BIM no ensino ou ensino do BIM? Discutindo estratégias para disseminação da plataforma
Palavras-chave:
BIM, Tecnologias digitais, gestão do processo de projeto, ensino de arquitetura, ensino de engenhariaResumo
A produção em arquitetura e engenharia passa por um processo de atualização constante em função dos avanços tecnológicos. Tais mudanças comumente são impulsionadas pelas descobertas na área de materiais de construção e tecnologias construtivas. Desde a segunda metade do século XX, o setor tem descoberto as possibilidades oferecidas pelas tecnologias digitais aplicadas ao processo de projeto e construção, com destaque para a plataforma BIM – Building Information Modeling – que permite a modelagem da informação relacionada à produção de edificações. A oportunidade de testar digitalmente diferentes soluções de projeto simulando o desempenho em relação à segurança estrutural, conforto ambiental e proteção ao fogo – para citar alguns exemplos – oferece novas possibilidades aos profissionais. Estes, de maneira geral, não foram devidamente preparados – durante o curso de graduação – para explorar todo o potencial oferecido pelas novas tecnologias. Entre as razões para este descompasso, citam-se: a rapidez na evolução das ferramentas digitais, a falta de infraestrutura de ensino, a falta de treinamento dos docentes nas novas tecnologias, entre outras. Ao avaliar os modelos para inserção da plataforma BIM no dia-a-dia dos estudantes de arquitetura e engenharia, é preciso analisar qual a melhor estratégia. A proposta desse trabalho passa pela discussão sobre a inserção do BIM no ensino. Advoga-se a favor de um modelo combinado, associando disciplinas específicas para o ensino do BIM com disciplinas nas quais os docentes utilizam as possibilidades oferecidas pelas tecnologias digitais na transmissão dos conteúdos específicos das disciplinas do curso de arquitetura e/ou engenharia. Entre as experiências utilizando as tecnologias digitais citam-se as possibilidades oferecidas pela plataforma na preservação digital do patrimônio. Pesquisas realizadas durante o curso de graduação em arquitetura e também mestrado profissional, refletem alternativas a serem exploradas no ensino de história e tecnologia das construções. Em contrapartida, observa-se certa resistência entre os alunos de graduação em testar as novas tecnologias. Experiência didática realizada junto aos alunos do curso de graduação em arquitetura, revelou o uso tímido das ferramentas digitais, com a adoção de técnicas tradicionais na gestão do processo de projeto. Vale ressaltar que, no futuro (não muito distante) a tecnologia/processo/plataforma BIM provavelmente estará ultrapassada e será substituída por opções ainda não imaginadas. Dessa forma, o ensino de arquitetura e engenharia deve fomentar a “resiliência tecnológica” entre os futuros profissionais, para que sejam capazes de incorporar, no futuro, de forma tranquila, outras tecnologias (digitais ou não) na produção do ambiente construído.
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