Proposta de plano de implantação BIM nas instituições de ensino superior
Palavras-chave:
Implantação BIM, Ensino, IES, Macro BIMResumo
Com o aumento do interesse da indústria da Arquitetura, Engenharia, Construção e Operação (AECO) pela adoção do Building Information Modeling (BIM), cresce a procura por profissionais capacitados. A adoção do BIM nas Instituições de Ensino Superior (IES) encontra-se em estágio inicial (ITO; SCHEER, 2017), sendo sua adoção na academia muito gradual e pouco efetiva nos cursos de Arquitetura e Engenharia Civil. (RUSCHEL, ANDRADE; MORAIS, 2013). Diversos são os desafios como: novos métodos de ensino-aprendizagem, deficiência de matérias, falta de corpo docente preparados, custos das plataformas, multidisciplinaridade, ausência de normatização e alterações curriculares. (CHECCUCCI, 2014; SACKS; PIKAS, 2013. SABONGI, 2009). Poucas universidades possuem em seus currículos, disciplinas em BIM, tanto em uma abordagem de apresentação dos benefícios e potenciais, quanto em treinamentos nas ferramentas da tecnologia BIM, colocando esses conteúdos em um segundo plano, ou abordados em níveis de pós-graduação (RUSCHEL et al., 2011). A abordagem do ensino BIM deve ir além da capacitação instrumental contida nas disciplinas de informática aplicada, cabendo as universidades capacitarem os novos profissionais que irão implantar o BIM na AECO. (RUSCHEL; ANDRADE, MORAIS, 2013). O presente resumo tem por objetivo apresentar um Plano de Implantação BIM para as IES com uma visão ampla e ancorada no Decreto Federal 9.337:2018. A estrutura do Plano de Implantação BIM nas IES está embasado em Succar (2009), Succar (2010), Succar, Kassem (2015), Amorim, Kassem (2015), Brasil (2018) e Checcucci (2014) A estrutura macro do plano, ou seja, a forma como ela está organizada, está baseado na Estratégia Nacional de Disseminação do BIM (BRASIL, 2018), tendo no seu topo a finalidade, ou seja, o motivo para existência do plano. Para atingir a finalidade estipulada, haverá um conjunto de componentes BIM (SUCCAR, 2009; SUCCAR, 2010; SUCCAR; KASSEM, 2015; BÖES, 2019), que darão suporte à finalidade. Para cada componente BIM há um conjunto de ações estratégicas, constituindo um conjunto de esforços realizado e destinado aos envolvidos no Ensino BIM, O plano está dividido em três fases (Succar; Kassem, 2015): (i) Pré-Implantação ou Prontidão BIM; (ii) Implantação ou Capacidade BIM; (iii) Pós-Implantação ou Maturidade BIM. A Fase 1 consiste na propensão de uma IES em adotar as ferramentas, metodologias de ensino, capacitação dos professores e protocolos em BIM. Esta fase consiste em atividades de planejamento e preparação antes da implantação. A Fase 2, é a implantação do BIM na IES, em que ela é alcançada através dos Estágios BIM (Succar, 2010). A Fase 3 é a melhoria contínua e graduação na qualidade, repetibilidade e previsibilidade dentro das capacidades BIM. O avanço de fase ocorrerá mediante o atendimento por completo do resultado esperado e do desenvolvimento das ações estratégicas previstas para cada uma. Para cada fase do plano, há ações estratégicas, divididas em componentes BIM, através dos Campos BIM de Tecnologia e Política (SUCCAR, 2009; SUCCAR, 2010). O campo da Tecnologia, consiste em toda infraestrutura tecnológica e física para o desenvolvimento do ensino BIM, compreendendo os componentes BIM: (i) acordos institucionais com desenvolvedores de softwares; (ii) softwares; (iii) acordos institucionais com fabricantes de hardwares; (iv) hardwares; (v) infraestrutura. O Campo Política compreende em todas as iniciativas, ações e visões institucionais acerca do BIM, abarcando os componentes BIM: (i) capacitação docência; (ii) visão institucional do BIM; (iii) ensino BIM; (iv) extensão acadêmica; (v) iniciação científica; (vi) aderência ao Decreto Federal. Ao todo são 30 ações estratégicas. Como contribuição, a pesquisa apresenta um modelo teórico de implantação BIM para as IES, que serve para orientação as IES que pretendem adotar o BIM, como também, gerar discussões acerca da implantação do BIM nas IES.
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Referências
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