Experiência no uso de Modelos BIM no processo de ensino-aprendizagem de Projeto de Arquitetura no curso de Arquitetura e Urbanismo da UTFPR
Palabras clave:
BIM, Ensino, ProjetoResumen
Os desafios relacionados ao método de ensino de projeto de arquitetura já foram discutidos por Mahfuz (1986), Piñon (2006), Del Rio (2010), entre outros. A atual geração de estudantes, com habilidades para manipular ferramentas e informações digitais, que espera maior autonomia na aprendizagem com as próprias investigações, traz à tona discussão sobre métodos de ensino mais adequados à nova realidade (VEEN; VRAKKING, 2009). Ao mesmo tempo em que BIM (Building Information Modeling) está contribuindo para renovar a prática da projetação da arquitetura tradicional, priorizando “formas de ver, pensar e criar durante o processo de projeto” (ANDRADE; RUSCHEL, 2011, p.436), existem estratégias para sua inserção no currículo da graduação de Arquitetura e Urbanismo no Brasil propostas por Delatorre e Pereira (2014), Barison (2015) e Batistello (2018), entre outros. No entanto, nas disciplinas de Projeto de Arquitetura, é possível adotar ferramentas BIM e seus modelos semânticos em experiências educacionais por estudantes e professores, sem necessidade de alteração do currículo do curso. Como contribuição a essa temática, o objetivo deste trabalho é apresentar uma experiência praticada no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), onde modelos BIM de obras de precedentes arquitetônicos foram usados durante o processo de ensino-aprendizagem de projeto de arquitetura. Em disciplinas de Projeto de Arquitetura, o estudo da arquitetura precedente é uma fonte para a aquisição de repertório arquitetônico (SILVA, 1986), cujas lições aprendidas ajudam no processo criativo para novos projetos (COMAS, 1986). Os professores, no método tradicional, analisam e expõem as obras da arquitetura precedente aos estudantes por meio de desenhos abstratos como plantas, cortes e elevações do projeto, juntamente com imagens da edificação construída. No entanto, nessa técnica, a atividade é pouco efetiva ao processo de ensino-aprendizagem, pela dificuldade em estabelecer uma correspondência entre as partes ou pela falta de entendimento geral (WU, 2016), por não ser possível compreender muito além do que está explícito nas imagens e desenhos estáticos. A manipulação experimental e exploração reflexiva do precedente arquitetônico a partir de modelos BIM permite compreender sintaxes compositivas e elementos da arquitetura (AL-ASSAF; CLAYTON, 2017), selecionar, comparar e analisar informações relevantes que podem ser usadas na concepção de novos projetos (IBRAHIM; UTABERTA, 2012). E ferramentas BIM têm a capacidade de elaborar diagramas que expressam a geometria e proporção ou explicitar elementos do edifício a partir do modelo BIM, ajudando o estudante a analisar diretamente as semânticas do projeto e assimilar as suas intenções estéticas e expressivas. O modelo BIM, além de repositório de conhecimento explícito (KENSEK; NOBLE, 2014), facilita a explicitação de conhecimentos como raciocínio e cognição espacial de senso comum e abstração visual-espacial (BHATT et al., 2014). Nas etapas iniciais nas disciplinas de Projeto de Arquitetura, antes de iniciar um novo projeto, há o momento da Pesquisa, quando os professores apresentam exemplares da arquitetura precedente para os estudantes conhecerem e analisarem as diferentes estratégias de implantação e aspectos compositivos, funcionais e técnicos das obras em estudo. Como experiência, os professores e estudantes de disciplinas de Projeto de Arquitetura do curso de Arquitetura e Urbanismo, puderam manipular modelos BIM da arquitetura precedente durante as aulas programadas. Como resultados desta experiência, foram possíveis conhecer benefícios, limitações e desafios para uso de ferramentas e modelos BIM de obras de precedentes arquitetônicos no processo de ensino-aprendizagem nas disciplinas de projeto de arquitetura, se comparados aos métodos tradicionais.
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Citas
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