O HBIM como caminho para o ensino-aprendizagem na Arquitetura

Autores

Palavras-chave:

BIM, HBIM, Ensino, Arquitetura e Urbanismo, Disciplina de graduação

Resumo

A era digital tem alterado cada vez mais a maneira de conceber, representar, executar e ensinar. Em meio a isso, o Building Information Modeling(BIM) emerge como a tecnologia mais promissora nesse processo. Uma de suas vertentes, o Historic Building Information Modeling (HBIM) se destaca, notadamente, no que se refere ao seu emprego na documentação, análise e conservação de edifícios. O caso de Natal/RN, por exemplo, é notório nesse aspecto, uma vez que boa parte dos bens de valor histórico não foi devidamente documentada e vive sob iminência da sua extinção, em especial, quando se trata da arquitetura moderna. Nesse sentido, é objetivo deste trabalho propor um experimento didático que incorporasse os conceitos e as aplicações do BIM e do HBIM e que contribuísse para a preservação da memória da capital potiguar.  A experiência didática ocorreu a partir da integração de duas disciplinas (História da Arquitetura e Urbanismo 01 e Expressão Gráfica: BIM), com alunos do terceiro período do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Rio Grande do Norte, durante o primeiro semestre de 2019. O experimento foi dividido nas seguintes etapas: (1) os docentes coletaram e analisaram dados do Grupo de Pesquisa História da Cidade, do Território e do Urbanismo (HCUrb), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Em seguida, selecionaram uma amostra que apresentava material gráfico e teórico de projetos habitacionais executados entre as décadas de 1930 e 1960 e que exibiam claras referências do modernismo; (2) os discentes se dividiram em duplas, ao todo foram 16, e cada  grupo recebeu uma parte da amostra, a qual incluía dados gráficos e documentais de um determinado exemplar arquitetônico. Eles tiveram duas tarefas avaliativas: a) criar um relatório que expusesse aspectos específicos da sua produção para entender o contexto (tempo e espaço) em que foram realizados; b) Elaborar o modelo HBIM e desenhos técnicos, por meio do software Revit® 2018.  A modelagem deveria apresentar, além da geometria, dados oriundos do relatório; (3) os produtos desenvolvidos foram apresentados em um seminário e entregues no formato digital. Ressalta-se que, durante o experimento, os alunos foram acompanhados pelos professores e tiveram seis semanas para o trabalho. Nas duas primeiras semanas, foram ministrados assuntos referentes ao Modernismo e ao BIM. Os resultados indicaram que a construção do relatório e a modelagem em HBIM facilitaram na leitura de detalhes, compreensão do artefato, bem como no entendimento sobre o estilo e o papel do HBIM.  O esforço exigido nas atividades foi expressivo, uma vez que tirou o aluno da passividade, induziu-o a autonomia e o converteu em um pesquisador, que é obrigado a interpretar e a refletir sobre um determinado tema/problema, acompanhando as atuais tendências de metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Para além do conhecimento técnico e da ferramenta, ocorreu o aprofundamento das relações entre as duas disciplinas, a promoção de um ambiente de atelier, conhecido por possibilitar a integração dos conhecimentos e a colaboração entre os agentes, e a construção de mais um caminho para introduzir o estudante de arquitetura nos processos em BIM. Pode-se afirmar ainda que foi estimulado o desenvolvimento de algumas das Competências Individuais do BIM (IBCs) descritas por Bilal Succar et al. (2013, s.p.): “(T) Technical Competencies: [...] the ability to use BIM Software Tools to generate accurate, error-free models;[…] (S) Supportive Competencies:  [...] the ability to assist others to troubleshoot basic software and hardware issues”. Ao final, alguns trabalhos foram selecionados para um projeto de extensão, em desenvolvimento, no qual serão aprimorados e utilizados para a experimentação de outros recursos como Realidade Virtual e Aumentada. Os docentes pretendem levar a experiência para os próximos semestres, mas com a utilização de outros artefatos e com mecanismos que possibilitem aferir melhor os resultados e as competências.

 

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Referências

Succar, Bilal. BIM Think Space. Episode 17: Individual BIM competency. [S. I.], 9 ago. 2012. Disponível em: https://www.bimthinkspace.com/2012/08/episode-17-individual-bim-competency.html. Acesso em: 14 set. 2019.

Succar, Bilal. The BIM framework blog. Diffusion Areas. [S. I.], 25 maio 2015. Disponível em: https://www.bimframework.info/2015/05/diffusion-areas.html. Acesso em: 14 set. 2019.

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Publicado

2019-11-21

Como Citar

RIBEIRO, Sandra Albino; SOUZA, Yuri Simonini. O HBIM como caminho para o ensino-aprendizagem na Arquitetura. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 2., 2019. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2019. p. 1–1. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/223. Acesso em: 4 dez. 2024.

Edição

Seção

Experiência didática realizada

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