Ensino da metodologia BIM
análise e impacto de cursos extracurriculares de capacitação
DOI:
https://doi.org/10.46421/enebim.v5i00.3366Palabras clave:
Metodologia BIM, Cursos de Capacitação, EnsinoResumen
Sabe-se que a Modelagem da Informação da Construção (BIM), pode ser descrita pelo conjunto de tecnologias ou processos integrados que permitem a criação, a utilização e a atualização de modelos digitais de uma construção, de modo colaborativo, de forma a servir a todos os participantes do empreendimento, durante todo o ciclo de vida da construção (Brasil. Decreto nº 9.983, de 22 de agosto de 2019). Assim, essa tecnologia representa um avanço significativo no modo de execução de uma obra, visto que ela tende a desempenhar papéis importantes que vão desde a etapa anterior ao início da obra, quanto a etapa posterior à sua finalização (Eastman et al., 2014). Desta maneira, além da de proporcionar uma melhor visualização dos projetos, é possível a sua compatibilização, a partir da união de diferentes disciplinas aplicadas nos projetos, de forma a oportunizar um melhor gerenciamento de atividades e controle de processos. De certa forma, a versatilidade dos modelos BIM, fornece um ideal futuro de construções inteligentes, visto que promovem a agilidade nos processos de manutenção, a redução de custos e a diminuição de tempo nos serviços em suas diversas fases, seja em seu período de operação ou de usabilidade (Jaskulski, 2018 apud Ghaffarianhosinia et al., 2017). Entretanto, mesmo com a adoção de políticas governamentais, como é o caso do Decreto nº 9.377, que visa incentivar o uso dessa tecnologia no Brasil, existem entraves que cerceiam a sua adoção, visto que, segundo dados de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), obtidos em 2018, apenas 7,5% das empresas utilizam BIM na área da construção civil. Assim, surgem diversas hipóteses que tendem a identificar possíveis motivações para a falta de utilização, como o conservadorismo em relação a plataformas anteriores, a falta de capacitação profissional e o aumento nas despesas (Araujo, 2019). Desta maneira, a falta de qualificação de profissionais especializados nessa área pode estar atrelada com a baixa implementação do BIM nas universidades, já que é notório a utilização de ferramentas mais antigas na matriz curricular, como o uso do software Autodesk AutoCad e Sketchup, nas disciplinas dos cursos de graduação. Desta maneira, visando os cenários que permeiam esta temática, este trabalho teve como objetivo analisar quantitativamente a inserção de cursos acerca da metodologia BIM na atividade “Semana de Capacitação” no contexto dos cursos dos discentes participantes da atividade, de forma a ponderar sobre a importância da utilização da metodologia BIM no ensino da graduação e dos cursos técnicos.
Neste ínterim, durante a atividade implementada pelo Programa de Educação Tutorial PAESPE, do Campus A. C. Simões da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), intitulada “Semana de Capacitação”, realizada em novembro do ano de 2022, foi proposta a realização de cursos voltados ao ensino de softwares que utilizam o BIM na graduação e no ensino técnico, de forma a englobar inscritos dos cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Engenharia Química e do Curso Técnico em Edificações. Assim, dentre os minicursos ofertados no evento, os que estão associados à metodologia BIM foram: Render em Revit, Orçamento de Obras e BIM 5D e Revit Arquitetônico, de forma a englobar as fases do ciclo de vida de projeto e planejamento, apresentando uma abordagem teórico-prática da metodologia BIM. Neste sentido, os cursos tiveram carga horária de 03 (três) à 04 (quatro) horas e abordaram as disciplinas de arquitetura, design de interiores e orçamento, sendo utilizado o software Autodesk Revit para a modelagem arquitetônica, renderização e para a obtenção dos quantitativos de orçamentos.
Com a implementação da atividade, obteve-se um total de 30 (trinta) inscritos nos cursos, sendo os de Revit Arquitetônico e Orçamento de Obras e BIM 5D os de maior quantidade de participantes, cada um com treze (13) alunos. Logo em seguida, o curso de Render em Revit, com quatro alunos. Esses participantes foram oriundos de diversas instituições de ensino de Alagoas, dentre as quais: UFAL, Instituto Federal de Alagoas (IFAL), SESI/SENAI, Universidade Maurício de Nassau (UNINASSAU) e Faculdade Figueiredo Costa (UNIFAL). Assim, foi notória a baixa participação de inscritos de cursos oriundos de instituições externas. Este fato pode ter acontecido devido à falta de divulgação presencial nestas instituições. Além disso, observou-se uma baixa participação de discentes no curso de Render em Revit. Isto pode ter ocorrido devido ao fato que houve uma baixa participação de alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo, já que esta temática do BIM tem maior abrangência no curso supracitado. Ademais, é notório que a atividade pôde levar os conhecimentos acerca da metodologia BIM para discentes de diferentes instituições de ensino e cursos de graduação e de nível técnico. Desta maneira a possibilitar o contato dos discentes participantes com a metodologia BIM, a oportunizar a difusão da metodologia em diversas instituições superiores e técnicas e a propiciar o avanço da construção civil através da formação de profissionais capacitados.
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Citas
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