Avaliação de aceitação tecnologica do BIM no ensino superior

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46421/enebim.v4i00.1889

Palavras-chave:

Aceitação tecnológica, Competências BIM, Avaliação por rubrica

Resumo

A área da Construção Civil necessita de uma constante evolução da forma de projetar e construir por conta da complexidade dos trabalhos que envolvem diversos profissionais ao mesmo tempo e o isolamento destes trabalhadores pode causar incompatibilidades que não são solucionadas por métodos existentes anteriormente ao BIM (Building Information Modeling) (Nawi et al. apud Miranda e Salvi, 2019). O BIM pode ser definido como uma forma de construir primeiro no mundo virtual para fazer análises em até quatro dimensões e assim poder criar cronogramas e resolver problemas que seriam percebidos em fase de obra (Thomson e Miner, 2007). Comparado com as tecnologias anteriores disponíveis no mercado da Arquitetura, Engenharia e Construção, o BIM pode ser considerado um passo que revolucionou a forma de Arquitetos, Engenheiros e outros profissionais envolvidos projetarem e construírem os edifícios (Hardin apud Kerosuo, 2015). Pode-se perceber que existe o início da implementação do BIM nas universidades, porém com práticas que na maioria das vezes não consistem em uma forma de ensino integrado e sim em disciplinas isoladas, o que não demonstra situações importantes de colaboração apresentadas no conceito do BIM (Checcuci et al. apud Benedetto et al., 2017). É possível relacionar essa resistência de implantação com o Modelo de Aceitação de Tecnologias proposto por Fred D. Davis em 1989. De acordo com o criador do Modelo de Aceitação de Tecnologias, é uma forma de avaliar como será o processo de aceitação e sua intenção de uso, segundo o qual se os usuários perceberem uma melhoria do desempenho e seu uso ser de pouca dificuldade, haverá mais aceitação (Davis apud Najmeddin et. al, 2022). Com isso, é necessário ser feita uma avaliação de como os alunos e futuros profissionais encaram o BIM, mais especificamente o software Revit.

A presente pesquisa de experiência de ensino-aprendizagem BIM foi realizada de forma online nos Centros Universitários Campo Real, Ugv e UniBrasil, instituições coligadas do grupo UniBrasil, com alunos de três períodos distintos para uma melhor análise, escolhidos para participar de acordo com a oportunidade, já que os alunos do 3º período estão sendo apresentados ao ensino do software Revit nas aulas do curso de Arquitetura, os alunos do 5º período já tiveram a oportunidade de projetar com a ferramenta e o 7º período está tendo o primeiro contato mais próximo ao final do curso que os demais, com a diferença entre os períodos de complexidade de modelagem de projetos. A metodologia utilizada foi a pesquisa com levantamento de dados, de forma quantitativa e qualitativa, buscando avaliar como os participantes encaram cada forma de projetar nos dias atuais. Para a pesquisa, foram elaboradas rubricas, ferramenta de avaliação qualitativa fundamentadas em evidências mensuradas com a leitura da realidade, a partir de conceitos iniciais sobre a utilidade e facilidade observadas por cada aluno sobre determinados tipos de tecnologias disponibilizadas atualmente para o desenvolvimento de projetos: o desenho a mão, o método CAD, com os softwares Autocad e SketchUp, e o BIM, mais especificamente com o Revit, sendo que a participação foi de 24 alunos da Campo Real, 18 alunos da Ugv e 26 alunos da UniBrasil. As rubricas desenvolvidas de forma inicial passaram por validação com orientação, as quais foram transformadas em evidências que permitissem que todos os alunos se identificassem com alguma das opções, de forma a não induzir a respostas e não tornar apenas uma avaliação quantitativa. A rubrica foi apresentada aos alunos no primeiro semestre de 2022, entre o dia 27 de maio e 6 de junho. O nível do curso era a graduação, abordando a disciplina de Computação Gráfica com ênfase na etapa de projeto, com exercícios em modelagem de projeto arquitetônico preexistentes em níveis de desenvolvimento crescentes. A abordagem foi prática, sendo que já existe uma discussão teórica, principalmente com o 7º período, com uma carga horária de 80 horas, focada na avaliação apenas do software e não do método de projetar como um todo e aplicando a tutoria de aprendizagem de softwares como método de ensino-aprendizagem, junto de sala de aula invertida, aulas expositivas e aprendizagem baseada em problemas. O nível de competência desenvolvido foi o R06 (pesquisar e analisar), na qual é descrito como publicar pesquisas acadêmicas com foco em BIM, inovação ou colaboração. Com os resultados adquiridos, foram elaborados gráficos para apresentar os resultados de forma comparativa.

A principal dificuldade percebida foi a falta de participação dos alunos, inclusive com uma grande diferença entre turmas, o que dificulta a comparação. Com a análise dos resultados é possível perceber a resistência dos alunos frente a nova tecnologia, já que todas as turmas avaliaram o software Revit de uma maneira predominantemente negativa, sendo que as turmas que apresentaram uma porcentagem mais elevada caracterizando o BIM como “negativo” são os alunos do 3º período da Ugv e UniBrasil. É importante destacar que os dados demonstram uma realidade específica das instituições coligadas do grupo UniBrasil e que é necessário um maior aprofundamento nos estudos sobre a implementação do BIM, mas a pesquisa já atua no avanço da situação atual. Buscou-se compreender a eficiência da ferramenta proposta pelo Modelo de Aceitação de Tecnologias e é possível perceber que os alunos que iniciaram a pouco tempo o aprendizado sobre as ferramentas possibilitadas pelo BIM ainda não conseguem observar com tanta clareza qual é a facilidade e a utilidade apresentada por essa forma de projetar. Além disso, os alunos são habituados a realizarem a parte criativa a mão e transferirem as ideias de volumetria e plantas para softwares mais intuitivos, como o AutoCad e SketchUp.

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Biografia do Autor

Deborah Baukat, Centro Universitário Vale do Iguaçu

Cursando Arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário Ugv (União da Vitória - PR, Brasil).

 

Renan Dinis Pergher, Centro Universitário Vale do Iguaçu

Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná. Professor no Centro Universitário Vale do Iguaçu (União da Vitória, PR - Brasil).

Referências

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THOMSON, Dean B. e MINER, Ryan G. Building Information Modeling - BIM: Contractual Risks are Changing with Technology. 2010. Disponível em: <https://www.academia.edu/1216743/Building_Information_Modeling_BIM_Contractual_Risks_are_Changing_with_Technology>. Acesso em 30 de maio de 2022.

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Publicado

2022-06-08

Como Citar

BAUKAT, Deborah; PERGHER, Renan Dinis. Avaliação de aceitação tecnologica do BIM no ensino superior. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 4., 2022. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2022. p. 1–1. DOI: 10.46421/enebim.v4i00.1889. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/1889. Acesso em: 4 nov. 2024.

Edição

Seção

Experiência de ensino-aprendizagem BIM realizadas

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