre modelagem geométrica (3D), planificação e fabricação digital para geração de maquetes de objetos projetados pelos estudantes. Tanto a parte de instrumentalização como de uso dos programas nas atividades práticas, priorizaram ferramentas com interfaces intuitivas e que possibilitassem a utilização de versões gratuitas e/ou educacionais. A realização desta ação justifica-se pela necessidade de se trabalhar com novas tecnologias direcionadas à projetação e à representação arquitetônica. Para isso, faz-se necessário sistematizar, produzir e divulgar materiais didáticos (tutoriais, videoaulas, exercícios propostos etc.), de modo a permitir sua utilização também em outros cursos e contextos. Este trabalho apresenta o desenvolvimento de material didático para o componente curricular ARQB72 – Expressão Gráfica I, disciplina ofertada no primeiro semestre do curso, que foi utilizado em duas turmas, que iniciaram com 21 (T1) e 20 (T3) estudantes e concluíram com um total de 20 (T1) e 18 (T3) discentes. A disciplina possui uma carga horária semestral de 60 h e tem como objetivos: (i) ampliar a percepção espacial e capacidade de análise das formas tridimensionais para desenvolvimento de atividades no campo da arquitetura e urbanismo; (ii) apresentar conceitos de geometria plana, espacial e descritiva que são aplicados à representação gráfica técnica; (iii) habilitar para a análise e projeto de superfícies tridimensionais; (iv) habilitar para a construção de maquetes e de modelos geométricos digitais. Observa-se que vem sendo adotado, geralmente, o método tradicional de ensino para representação em épura e geração das planificações com a utilização de instrumentos de desenho. Na busca por uma aprendizagem mais dinâmica e motivada para alunos e professores, buscou-se uma abordagem e instrumentalização para uso de ferramentas digitais para geração de diferentes formas de representação do objeto, onde houvesse uma participação mais ativa do aluno na construção do conhecimento.
O material didático desenvolvido consiste em um vídeo com os seguintes conteúdos: aspectos básicos sobre modelagem geométrica (3D); apresentação das vantagens dos modelos geométricos e os produtos que podem ser gerados através deles (perspectivas, vistas, cortes, planificações, impressão 3D etc.), instrumentalização básica no programa Autodesk Formit e preparação do arquivo para corte. Na criação desse material didático, entendeu-se a importância de se atrelar métodos de ensino-aprendizagem ativos para a inserção destas tecnologias, pois a aprendizagem é um processo progressivo e contínuo, através do qual o sujeito constrói conhecimentos e desenvolve competências. Por isso, foi escolhida uma mídia que ficasse em sintonia com o planejamento da ação, que tivesse uma boa acessibilidade para que todos pudessem utilizá-lo sem necessitar de arranjos complexos, e permitisse a reusabilidade, ou seja, que apresentasse a possibilidade de continuar a ser usado em outros momentos. O vídeo foi pensado para que o aluno pudesse acompanhar a disciplina através de conteúdos introdutórios e complementares às aulas, sendo útil para que os discentes estudassem antes da atividade e também pudessem acompanhar o que estava sendo abordado na aula, e após a mesma, se necessário. A ação, junto ao material didático produzido, foi desenvolvida em três aulas: (i) Apresentação do vídeo, instrumentalização básica no Formit, junto a exercícios básicos de modelagem no laboratório de informática (LIGFAU) e apresentação do edital do trabalho a ser desenvolvido (produção do “Objeto de Sentar”); (ii) Orientações para modelagem da forma a ser concebida (objeto de sentar), preparação do arquivo para o corte na Silhouette (cortadora a lâmina), planificação no Pepakura, exportação em formato PDF, e vetorização da planificação no Autocad; (iii) Visita ao Laboratório de Fabricação Digital da Arquitetura (FADIGA) da FAUFBA para corte na Silhouette e montagem da maquete.
Observou-se que o processo de aprendizagem foi facilitado com vídeo gravado, pois possibilitou que o aluno chegasse na aula com algum conhecimento construído através do material desenvolvido, além de ser um apoio, esclarecendo dúvidas, durante a aula. Ao final, os resultados mostraram ganhos de aprendizagem, reforçando a ideia de que a utilização objetos didáticos (que podem ser utilizados tanto em sala, como extra classe) antecipam parte do conteúdo a ser usado em sala, possibilitando tratá-lo de forma interligada e interativa, ficando clara a importância de promover inovações com mais dinamismo a fim de obter-se ganhos na formação de conhecimentos. Essa inserção, mesmo introdutória e desenvolvida em curto espaço de tempo, teve como resultados produtos e processos interessantes, com ganho de competências operacionais e técnicas. Os alunos ficaram motivados, pois perceberam que o modelo geométrico possibilita uma melhor visualização, facilitando a compreensão do objeto concebido e a partir dele pode-se obter as representações necessárias (vistas, perspectivas, maquetes etc.), e ser visualizado de diversas maneiras. O desenvolvimento deste material possibilitou a aplicação de conteúdos e processos associados ao BIM, como modelagem geométrica, planificação e fabricação digital, fomentando a atualização no curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFBA, promovendo a ampliação da adoção de tecnologias computacionais nos seus currículos. É importante ressaltar que, apesar do foco inicial ser a atualização curricular, a ação proporcionou o desenvolvimento de um produto que poderá ser utilizado em outros contextos, cursos e universidades, ampliando assim, a adoção e aplicação de tecnologias digitais durante a formação dos alunos, capacitando-os para atuar de forma mais assertiva no mercado de trabalho. Com estas ações, pretende-se colaborar com os esforços nacionais para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação através da adoção do BIM.
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