Célula BIM na UFBA
diagnóstico e planejamento da ação
DOI:
https://doi.org/10.46421/enebim.v4i00.1943Palavras-chave:
Célula BIM, UFBA, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia CivilResumo
Este trabalho apresenta as ações realizadas no projeto “Célula BIM na UFBA” durante os primeiros dez meses da pesquisa. Esta Célula integra a “Rede de Células BIM da ANTAC” que objetiva ampliar a adoção do BIM em Instituições de Ensino Superior (IES). Fazem parte do projeto na UFBA 19 pesquisadores, entre docentes e discentes da instituição e convidados externos. Seguindo proposições da Rede da ANTAC, a Célula da UFBA iniciou fazendo um diagnóstico da maturidade BIM da instituição a partir do método proposto por Böes, Barros Neto e Lima (2021), atualizado a partir das discussões da Rede. Em paralelo, foram analisadas as matrizes curriculares dos 3 cursos envolvidos: graduações diurna e noturna em Arquitetura e Urbanismo (AU) e graduação em Engenharia Civil (EC). Para tal foi utilizado o método proposto por Checcucci e Amorim (2014) e também atualizado nas discussões da Rede de Células BIM. Esta análise objetivou identificar interfaces entre os componentes curriculares ofertados e BIM; mapear aqueles com maior interface; e selecionar alguns para iniciar a inserção de BIM na disciplina. Foram escolhidas aquelas que ainda não trabalhavam o tema e cujos professores responsáveis tenham demonstrado interesse em atualizar o curso e participar desta inserção. A proposta é que a intervenção seja incremental, inicialmente sem muitas mudanças na disciplina, mas garantindo o início do trabalho com BIM e aproveitando para capacitar os docentes responsáveis por elas. A intervenção deve ser replicada e ampliada/aprofundada a cada semestre, dentro das possibilidades de cada componente curricular. À medida que os professorem passarem a dominar mais os assuntos envolvidos, os estudantes começarem a estudar o tema em diferentes disciplinas, e iniciarem a desenvolver competências BIM desde o início do curso, as disciplinas de semestres mais avançados podem aprofundar os temas relacionados ao BIM que irão trabalhar. Nas primeiras intervenções todas as disciplinas terão uma aula introdutória sobre BIM e uma aula prática de sua aplicação ao tema discutido da disciplina. Isto foi definido após a constatação de que os docentes das disciplinas com grande interface com BIM, em sua maioria, ainda não conhecem ou dominam o tema e que fazendo uma intervenção pontual e introdutória, a adesão ao projeto era mais efetiva. A Célula BIM também se comprometeu a participar das aulas da intervenção, de modo a apoiar o docente com pelo menos um dos seus membros. Por fim, a Célula BIM também desenvolveu os seguintes materiais didáticos: slides da aula sobre Fundamentos BIM, modelos, adaptação de exercícios existentes, vídeo-tutoriais de softwares BIM. Além disso, foram elaborados formulários de avaliação da intervenção a serem aplicados com os docentes e discentes. Este desenvolvimento foi realizado a partir de discussões com o docente responsável e disponibilizado para ele atualizar e aprimorar em outras versões da disciplina, caso ache conveniente. Ficou também assumido o compromisso do docente em seguir com a adoção do BIM em semestres posteriores à intervenção, independentemente da equipe da Célula BIM, que poderá, no futuro, se dedicar a inserção do BIM em outros componentes curriculares. Algumas das intervenções acontecerão no segundo semestre de 2022 e outras acontecerão em 2023.1.
Podem ser relacionados os principais resultados do projeto até o momento: (a) identificação do índice de maturidade integrado, ou alta maturidade, para os três cursos envolvidos. Isto não significa que são graduações com grande adoção do BIM, mas que já possuem ações relevantes relacionadas a políticas, processos e tecnologias que incentivam o uso do BIM em seus cursos. O modelo de maturidade irá auxiliar no desenvolvimento do Plano de Implantação BIM (PIB) da UFBA na continuação do projeto. O objetivo será propor uma formação em BIM distribuída ao longo de diferentes componentes curriculares, permitindo que o estudante trabalhe o máximo de usos possíveis do BIM nos três estágios (modelagem, colaboração e integração), ainda que de modo introdutório; (b) identificação de 17 componentes curriculares com forte interface com BIM e outros 5 com interfaces possíveis no curso diurno de AU. Destes, foram selecionados inicialmente para intervenção: ARQ 038 – Instalações 1 (instalações elétricas de baixa tensão), ARQ 030 – Conforto Ambiental II e ARQ047 – Laboratório de Conforto I (optativa); (c) identificação de 16 componentes curriculares com forte interface com BIM e outros 15 com interfaces possíveis no curso noturno. Neste curso as intervenções iniciais deverão acontecer em ARQB62 - Oficina de Projeto 1 e nas disciplinas relacionadas ao Conforto Ambiental, aproveitando os materiais produzidos para o curso diurno; (d) identificação de 11 componentes curriculares com forte interface com BIM e outros 21 com interfaces possíveis na graduação em Engenharia Civil. Destes, estão sendo propostas intervenções nas disciplinas ENG 299 – Construções de Aço; ENG300 - Construções de Madeira; ENG 273 - Instalações Hidráulicas e Sanitárias Prediais e ENG003 - Eletricidade (esta irá aproveitar o apoio/material da equipe que está trabalhando ARQ 038 no curso diurno de AU). Já foram contactados docentes de outras disciplinas e o projeto vem, aos poucos, se difundindo nos cursos. Todos três estão passando por reestruturação dos seus projetos pedagógicos, o que se mostrou ser este um ótimo momento para a atuação da Célula BIM.
Como aprendizados iniciais, podem ser citados: necessidade de olhar a matriz curricular junto com as condições do curso (infraestrutura, docentes responsáveis, etc.), para identificar aqueles componentes curriculares com maior chance de sucesso para inserção de BIM; ouvir o docente responsável pela disciplina, procurar conhecer os métodos de ensino-aprendizagem, exercícios e avaliações que utiliza, dentre outras questões específicas de cada disciplina, de modo a fazer uma inserção incremental com apoio deste professor, aproveitando para também capacitá-lo em BIM; colocar, na medida do possível, os componentes da Célula como apoio ao professor no início da inserção com o trabalho em BIM; desenvolver materiais didáticos discutindo com o professor responsável que irá utilizá-los, na intervenção e depois dela. O processo proposto pela Rede de Células BIM da ANTAC tem se mostrado bastante assertivo, permitido o desenvolvimento de ações que devem impactar significativamente os cursos envolvidos. Todo o material produzido deverá ser difundido, de modo a colaborar também com a ampliação da adoção do BIM no Brasil.
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Referências
BÖES, Jeferson Spiering; BARROS NETO, José de Paula; LIMA, Mariana Monteiro Xavier de. BIM maturity model for higher education institutions. Ambient. constr., Porto Alegre, v. 21, n. 2, p. 131-150, Apr. 2021. https://doi.org/10.1590/s1678-8621202.
CHECCUCCI, Érica de S.; AMORIM, A. L. de. Método para análise de componentes curriculares: identificando interfaces entre um curso de graduação e BIM. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 5, n. 1, p. 6–17, 2014. DOI: 10.20396/parc.v5i1.8634540. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/parc/article/view/8634540. Acesso em: 1 set. 2022.
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