Disciplina de modelagem BIM em um curso EAD de arquitetura
Palavras-chave:
Ensino, EAD, Planejamento, BIM, Disciplina de graduaçãoResumo
O presente trabalho relata a experiência de uma disciplina de modelagem BIM do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo na modalidade EAD, cuja ementa aborda o entendimento dos fundamentos BIM e o aprendizado de ferramentas de modelagem em BIM para geração de documentação técnica. A experiência em BIM pode ser um dos caminhos para aproximar o aluno da experiência prática da arquitetura, vez que o modelo BIM pressupõe simetria com a futura construção no que diz respeito aos aspectos construtivos. No artigo intitulado “Mão Inteligente”, Castro (2011) destaca a importância das experiências práticas para o verdadeiro aprendizado, citando o escritor inglês John Berger, para quem: “o conhecimento mora na cabeça, mas entra pelas mãos”. Considerando procedentes as afirmações de Castro e a necessidade de conhecimentos técnico-construtivos sólidos para elaboração de um modelo BIM correto, surge a questão: como viabilizar a experiência prática, especialmente ao que se refere às tecnologias e processos BIM, em uma disciplina cujo conteúdo é ministrado à distância? O curso de graduação na modalidade EAD em questão está concebido sob o paradigma da sala de aula invertida, em que o aluno estuda os conteúdos previamente ao encontro presencial, momento em que pratica o que estudou sob a supervisão do professor. Para tanto, o material, estruturado segundo o percurso de aprendizagem desenhado pelo professor, está disponibilizado em ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Neste ambiente é possível incluir diferentes tipos de materiais e mídias, para abordar o conteúdo e direcionar o aprendizado do aluno. A disciplina apresentada neste trabalho, nominada Estúdio de Ferramentas Digitais 1 – Modelagem de projeto BIM está locada no segundo semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo da matriz curricular. Conta com carga horária de 80 horas/aula, das quais 27h/aula correspondem a encontros presenciais. Pela natureza do conteúdo, partiu-se da premissa que a disciplina não deveria apenas instrumentalizar os alunos na ferramenta, mas também oferecer imersão nos aspectos construtivos, aproveitando o potencial do BIM para relacionar os dois conteúdos, além de desenvolver modelos BIM em diferentes níveis de desenvolvimento (LOD 200 e 300) para que o processo BIM também pudesse ser exercitado. O objetivo do percurso de aprendizagem é orientar o aluno ao longo dos temas trabalhados. Videoaulas tratam dos aspectos conceituais BIM. O material teórico aborda os aspectos construtivos do exercício escolhido – a Casa Vila Matilde, do escritório Terra e Tuma Arquitetos – desde a fase de levantamento, execução de fundação, das alvenarias estruturais em bloco de concreto, até a laje de cobertura e impermeabilização, passando também pela execução das instalações e esquadrias. Para o aprendizado da ferramenta foram produzidos vídeos tutoriais, que ora explicam ferramentas, ora suas aplicações no exercício proposto. Essas múltiplas abordagens e metodologias permitem que o BIM seja compreendido não como ferramenta de representação, mas como processo de trabalho e que o entendimento das tecnologias construtivas é parte essencial do trabalho, premissa da disciplina. Este trabalho apresenta: contexto do projeto pedagógico do curso; pressupostos para o planejamento da disciplina; práticas pedagógicas escolhidas; distribuição dos conteúdos; modo de abordá-los e resultados obtidos. Por fim é apresentado o resultado da pesquisa aplicada junto aos alunos que cursaram a disciplina, para obter o retorno necessário para refletir sobre todo o processo elaborado, bem como avaliar a percepção dos alunos quanto à pertinência e eficácia de cada uma das estratégias pedagógicas adotadas.
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Referências
CASTRO, Cláudio de Moura. A mão inteligente. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14 dez. 2011. Disponível em: https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-mao-inteligente-imp-,810784. Acesso em: 10 set. 2019.
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